sábado, 22 de setembro de 2007

O Regresso a casa ( A sort of homecoming)


Foi assim. Mais do que uma vez, a primeira, a última e todas as outras. O encanto de chegar e esquecer o cansaço ante a presença do templo que se erguia sobre a povoação. O passo das montadas refrescando-se a cada passo de aproximação. Um desvio, uma falha de indicações e a entrada por Ocidente. O reencontro de cinco almas de volta a casa. A visita guiada, os esclarecimentos, o reconhecimento deste e daquele lugar. A força das primeiras construções, a entrada virada a nascente que se encarregaram de substituír por uma janela, os corredores tristes e lúgubres que lhe impuseram a beatada, os soldados do medo, a obsessão em esconder a verdade e a vida. A janela do capítulo que esteve tapada com telhas e muros da beatice estúpida e ignorante durante quase 300 anos. O resto, a vida que volta sempre ao de cima por mais que a queiram esconder, a força do Amor, do Conhecimento e da transmutação. A Charola e a chaminé em funcionamento que nunca parou de perfazer a sua tarefa. O octógono mágico à volta do qual os cavaleiros podiam assistir à missa sobre as suas montadas. A (re)visitação de espaços que foram vividos por nós há muito tempo... e hoje. O refeitório, a cozinha, a adega. O regresso à harmonia com um Pôr do Sol magnífico sobre a rosácea. Um percalço de última hora, a carteira de um de nós que se tinha perdido a obrigar a voltar para trás. A carteira que afinal nunca saíu do mesmo sítio onde caíu. No parque, precisamente onde tínhamos dito adeus. O 2º, ao lusco fusco ante a imponência da torre da alcáçova, do maravilhoso castelo, pequeno e grandioso como todas as obras da ordem, ou do espírito. O Jantar tranquilo em família num restaurante anónimo da cidade, onde falámos de tudo e de nada, como fazem os companheiros que se encontram ao fim de algum tempo. Da cultura às piadas, do estado das coisas. Felizes por nos voltarmos a encontrar. A saída do restaurante debaixo de uma enorme trovoada. Cinco no carro. Ninguém disse nada, ninguém combinou nada. O carro saíu sozinho de novo, lá para cima. Outra vez a torre mãe, o espaço, as ameias. E sobre todo o cenário uma chuva de benção saudada por três (3) trovoadas monstras que se juntaram no horizonte. O Céu e a Terra de novo juntos para nos dizer, "Bem Vindos à vossa casa; Nunca se esqueçam que estamos sempre juntos; O Espírito é eterno, talcomo eternos são os vossos Seres; Até sempre companheiros; Obriga do por terem vindo" Numa noite de Setembro... CAVALEIROS DO TEMPLO
Artur

1 comentário:

redjan disse...

E de rompante tomem lá... um começo sem ricochetes... a certeza de as palavras terem um espaço, onde se pode descobrir !! Magia de arrumação neste caso! Das palavras , claro!!

Tx Art...