quinta-feira, 30 de julho de 2015
quarta-feira, 29 de julho de 2015
terça-feira, 28 de julho de 2015
COM A DEVIDA VÉNIA AO GRANDE BAPTISTA BASTOS
ESTE TIPO INAUDITO E DESAVERGONHADO
Não quero mais este tipo na minha casa, na mina rua, no meu bairro, na minha cidade, na minha pátria. Este tipo vendeu-nos, com um descaramento inacreditável. Este tipo parece um serventuário; parece, não; é um serventuário da alemão, e enxovalha-nos a todos quando, reverente e subalterno, caminha ao lado dela, atento ao que a alemã diz, e toma nota e fixa o que a alemã diz com reverente cerimónia. Este tipo disse que gastávamos demais, nós, os portugueses, que nunca soubemos o que era prosperidade, ter uns tostões a mais no bolso, satisfazermos os pedidos dos nossos filhos, por muito modestos que fossem. Eu, por exemplo, nunca consegui adquirir, nem em segunda mão, uma bicicleta para os meus filhos, embora tivéssemos feito, a minha mulher e eu, sacrifícios inauditos para os educar, sem a ajuda de ninguém.
Já deixei de ouvir este tipo. E desligo logo a televisão, quando o vejo e ouço, sobretudo na SIC, que parece ter uma câmara sempre às ordens para filmar o mais desinteressante dos movimentos deste tipo. Este tipo é um mentiroso relapso e contumaz: toda a gente sabe e ele também, mas passa adiante. Este tipo disse, agora, que está em campanha, ter como prioridade o equilíbrio social entre os portugueses; mas foi que nos aplicou essa miserável doutrina do empobrecimento, mascarada de austeridade.
Que fizemos para merecer tal provação ? Foi este tipo, de olhar gelado, que nos atirou para o desemprego, para a emigração, para o desespero mais incontido, para uma vida sem esperança nem sonho. Foi este tipo que nos roubou os sonhos, não se esqueçam !
Este tipo que despreza os velhos, que diz coisas imponderáveis, preso ao poder como uma lapa. Este tipo que está a pôr em causa a própria natureza da nacionalidade. Este tipo que, para seguir um nefando projecto capitalista, está a vender a pátria aos bocados e ainda há quem o aplauda. Os estipendiados de todas as profissões, os jornalistas venais, os políticos corruptos.
Este tipo desavergonhado, que diz que não disse o que disse, e diz o que não faz, com um impudor nunca visto. Este tipo, este tipo.
Não quero mais este tipo na minha casa, na minha rua, no meu bairro. Não quero este tipo em nada do que me diga respeito. Escorracem este tipo do nosso viver quotidiano. Este tipo.
BAPTISTA BASTOS
JORNAL DE NEGÓCIOS 24.07.2015
P.S. Ver também : http://aspartesdotodo.blogspot.pt/2014/10/o-pedro-manuel.html e http://aspartesdotodo.blogspot.pt/2015/07/a-origem-do-mal.html
Não quero mais este tipo na minha casa, na mina rua, no meu bairro, na minha cidade, na minha pátria. Este tipo vendeu-nos, com um descaramento inacreditável. Este tipo parece um serventuário; parece, não; é um serventuário da alemão, e enxovalha-nos a todos quando, reverente e subalterno, caminha ao lado dela, atento ao que a alemã diz, e toma nota e fixa o que a alemã diz com reverente cerimónia. Este tipo disse que gastávamos demais, nós, os portugueses, que nunca soubemos o que era prosperidade, ter uns tostões a mais no bolso, satisfazermos os pedidos dos nossos filhos, por muito modestos que fossem. Eu, por exemplo, nunca consegui adquirir, nem em segunda mão, uma bicicleta para os meus filhos, embora tivéssemos feito, a minha mulher e eu, sacrifícios inauditos para os educar, sem a ajuda de ninguém.
Já deixei de ouvir este tipo. E desligo logo a televisão, quando o vejo e ouço, sobretudo na SIC, que parece ter uma câmara sempre às ordens para filmar o mais desinteressante dos movimentos deste tipo. Este tipo é um mentiroso relapso e contumaz: toda a gente sabe e ele também, mas passa adiante. Este tipo disse, agora, que está em campanha, ter como prioridade o equilíbrio social entre os portugueses; mas foi que nos aplicou essa miserável doutrina do empobrecimento, mascarada de austeridade.
Que fizemos para merecer tal provação ? Foi este tipo, de olhar gelado, que nos atirou para o desemprego, para a emigração, para o desespero mais incontido, para uma vida sem esperança nem sonho. Foi este tipo que nos roubou os sonhos, não se esqueçam !
Este tipo que despreza os velhos, que diz coisas imponderáveis, preso ao poder como uma lapa. Este tipo que está a pôr em causa a própria natureza da nacionalidade. Este tipo que, para seguir um nefando projecto capitalista, está a vender a pátria aos bocados e ainda há quem o aplauda. Os estipendiados de todas as profissões, os jornalistas venais, os políticos corruptos.
Este tipo desavergonhado, que diz que não disse o que disse, e diz o que não faz, com um impudor nunca visto. Este tipo, este tipo.
Não quero mais este tipo na minha casa, na minha rua, no meu bairro. Não quero este tipo em nada do que me diga respeito. Escorracem este tipo do nosso viver quotidiano. Este tipo.
BAPTISTA BASTOS
JORNAL DE NEGÓCIOS 24.07.2015
P.S. Ver também : http://aspartesdotodo.blogspot.pt/2014/10/o-pedro-manuel.html e http://aspartesdotodo.blogspot.pt/2015/07/a-origem-do-mal.html
domingo, 26 de julho de 2015
sábado, 25 de julho de 2015
sexta-feira, 24 de julho de 2015
quarta-feira, 22 de julho de 2015
terça-feira, 21 de julho de 2015
HAPPY BIRTHDAY ROBIN
http://www.purpleclover.com/ video/3897-13-minutes-robin- williams-hilariously-refusing- say-his-line/#.Va7LDTEvITE. gmail
São precisas várias viagens ao vale das lágrimas para conseguir fazer nascer uma gargalhada; são muitas horas de solidão para multiplicar personagens com várias vozes e tiques diferentes. E no fim acabamos sempre sozinhos com a nossa imagem reflectida num espelho ou numa câmara que filma. Atravessamos multidões para aprender a viver sozinhos. Nadamos travessias de sofrimento sem fim nem sentido para melhor compreender, para melhor aguentar o peso que não nos pertence, o personagem com o qual nada temos a ver. Todos os momentos altos em conjunto, todos os momentos maus em sofrimento são aulas do curso da solidão. Todos os dias de vida plena são lições de preparação para a morte. Até um tempo em que tudo fará sentido definitivamente. Naquele tempo sem importância. Naquele famoso e inútil dia depois do último...
Artur
São precisas várias viagens ao vale das lágrimas para conseguir fazer nascer uma gargalhada; são muitas horas de solidão para multiplicar personagens com várias vozes e tiques diferentes. E no fim acabamos sempre sozinhos com a nossa imagem reflectida num espelho ou numa câmara que filma. Atravessamos multidões para aprender a viver sozinhos. Nadamos travessias de sofrimento sem fim nem sentido para melhor compreender, para melhor aguentar o peso que não nos pertence, o personagem com o qual nada temos a ver. Todos os momentos altos em conjunto, todos os momentos maus em sofrimento são aulas do curso da solidão. Todos os dias de vida plena são lições de preparação para a morte. Até um tempo em que tudo fará sentido definitivamente. Naquele tempo sem importância. Naquele famoso e inútil dia depois do último...
Artur
segunda-feira, 20 de julho de 2015
sábado, 18 de julho de 2015
sexta-feira, 17 de julho de 2015
PRIDE
PRIDE
Matthew Warchus
Reino Unido /França, 2014
Em tempos de intolerância e
dificuldade os homens tendem a descobrir-se uns aos outros, a juntar-se e
combater o seu inimigo comum sob pena de não sobreviver. A união improvável
entre grupos distintos e que (aparentemente) nada tinham em comum, a greve
histórica dos mineiros galeses nos negros tempos de Margaret Thatcher na década
de 80 e as assimetrias “of class and
culture” esbatidas por pontes de solidariedade e tolerância do “outro”,
além de já não serem novidade nenhuma no cinema britânico, podem perfeitamente
constituir um género fílmico. BRASSED OFF e BILLY ELLIOT saltam de imediato à
memória logo nos primeiros instantes de PRIDE. Em mais uma visita a esses
tempos voltamos ao braço de ferro que durou quase um ano entre o sindicato dos
mineiros (NUM) e a então chefe do governo britânico Margareth Thatcher, ao
tempo em que um homossexual teria direito de voto a partir dos 18 anos mas não
à sua opção sexual antes dos 21. Entre manifestações e pancadaria, intolerância
e reivindicações, um grupo da comunidade gay decide apoiar as famílias dos
grevistas com recolha de fundos em Londres. Apesar deste acto generoso a
comunidade mineira é que não se mostra muito receptiva à iniciativa. Por
preconceito, por interpretação de sinal de fraqueza ou, muito simplesmente por
ignorância as várias organizações e sindicatos vão declinando o apoio. Por fim,
após uma série de mal entendidos e uma ligação telefónica péssima, uma aldeia
no Sul do País de Gales resolve convidar os elementos do GLSM (Gays and
Lesbians Support the Miners) para um encontro no seu clube local. Aos poucos a
resistência vai-se esfumando entre uma comunidade rural fechada sobre si
própria e um grupo de jovens expansivos e exuberantes. À medida que a cerveja
começa a rolar as pontes vão sendo construídas e rapidamente se percebe que têm
todos muito mais a ganhar unidos do que virados de costas uns para os outros.
Baseada em factos reais, mais do
que a história em si, a forma brilhante como está contada é a grande
responsável pelo charme, brilho e ternura deste filme. Misturando momentos mais
dramáticos com outros de humor em doses e quantidades adequadas, diálogos construídos de forma inteligente e
um respeito absoluto pelo tempo histórico que pretende retratar fazem de PRIDE
um momento raro de bom Cinema.
Com o desenrolar do tempo o
comité do sindicato decide votar uma proposta em que deixa de aceitar o apoio
do GLSM à greve dos mineiros. Embora ignorando essa restrição o movimento fica
temporariamente fragmentado e alguns seguem o seu caminho. Meses mais tarde no
início da primeira e gigantesca marcha do orgulho gay em Londres (1985) a
surpresa é enorme quando vários autocarros de mineiros vindos de todas as
partes do País de Gales chegam para se juntar. Entre cartazes, faixas e
bandeiras, nessa tarde em Londres os sindicatos apoiaram os direitos e a luta
da comunidade gay para a sua emancipação total enquanto cidadãos. Mais tarde o
Partido Trabalhista viu-se obrigado a incluir no seu programa eleitoral uma
directiva em que se comprometia em legalizar e integrar em absoluto a
comunidade gay enquanto parte integrante da sociedade britânica. Se bem que
essa directiva já houvesse sido aprovada em congressos anteriores, até essa
altura não tinha sido inscrita no programa eleitoral. Para tal contribui muito
o peso e o voto dos sindicatos dos mineiros. Esta é mais uma prova de que somos
todos uma espécie única, tendo apenas uma identidade. É quando nos dividimos ou
nos deixamos dividir que perdemos a força e a capacidade de resistir. Uma lição
que a História já nos ensinou mil vezes e que, outras mil insistimos em
esquecer. A grande vantagem do curso da Humanidade é que ninguém chumba nas
cadeiras. Repete e repete e volta a repetir até perceber. Apesar de se reportar
aos anos 80 do século passado, a lição de PRIDE nunca foi tão actual como
agora. Por isso o filme é uma extraordinária lição de vida.
Artur Guilherme Carvalho
quinta-feira, 16 de julho de 2015
A ORIGEM DO MAL
Há qualquer coisa de maligno neste indivíduo, algo cuja origem não reside apenas na arrogância própria dos ignorantes e os incultos, de um programa político ou de uma determinação ideológica. Não, nem sequer a podemos procurar numa vida construída duvidosamente, assente em esquemas, manhas e esperteza-saloia, sempre a roçar a ilegalidade, sempre muito para além dos limites éticos exigidos a alguém que quer ser protagonista político. Não é originada apenas na mentira permanente, na mentira como forma de vida, na mentira como modo de ser. Nem na exibição pornográfica da esposa cancerosa, nem no discurso pastoso e sem lógica, vácuo até ao insuportável. É algo de profundamente obsceno que lhe vem do fundo do ser e lhe contamina a superfície. A máscara, o simulacro de sorriso, o "rictus" indecente que passa por sorriso, documentado na fotografia acima, em vez de o humanizar ou de criar um embrião de empatia, produz uma sensação de repulsa, de abjecção e um movimento de rejeição que não tem explicação nem motivação racional. Longe de ser previsível ( e ao contrário do que ele próprio e os seus sabujos gostam de pensar), esta catástrofe com duas (?) pernas, um penteado e uma voz, um pin ridículo pendurado na lapela, um fato e uma gravata, uma infindável corte de apaniguados à espera dos bocados engordurados e repelentes que possam cair da gamela para as suas bocarras escancaradas, este homem confunde o vazio absoluto da sua pessoa com proclamações messiânicas e tiradas balofas e emproadas das quais nem consegue perceber o ridículo (nunca nos deixa esquecer que foi ele o salvador de Portugal, da Grécia, do Mundo e até da Europa). Segundo as sondagens, é nisto que 32 % dos portugueses tencionam votar, lá para Setembro, depois das férias de chanata no pé, sacos de plástico cheios de mines e sandes de courato, camisetes de mangas à cava permitindo ler as maravilhosas tatuagens que exibem, num intervalo entre limpar o salão dos símios que o povoam, desancar as respectivas e atirar três escarretas para o transeunte que passa por baixo da janela. Volta Salazar, estás perdoado !. Aliás, tu é que os conhecias bem.
quarta-feira, 15 de julho de 2015
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