Vigésimo quinto dia do terceiro mes de dois mil e vinte e três.
Há quinhentos anos, entre a terra que tremia e a lava que escorria, tudo começou e acalmou a cada prece, a cada passo, dado com fé.
É impossível, mesmo sem credo, não nos sentirmos tocados pela pacificação que emana destes ranchos de romeiros que percorrem a ilha do Arcanjo nas sete semanas da quaresma.
Com o pensamento e o coração nas romarias desta vida me recolho à concha da minha. São tempos de pesar, de trabalhar e aceitar o peso da cruz que se carrega até que seja leve, até que a alma se molde à sustentável medida de sermos como somos, sem artifícios nem desejos de queremos ser outros que não nós e com os dedos que apontam unidos aos outros em oração.
Elsa Bettencourt