terça-feira, 11 de março de 2008

COLÉGIO MILITAR – 205 ANOS


(Escolta a cavalo do Colégio Militar em parada. Fotografia de Samuel Ma "subtraída" do Blog SONHO, CORAGEM & DEVOÇÃO)
Da bruma da eternidade chegam primeiro os sons dos cascos das montadas. As silhuetas dos cavaleiros vão e vêm denunciando o movimento da sua presença. Progridem num galope curto que se vai desenrolando harmonioso, perfeito. Ao lado marcham todos, os de agora, os de ontem e os de sempre, em algazarra de gritos de guerra de saudação, em comunhão num espírito único de irmandade secular. A cidade interrompe o seu bulício habitual e fecha-se imóvel como que persignada em acto religioso de grande solenidade.
Na bruma da eternidade desfilam memórias de heróis, militares, cientistas, artistas, filósofos, poetas, escritores em torno de valores comuns. Uma Pátria, uma Família, Uma Comunidade. Com Honra, Dignidade, Talento de Bem Fazer.
Os vivos e os mortos, aqueles que deslizam lágrimas em rostos secos e empedernidos pela dureza da vida, todos como UM SÓ desfilam Avenida abaixo. Em passo certo, cabeça erguida, cadência regular. Embalados pelo ZACATRAZ até ao ponto alto da estátua aos mortos da I Guerra.
Pela Avenida desfila o batalhão e com ele desfila a História, o percurso de dois séculos de eternos meninos em expressões sérias para a fotografia já acastanhada de velha em pose de equipa de futebol, de atletismo, etc. Meninos que foram homens e depois vento nas paredes do claustro, coração no bater da bandeira, estrelas no céu infinito. Sim, somos nós…todos nós. Aqueles que perdem com estilo e ganham com dignidade. Aquele que respiram muito depois de deixar de respirar, quando o Colégio desce a Avenida e a cidade se cala. Os que sobem aos céus e se tornam estrelas que iluminam os primeiros passos dos novos guerreiros que começam. Porque não há princípio nem fim, mas um perpétuo “continuar”. ZACATRAZ!
ARTUR

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