No 4º Congresso dos Jornalistas Portugueses, manifestou-se a preocupação com a descredibilização da actividade.
Têm razão. É um assunto assaz relevante.
Depois de uma semana e mais alguns dias, primeiro a ser avisado para a violência das imagens da agressão a um jovem, a seguir, gratuitamente e sem o ser.
Há anos a encaixar a forma como são dadas as notícias sobre bancos privados e injecções de dinheiros públicos para os salvar, agora até a CGD, mais um comissionista chamado Sérgio Monteiro que não se vislumbra bem nem como nem porquê, continua com a missão destruidora que lhe foi confiada no anterior desgoverno, sem nada de relevante que não seja o fracasso na solução do Novo Banco. Herança pesada deixada por um quase ilibado 'tonelágico' Salgado, a quem vão pedir contas à Avenida da Liberdade, quando com uma pesquisa simples, se encontra a casa dele em Cascais.
A omissão acerca dos condenados e foragidos à justiça, como Armando Vara, a dever 5 anos de prisão efectiva aos calabouços, Dias Loureiro e Hélder Bataglia, a monte... continuem vocês com outros nomes e outras situações, de certeza lembrar-se-ão respectivamente de outros e outras...
Querem fazer crer que a Coragem e determinação de um punhado de Homens num dia de Abril de há umas décadas, mudaram um país e a dignidade de um povo, quando continuo a ver que os princípios de Democracia e Igualdade, que os inspiraram, tornaram-se apenas em nobres palavras arrastadas pela lama da pouca vergonha e do descaramento.
Um país onde o analfabetismo deu lugar à iliteracia. Juntam-se as letras, lêem-se as palavras mas não se compreende o que está escrito. Muito menos se conhecem os grandes escritores, poetas e artistas, da História portuguesa e universal, recente ou mais longínqua. Pessoa é mais estimado e conhecido no Brasil, por uma elite que consegue ter acesso ao ensino superior, que no país onde nasceu.
Em Portugal é a mediocridade que se instala e se consolida, graças à ineficácia de uma justiça bacoca, cujas leis são feitas pelos medíocres a beneficiar os medíocres.
Houve até um deles, que sem qualquer respeito pela Vida, alarvemente culpou a "peste grisalha" pelo estado a que chegou o país do qual se vai servindo e do qual vai sorvendo. Um 'grisalho' indignado, tornou pública a sua indignação pela enorme falta de respeito e esta justiça, a justiça de um 'estado de direito', dizem, condenou-o a reparar tamanha desfaçatez indemnizando o monstro com €3.000,00.
É este o país de Abril? O país da democracia e igualdade?
Não será antes o país cuja casa do povo, a Assembleia da República, foi tomada pelos grandes escritórios de advogados, independentemente do partido mais votado, servindo quem lhes paga, os verdadeiros donos do dinheiro, que afinal sempre o foram desde há séculos?
Quando há pouco mais de um ano contactei todos os meios de comunicação social que me lembrei para denunciar o atraso numa operação bancária que demorou mais de duas semanas, e por lei não podia ter levado mais de três dias, sem obter qualquer resposta, dúvidas tivesse eu sobre opções editoriais, teriam essas ficado desvanecidas. Já não as tinha, e as certezas confirmaram-se.
Um indivíduo, sozinho contra um banco, ou contra uma grande empresa, não tem hipótese nenhuma de sucesso.
O que me leva ao mais profundo descrédito sobre justiça, igualdade e até democracia, que afinal se revelam proporcionais ao recheio da própria carteira e da posição e colocação de 'amigos'.
E todo este texto porquê?
Porque ontem o senhor carteiro deixou-me uma carta das Finanças, cujo interior me trazia uma multa de €25,00, porque me atrasei 5 dias a pagar o IUC no valor de €52,00 de um carro com 7 anos, há quase 2 anos.
Pior foi o caso de uma pessoa conhecida que na noite do último dia do prazo se lembrou que tinha de pagar os €5,00 dessa taxa, foi no dia seguinte ao balcão das Finanças e disseram-lhe que não podia pagar ali, tinha de ser no Multibanco, e ainda tinha de aguardar pela multa.
Tudo isto nada mais é que um alerta, para que todos os que tiveram a pachorra de ler isto até ao fim, não se esqueçam de pagar o IUC dentro do prazo.
Este democrático estado de direito, precisa de todos os nossos cêntimos para resgatar bancos, por exemplo, ou perdoar dívidas fiscais a grandes empresas. A GALP, por exemplo.
Resgatai-vos a vós mesmos e esquecei a proporcionalidade do castigo.
O mexilhão não pensa nisso.
Só leva com o peso da onda.
Repetidamente.
Mas há mexilhões que sonham.
Hélder
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