Concordo plenamente com um slogan muito inteligente, vivaz, pós-moderno e altamente pertinente, da autoria do novo sindicato S.T.O.P: " A lutar também se ensina", ou coisa que o valha. Ensina-se, sobretudo, que o absentismo de milhares de horas por ano, prejudicando os alunos muito para além daquilo que é racional e razoável no quadro das lutas políticas e das reivindicações sindicais, é uma coisa boa e a melhor estratégia para o futuro sucesso profissional e social dos petizes, alvos primordiais dos cuidados e dos desvelos dos professores em luta; que exibir cartazes em que um dos olhos do Ministro da Educação aparece perfurado por um lápis e outros, em que o Primeiro Ministro aparece com os dois olhos perfurados, nariz de porco e umas cerdas a ornamentarem-lhe a cara é também uma coisa boa, ou seja, que ofender, amesquinhar, inferiorizar o "adversário" com formas tão criativas, nobres e modernas é uma forma de luta política legítima. Não se admirem depois é de serem espancados a murro e pontapé, com barras de ferro e armas brancas e de serem insultados e alvo de toda a espécie de impropérios nas salas de aula, por aqueles mesmo a quem, lutando, estão a ensinar que a selvajaria, a barbárie, o insulto soez e o desprezo pela dignidade do outro são formas eficazes de atingir objectivos.
Ah, já me esquecia, se tivessem lido Hannah Arendt (não, não leram), saberiam que a forma mais básica e primitiva de totalitarismo, aquela que está na origem de todos os abusos, consiste na negação da condição humana e na dignidade do outro que se quer combater e, no limite, aniquilar.
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