segunda-feira, 17 de março de 2014

PEDAÇOS E HORIZONTES

(imagem de Sofia Vaz Pinto) Partes de um todo estilhaçado em memórias selectivas que se vão juntando sem nunca se completarem. Utopias visíveis mas distantes, ilhas remotas em horizontes longínquos. Aqui, em pedaços, vai-se tentando construir um caminho partindo da destruição da unidade. Aqui em porções que se vão acotovelando, enquanto a tarde cai em silêncio. Nenhuma grande empreitada, nenhum sonho se concretiza sem ajuda de alguém. Nenhuma unidade está completa sem o somatório das partes que a compõem. Nenhuma memória será legítima sem o testemunho concordante de outra voz. Aqui, enquanto a tarde cai, os tempos encostam-se a outros tempos na passagem dos dias. Os sonhos apontam-nos o olhar. Na cadeira os pensamentos voam sentados, no descanso do silêncio. No mar ergue-se a ilha, na varanda sopra uma brisa refrescante. E estamos aqui como ali, somos um e vários, somos um universo em constante movimento e construção. Artur

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