A realidade, o quotidiano em geral, a vida como a conhecemos
está de saída. Fica de pé à porta do nosso quarto, dá-nos alguns minutos para
fazer o saco vai lá para fora à espera Não que nos ralemos muito com o assunto.
Continuamos a viver exactamente da mesma maneira, a cometer os mesmos erros e a
desprezar aquilo a que deveríamos dar valor. Que se lixe. As pragas vão caíndo
uma a seguir à outra, a guerra e a consequente destruição total vai pairando em
cima das nossas cabeças mas ninguém se rala desde que não lhe toque pela porta.
Van Gogh escreveu a certa altura que a humanidade tinha sido uma experiência
que correu mal ao Criador. Nos dias que correm podemos imaginar o Criador
a recolher os tubos de ensaio, a lavar as amostras e a limpar o laboratório
antes de desligar as luzes e ir à sua vida. E mesmo estes tempos apocalípticos
acabam por ter as suas vantagens. Há uma quantidade de imbecis que nunca mais
voltaremos a ver, um sem fim de dores que irão desaparecer e se voltarmos a
acordar noutro lado qualquer saberemos que estamos vivos de alguma maneira. Não
que tudo seja mau na humanidade…de maneira nenhuma. O problema é que no cenário
em que nos encontramos foi sempre o pior de nós que prevaleceu, foram sempre as
qualidades mais negativas a ter mais força e a dominar os dias. Por isso não
estou preocupado com coisa nenhuma. Se for o vazio total será a consciência
zero e a preocupação nula, se for outro tipo de existência, dá-me a sensação
que não vou ter que pagar impostos. Por isso, marchemos contentes e felizes a
caminho da destruição final porque nada mais há a fazer.
Artur
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