De um rebento, cresceu e se fez grande. Tão grande e tão verde, que nada a parecia abalar.
Viu um sem número de vidas chegar e partir.
Mas na Vida nada é permanente. Nada é imutável. Nada é para sempre. E o seu tempo também acabou. O Tempo ensina que a impermanência é a regra.
E caiu por terra e foi arrastada pelas águas que a levaram por rios, até ao grande oceano que lhe completou a viagem e devolveu-a a uma praia onde estava um coração de pedra.
Se as árvores têm coração, ele deve estar no centro da raiz com que se agarram à terra e à Vida.
Lá colocado, nem o coração de pedra bateu nem o tronco ganhou folhas verdes. Não se acelera nem altera a essência do curso mais intrínseco da Natureza. O da Vida e o da morte.
Se tudo é pó de estrela, a seu tempo, o ciclo completar-se-á uma vez mais e as partículas que formam esta massa inanimada, um dia voltarão a ter energia própria, quem sabe, consciência.
E quando a vierem a ter, que seja com um coração quente.
São os que fazem falta e os de pedra, servem para lembrar essa necessidade.
(Observando e deixando-me ir solto... solto...)
Hélder
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