quarta-feira, 8 de março de 2023

8 de MARÇO



 

 Oitavo dia do terceiro mês de dois mil e vinte e três

Às fêmeas das mátrias, às que escolheram sê-lo sem desígnio genético, às que deixaram de o ser apesar desse desígnio e sobretudo, acima de tudo, à nossa sensibilidade, à nossa resistência e à nossa fragilidade. À essência que nos designa acima de qualquer paradigma. À cumplicidade e à partilha de côdeas e tesouros. À nossa capacidade de transformar o terrível em belo ou o choro em gargalhada. À arte que nos compõe e nos desenha sorrisos nas adversidades, nos celebra em cânticos e danças, nos impele à contemplação do nada no buraco de cada pedra, ou a abençoar vida sobre todas as matanças. Às estrelas que iluminam o nosso caminhar, às que foram e hão-de voltar, à luz que há-de eternamente brilhar.
Elsa Bettencourt

(Na foto a sufragista, libertária e activista social Sylvia Prankhurst numa manifestação em Inglaterra no século XX)

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