segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Entrada do Diário Laboratório de 13/3/2018


13/3/2018
A ansiedade é sempre um sentimento d’angústia - um aspecto existencial que é uma captura. Sentem-se, obsessivamente, as seguintes perguntas: «porquê eu?»,«porquê eu, nesta conjugação cósmica que fez levantar-se esta urgência?». Porque também há algo de urgência - no fazer, quando se quer restar quedo; no não fazer ainda, quando se exige a espera.
A ansiedade: suster (ou acelerar) a temporalidade específica do contexto ansiogénico, de tal modo que se suspendam as causas ou que se remetam, instantaneamente, para o passado.
Não custa entender que esse sentimento, na escrita, seja lídimo produtor do fragmento: suspende-se o texto no momento em que surja a primeira dificuldade; remetê-lo para o passado, começando logo outro escrito; por igual curto, provisório e já arcaico.

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