domingo, 28 de outubro de 2007

PERDIDOS E ACHADOS

Isto dos blogs acaba por ser como heroína mas sem fazer tanto mal á saúde. Estou retido algures num "rincón" latino-americano a escrever num teclado castelhano de acentos marados (desculpem-me qualquer pantufada na ortografia) com vontade de estar em casa a tratar da vidinha, só que, esta é que é a minha vidinha, aquela de andar de um lado para o outro como os ciganos, substituíndo as carrocas ( merda, falta-me aqui a cedilha) por avioes ( sem til, que aqui também nao mora). Lo que ocurre es que no consigo estar mucho tiempo sin me atrapar al teclado con ganas de escribir unas quantas palavras en mi blog. Viajo pelos blogs do costume, recebo noticias de uma tertúlia que, pelo menos no dia previsto já nao vai acontecer e encosto-me a ouvir a trovoada sobre as montanhas de Caracas, que troveja em ritmo de salsa, a digerir os maus resultados do meu clube que devia fechar para obras e limitar-se a formar campeones para os por a jogar nos outros clubes. Acho que arranjámos os blogs para substituir o terco das velhas ( volto a dizer: este teclado nao tem cedilha nem til...fds). Assim, teria sido simpático que algum dos colaboradores deste blog além de mim tivesse aproveitado o fim de semana para debitar umas palavrinhas para aqui, mas pelos vistos, o único agarrado sou eu. Penso na recuperacao do Paulo Santo, no filme do Luis Filipe Rocha, no gandim do meu filho mais novo que resolveu fazer uma pausa para se encher de negas na escola, na minha mulher que sai para trabalhar antes de eu chegar e do gato que desapareceu desde segunda feira da casa da avó e que duvido que volte a aparecer. Vejo o Janjan todo sorridente com os pais dele numa foto e desejo-lhes longevidade e qualidade de vida para continuarem vivos e uns com outros. Desfio o rosário no teclado castelhano e levanto os olhos ao céu para lhe fazer uma reserva de tempo quando for a minha vez de ir falar com o Mais Velho: preciso de bastante tempo para poder abracar uma data de gente( vivos e mortos), preciso de tempo para ordenar um ou dois romances que ainda estao por fazer, preciso de uma eternidade para dizer a uma quantidade de gente o muito que os amo a todos e que vou continuar a amar.
ARTUR

7 comentários:

Anónimo disse...

pois...eu acho que nos devias ter brindado com um post todinho em castelhano!

Boa semana

José Ceitil disse...

Artur, não posso fazer por ti grande coisa nesta hora difícil que estás a atravessar! Se o Sporting não ganha, a gata não volta, o teclado não cedilha e a aviação de vez em quando é uma merda..., tens que ser forte e resistir a esse impulso para a auto-flagelação que adivinho em ti: não te ponhas a ouvir durante seis horas o discurso do Chavez...
Volta breve
Abraço
P. S.- Obrigado pelo apoio. Já estou em forma!

Carlos Lopes disse...

Estás mesmo em Caracas ou ém mais uma palavras que não podes cedilhar? ;-)

Agora a sério: belíssimo texto.

(isto dos blogs é mesmo um vício que se mata em todo o sítio...)

redjan disse...

Art: contigo a debitar assim, que se fodam as cedilhas e tis em falta. A ti lê-se-te até de pernas para o ar ...

elbett disse...

Mira, que até te desenrascas bem em castelhano!!!!
Cigano, com amigos e tertulianos ciganos, é dificil juntá-los!!! Mas consegue-se!! É pra quando???
Vê se vais a tempo de ir ver o Capacete Dourado do Jorge Cramez!!!

ARNALDO MESQUITA disse...

Eu sim, eu é que me podia queixar: nunca fui a Caracas (o mais longe que as minhas "peregrinações cansadas me levaram foi, se não estou em erro, à Cova do Vapor, ali para os lados da Trafaria); ninguém comenta os meus "posts" (o que diz tudo sobre a sua relevância); os meus três filhos (incluindo a de 5 meses) consideram-me uma máquina multibanco à qual, em vez de digitarem o código, rezam orações que começam invariavelmente com a expressão "Sabes, pai..."; a minha mulher não sai para trabalhar há já uns bons meses, não me proporcionando assim qualquer folga nas queixas e problemáticas diversas; o meu cão morreu (eu próprio, e digo-o sem ironia, não me sinto lá muito bem; nunca escrevi, nem escreverei romances, a não ser que por romances se entendam as longas narrativas que sou obrigado a escrever ao Chefe do Serviço de Finanças, etc. E sortudos como tu, ainda se queixam em letra de forma da bela vidinha que levam...

Artur Guilherme Carvalho disse...

gata: mesmo que quisesse não conseguia fazer um blog inteiro em castelhano. Obrigado pela visita.
Zé : Folgo que já tenhas voltado ao jogo,abração.
Carlos: Obrigado, grande abração para ti.
Jan : ...se hace lo que se puede. Abração.
Aka: tenho q ver o capacete dourada e mais uma porradona de filmes em atraso. Obrigado pela visita.
Mesquita: Se não fazes romances é porque não estás para isso. Se os teus filhos te vêm como uma caixa de Multibanco, não são diferentes dos meus. Gostava era de estar mais tempo contigo, com eles e com todos aqueles que amo, de vez em quando. Acho que não era pedir muito. Continua a escrever para aqui, irmão.