11/3/2018
A literatura não é quem sou mas estou
todo nela.
Um modo, quiçá, de me saber em
tod’esta errância. Um modo, quem o adivinha?, de entender o devir
do mundo e eu nele ou de o compreender na sua faceta mais externa,
como se eu nele não existisse.
Um dia, saberei quem fui.
Há um perigo, contudo. Esse é o de
viver excessivamente imerso na dimensão poético-literária; e a
vida não é isso. Antes pelo contrário, é, em rigor, tudo o que
está fora dela.
Melhor a metáfora do espelho ou a de
um eco ou, ainda, de fantasmagoria activa pois talvez convenha ao
labor estético reduzir o estrépito das coisas a um murmúrio.
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