A Terra respira nas ondas do mar, o vento embala o voo das gaivotas, dá significado ao caminho que percorrem. Os teus passos embalam recordações e sorrisos matinais, deslizam suaves sobre a areia molhada. Os homens previnem a vida em busca de alimento. E assim se vai desenrolando o Tempo enquanto as palavras se desenham, primeiro hesitantes, depois mais seguras de si. Vamos e regressamos tantas vezes ao mesmo lugar como quem respira e não sabe outra coisa para continuar vivo. Trazemos as memórias no saco e algumas dores na toalha que se estende a gemer artroses. Mas voltamos sempre ao mar como a casa de família da qual nunca esquecemos o caminho de regresso. Temos tempo, gastamos o tempo, lamentando com um sorriso. Para trás um caminho feito de histórias e gente, um filme cada vez maior e com mais actores. Um filme que anda sempre ao nosso lado como uma sombra, uma prova de que fomos vivos. O Tempo guarda-se em qualquer lugar.
Artur
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