segunda-feira, 12 de novembro de 2007

TORMENTO DO IDEAL

Conheci a Beleza que não morre
E fiquei triste. Como quem da serra
Mais alta que haja, olhando aos pés a terra
E o mar,vê tudo, a maior nau ou torre,

Minguar, fundir-se, sob a luz que jorre;
Assim eu vi o mundo e o que ele encerra
Perder a côr,bem como a nuvem que erra
Ao pôr do Sol e sobre o mar discorre.

Pedindo à forma, em vão, a ideia pura,
Tropeço em sombras, na matéria dura,
E encontro a imperfeição de quanto existe.

Recebi o baptismo dos poetas,
E assentado entre as formas incompletas
Para sempre fiquei pálido e triste.
Antero de Quental (1842-1891)

2 comentários:

Carlos Lopes disse...

Este é daqueles que ninguém lê, ninguém quer conhecer porque dizem que é difícil. E depois? Querem o quê? Poemas do Zé Cabra?
Abraço, amigo. Continua a mostrar quem vale a pena.

redjan disse...

F......-se cum gajo até se olha de alto a baixo, e se pergunta que faz esta caneta em mão minha ??