domingo, 2 de junho de 2013

GALINÁCEOS



Gostava de ter escrito esta redacção para o Dia da Criança que ainda há em mim.
Sai hoje. Melhor tarde que nunca, como poderiam dizer os empreendedores.

Na capoeira da minha mãe há um estrado vertical, onde as galinhas e o galo se dispõem de acordo com a sua hierarquia para passar a noite.
Como a minha mãe sabe que dos diferentes níveis os galináceos se aliviam sem respeito pelos que estão por baixo, o estrado em escada está com uma inclinação que protege os que estão nos níveis inferiores de ficarem sujos com os que de cima fazem enquanto dura a escuridão.
O galo fica sempre por cima e não permite que galinha nenhuma esteja no nível dele. Assim tem as penas sempre impecáveis e vistosas.
Não põe ovos mas é esteticamente bonito e canta bem conseguindo a reverência das galinhas que o admiram.
As galinhas põem ovos todos os dias. Produzem realmente.
Se não fosse a minha mãe, acordavam todos o dias com um bonito cantar de despertar do galo mas completamente cagadas.
A minha mãe faz muita falta no governo para pôr os galos no sítio, onde não caguem em cima de quem produz.

Hélder

2 comentários:

Artur Guilherme Carvalho disse...

Amigo Hélder,
Não sei se leste o meu primeiro livro de contos. Um deles chama-se "A Capoeira do meu Tio" e tem muitas semelhanças com este teu texto. Friends with the same kind of mental disorder. Hahaha...

Hélder disse...

Tenho andado a aguardar oportunidade para ir à APTCA comprar os teus 3 primeiros... Os dias vão passando e nunca mais lá passo. Há um preço a pagar por se viver na província!... Mas não Artur, não li. Realmente há coisas com muita piada, sem dúvida!
Grandabraço Artur, my friend with the same mental disorder.