A pausa do trabalho que não falta faz-se aqui, a cinquenta metros da porta. Sento-me num tronco ou no meio da erva fofa e fico a pasmar. Estes companheiros são os cúmplices dos dias. Trazem-me paus, flores e lagartixas. Brincam às apanhadas em memória dum tempo em que uns caçavam os outros. Há um milhafre a pairar e a ver esta humana algo desajustada do rebuliço lá longe. Acho que um dia vai aproximar-se e juntar-se à brincadeira. Recolhemos amostras de galhos de várias árvores para um futuro trabalho. Recolhemos flores para identificar e secar. Verificámos o plantio em tocos de árvores caídas. É uma experiência constante esta de viver com galochas nos pés, tesoura e machete numa mão e bordão na outra. Se me chateio? Só se ligar as notícias. Sou como um caracol com esta concha que me protege.
Elsa Bettencourt
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