domingo, 1 de agosto de 2021

CONTANDO FEIJÕES

 



Trigésimo primeiro dia do sétimo mês de dois mil e vinte um. Hoje é o dia do meu pai Leão. O dia em que cumpre as noventa e três voltas ao sol. Há quase vinte anos que o seu corpo não o faz mas enquanto houver memória o seu espírito as cumprirá. Eu sei que o tempo não conta mas eu conto. Conto estórias. Conto feijões. Conto como gente e como animal. Na realidade conto pouco, matemáticamente falando. Se contasse ficava louca. Se contasse as perdas até ficava rouca. A essas ponho-as na barra olímpica que já pesa nove quilos e ganho músculo. Nós é que contamos, sabias? O mal que fazemos dilui-se nas águas do bem do tempo. É por isso que à distância parecemos quase santos sem ordem papal. Na realidade não há mal se não for capital. Há circunstâncias que transformam os acontecimentos conforme a química de cada um e a física de cada encontro.
Sem ti eu não existiria, sem mim tu também não. Vamos dar uma volta ao Cais ou a Santo Antão?

Sem comentários: