quarta-feira, 18 de março de 2015

GRAND BUDAPEST HOTEL



R)     Wes Anderson

Reino Unido/ Alemanha 2014



Um hotel é antes de mais um espaço de passagem, uma alternativa para quem está longe de casa e se quer deslocar a paragens distantes. Lugar de cruzamento de várias actividades, profissões e pessoas, ao fim de um tempo o simples espaço de pernoita transforma-se num armazém de histórias para contar. 
   No final dos anos sessenta um escritor decide ficar alojado no decadente Grand Hotel Budapest situado nas montanhas da ficcional república de Zubrowka. O seu dono, Zero Moustafa apesar de pouco ou nenhum lucro retirar dali, insiste em mantê-lo em funcionamento. Uma noite em que ambos decidem jantar juntos, o proprietário resolve contar a história daquele edifício desde o dia em que começou a trabalhar nele como paquete no longínquo ano de 1932. Há então tempo para recordar os tempos áureos do Grand Hotel Budapest, bem como do seu lendário porteiro, o senhor Gustave H, uma herança, um quadro roubado e mais uma série de encontros e desencontros que vêm terminar na propriedade de Moustafa.
Baseado em dois livros do autor austríaco Stefan Zweig ( “Coração Impaciente” e “Êxtase da Transformação”) o filme assenta essencialmente na fórmula da comédia romântica inventando um cenário típico da Europa Central repleto de montanhas e neve decorrendo a sua acção entre os anos trinta e os anos sessenta do século XX. O jovem Moustafa cedo se torna o companheiro mais chegado de Gustave H, o porteiro do hotel cujo lema é nunca deixar nenhum desejo de nenhum cliente por satisfazer, especialmente se esse cliente for uma senhora idosa e rica. Por causa de uma dessas senhoras e do testamento após a sua morte, Moustafa e Gustave vão-se ver envolvidos numa trama que vai desde a suspeição de assassinato pelo porteiro até ao roubo de um quadro da renascença que é avaliado em milhões.
Ao longo desta imensa aventura a história vai desenhando círculos sobre si própria até terminar na herança final de Moustafa, ou seja, o próprio hotel.
Sem ser uma grande narrativa o filme vale pelos cenários fantásticos, quase a roçar o universo da banda desenhada. Premiado com o Urso de Prata em Berlim e com os oscares para o Melhor figurino, Melhor Maquilhagem, Direcção de Arte e Banda Sonora, THE GRAND BUDAPEST HOTEL acaba por nos cativar na medida em que, ao propor-nos uma fantasia não nos promete nada a não ser uma hora e meia de aventura e distracção.


Artur 

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