quarta-feira, 3 de outubro de 2007

A UMA DEUSA CONHECIDA

Não me esqueci. Se estivesses viva terias feito 102 anos no último dia 30. Não me esqueci nem nunca o farei. Trouxeste-me do mundo das fraldas e das incertezas para o mundo dos adultos. Brincaste comigo às escondidas, jogámos ao burro e várias vezes as tuas palavras foram a paz suficiente e necessária para encarar os meus demónios com um superioridade que os afastava e os fazia deixar de me atormentar. Ainda e sempre vives em mim. Na festa sobre os meus cabelos após um pesadêlo, que me devolviam em tempo nenhum à terra dos sonhos, na tua consciência de que nada te devia a não ser a aobrigação de tratar os que viriam depois, tanto ou melhor do que me trataste a mim, da tua sabedoria encantadora que me fez abrir portas e conviver com os fantasmas sem os recear, o cheiro do teu pó de arroz, a tua energia que parecia nunca acabar, o teu amor por mim.
Se fôsses viva tinhas feito 102 anos. Um beijinho, avó...parabéns.
ARTUR

1 comentário:

redjan disse...

Que cabrão de pó de arroz elas usavam Artur ? Ainda hoje tenho a moldura do dia em que me casei, sempre por perto ! E em que quieto e sózinho abraço a minha Avó só para mim ! Dasssssss ... como guardo ainda aquele cheirinho! Parabéns à tua Avó também !!