quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

2023.....12.....28





 Vigésimo oitavo dia do décimo segundo mês de dois mil e vinte e três.

Ela aguarda, ele aguarda, nós aguardamos.
As palhinhas arderam na última explosão.
Ela aguardava e ele também.
Nós já não.
Ela e ele fizeram uma pira de pano rasgado,
da carne fria,
do corpo que jazia entre os escombros soterrado.
Ela guarda a lembrança com a mão no ventre dorido e ele guarda-lhe as costas vergadas sob o manto comprido.
Nós já não.
Desligamos com um toque no botão
e eles relembram a cada clarão.
Os copos tilintam, as luzes cintilam,
as gargalhadas abafam os gritos dos ignorados.
Estamos longe na mesma mesa sentados,
estamos juntos nesta Terra de aportados.
Quem dá mais?
Quem ganha nestes jogos desleais?
Eles aguardam que os outros se recordem
das palavras dadas na mesa dos comensais.
Às Marias em nós, aos Josés em vós, às crianças em cada um de nós. Que a esperança perdure a cada dia que nasce,
a cada hora que passe.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

AFLUENTE DE UM SERENO DEVIR


 


Décimo primeiro dia do décimo segundo mês de dois mil e vinte e três.
Neste mês de todas as esperanças anima-me o olhar da temperança e o sorriso da minha criança.
Gostaria de descobrir o tal botão de ligar e desligar, igual ao da televisão, um interruptor que evitasse andar sempre de coração na mão. Dizem que depois da tempestade vem a bonança, que as provações são procedidas de alegrias aos milhões e que a paciência não se constrói sobre rebeliões. Todas as semanas, por duas vezes em cada uma, tenho tratado do que me atormenta, como se eu fosse a única bomba que rebenta, o único farol iluminado por dentro da densa bruma.
Redescobri a respiração consciente, as partidas da mente e uma forma de ser mais congruente comigo e não com toda a gente.
Neste mês de todas as esperanças e no ano que finda, ambos se revelaram os piores no que diz respeito a expectativas, porém há muito, e sempre haverá, onde me debruçar, nem que seja para me ajudar a levantar, um dia de cada vez, passo a passo, golpe de asa a golpe de asa, há o sol por detrás de cada nuvem, a estrela teimosa, a brisa serena e o calor dum abraço e, sobretudo o sorriso da minha criança hoje, dos meninos que nascerão apesar de todos os Herodes e dos que morrem por culpa de carrascos sem coração.
Passo a passo, compasso e dou-me espaço, respiro e abraço. Rio-me sendo rio, alongo-me entre as montanhas,
estendo-me até à foz do meu presente.
Sou dádiva, ávida de vida e do que há-de vir, afluente dum sereno devir.

Elsa Bettencourt

sábado, 9 de dezembro de 2023

FAIRYTALE OF NEW YORK - SINGING AND DANCING AT SHANE McGOWAN'S FUNERAL

A rousing performance of 'Fairytale of New York' was given by Glen Hansard and Lisa O'Neill at the funeral of Shane MacGowan in Nenagh, Co Tipperary. The performace was greeted by cheers inside and outside the church.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

FAIRYTALE OF NEW YORK

 


It was Christmas Eve babeIn the drunk tankAn old man said to me, won't see another oneAnd then he sang a songThe Rare Old Mountain DewI turned my face awayAnd dreamed about you
Got on a lucky oneCame in eighteen to oneI've got a feelingThis year's for me and youSo happy ChristmasI love you babyI can see a better timeWhen all our dreams come true
They've got cars big as barsThey've got rivers of goldBut the wind goes right through youIt's no place for the oldWhen you first took my handOn a cold Christmas EveYou promised meBroadway was waiting for me
You were handsomeYou were prettyQueen of New York CityWhen the band finished playingThey howled out for moreSinatra was swingingAll the drunks they were singingWe kissed on a cornerThen danced through the night
The boys of the NYPD choirWere singing Galway BayAnd the bells were ringing outFor Christmas day
You're a bumYou're a punkYou're an old slut on junkLying there almost dead on a drip in that bedYou scumbag, you maggotYou cheap lousy faggotHappy Christmas your arseI pray God it's our last
The boys of the NYPD choirStill singing Galway BayAnd the bells are ringing outFor Christmas day
I could have been someoneWell so could anyoneYou took my dreams from meWhen I first found youI kept them with me babeI put them with my ownCan't make it all aloneI've built my dreams around you
The boys of the NYPD choirStill singing Galway BayAnd the bells are ringing outFor Christmas day