quinta-feira, 21 de novembro de 2013

TEMPO

Tudo o que aconteceu já não existe. Como um fim de tarde onde o céu se pinta em tons de baunilha, como as pisadas deixadas na areia antes da próxima maré-cheia. Tudo vai nascendo e desaparecendo sem deixar rasto, embalado pela única certeza que se repete, o ritmo. Arrefece o calor do teu abraço quando o corpo se afasta, seca na minha boca o beijo dos lábios no instante em que se separam dos meus. O Sol despede-se antes da Lua chegar, as ondas mantêm sobre a areia a cadência da respiração da Terra e as estrelas acendem-se de novo como candeeiros. Para nos dizer que continua, que tudo continua nesta linha de não terminar. Depois da Lua o Sol volta a nascer, as marés a alternar e as estrelas a apagar para mais tarde voltar a acender. Tudo o que aconteceu já não existe mas vai voltar a acontecer. Só que nunca será da mesma maneira. Artur

3 comentários:

Sofia Vaz Pinto disse...

😄

Clarice disse...

Estas "conversa(s)" sobre "as cores do frio" ... faz com que o "tempo" seja lido assim... de-va-gar... neste doce olhar (Sofia) , nestas linhas escritas (Artur)... me perco e me encontro... quando gostamos mesmo... o tempo pára dentro de nós, mesmo seguindo lá fora...

Parabéns aos dois, Sofia e Artur
E beijos também :)

Artur Guilherme Carvalho disse...

Muito obrigado Clarice. Bjs meus e da Sofia