domingo, 7 de outubro de 2007

NUNO BRAGANÇA


Nuno Bragança nasceu em Lisboa em Fevereiro de 1929. Frequentou Agronomia mas acabou por se licenciar em Direito na Universidade de Lisboa. Os seus primeiros textos literários são publicados logo nos seus tempos de estudante universitário no jornal Encontro ( orgão da Juventude Universitária Católica). Dessa altura destacam-se "A Morte da Perdiz", "O Guardador de Porcos" mais tarde integrado no romance A Noite e o Riso, como Painel Final) ou "Gulliveira e os Liliputos", este último escrito em colaboração com Luis de Sousa e Costa, Manuel de Lucena e M.S.Lourenço. Nessa primeira fase manifestavam-se já as principais características e influências literárias da sua obra. O Surrealismo e a literatura americana dos anos 40 ( Faukner e Hemingway) mais alguma poesia modernista inglesa (T.S.Elliot) estavam presentes no seu trabalho. Escreveu também inúmeras críticas cinematográficas, tendo sido fundador e dirigente do Cine Clube "Centro Cultural de Cinema". Ainda no cinema foi co-autor do argumento do filme VERDES ANOS do cineasta Paulo Rocha. Foi cronista, romancista, advogado e activo participante cívico em movimentos como o dos católicos progressistas. EM 1968 radicou-se em Paris trabalhando na representação permanente de Portugal junto da OCDE. A sua crescente actividade literária aumentava paralelamente à sua arriscada acção política levando-o a aproximar-se das Brigadas Revolucionárias. Em 1972 regressou a Portugal e foi assessor de Mário Murteira no Ministério do Trabalho a seguir ao 25 de Abril de 74.
A publicação em 1969 de A Noite eo Riso, o seu primeiro romance, revelou-se um acontecimento vanguardista e assombroso no panorama literário português. Seguiram-se "Directa" (1977), " Square Tolstoi" (1981) e a colectânea de contos "Estação" (1984). Após a sua morte em 1985, foi publicada a novela "Do Fim do Mundo" (1990). A obra de Nuno Bragança é um marco importantíssimo para compreendermos a literatura portuguesa do séc. XX. Inovadora, apaixonada e desconcertante, abriu portas para que outros autores seguissem um caminho de análise cáustica, crua e libertária do nosso mundo e da espécie humana em geral. Autor obrigatório.
ARTUR

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