sábado, 29 de janeiro de 2011
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
A PARÁBOLA DO “JEITINHO”
Há muitos anos atrás, em pleno Processo Revolucionário Em Curso (PREC), havia um passado que tinha acabado e um novo futuro começado a construir. E nesse intervalo entre dois mundos tudo era possível, até a alegria e a solidariedade no rosto e nos actos da maioria das pessoas. Uma gigantesca festa rápida, muito rápida, própria dos tempos vazios. Ora acontece que nesse tempo, qualquer atentado, por mínimo que fosse, ao bem-estar e funcionamento da comunidade, poderia contar com uma reacção colectiva ruidosa e feroz. E até mesmo aquelas almas que permaneceram anónimas durante décadas, de repente voltaram à vida, muitas vezes mais enérgicas e mais actuantes que o comum dos revolucionários.
Um tio de um amigo meu, que nada era, nem de um mundo nem do outro, continuava a levar a vida no “desportivismo” típico de um português, deixando assim a mensagem de que há coisas que nem as mais ferozes revoluções (que nem sequer era o nosso caso) conseguem mudar. Um dia teve que se dirigir a uma repartição de Finanças, ali perto da Rua da Escola Politécnica. Contando que não se iria demorar e como os lugares de estacionamento não abundassem por ali, decidiu estacionar o carro ocupando metade do passeio e outra metade na rua. Acabando por se demorar bastante mais do que pensava, quando voltou para o carro (um Mercedes a gasóleo) encontrou o trânsito todo parado do lado da faixa em que havia estacionado. À volta já se tinha juntado uma pequena multidão que vociferava e exigia tudo e mais alguma coisa do infractor, mesmo a sua cabeça. Mantendo a calma habitual, o tio do meu amigo aproximou-se e abordou um dos manifestantes. “Então o que é que se passa?” O outro, satisfeito por ser útil a alguém, explicou que um fascista (o Mercedes não engana) tinha estacionado mal o carro, impedindo o carro eléctrico de circular. O que eles deviam era pegar-lhe fogo antes da chegada do reboque. O “fascista” pensou e retorquiu: “ Se pegarmos fogo ao carro, além do risco de incendiar tudo à volta, então é que nunca mais passa ninguém nesta rua até amanhã. Porque é que não nos pomos todos à roda do carro, e abanamos até o conseguir empurrar todo para dentro do passeio? Assim já se consegue desobstruir o caminho e o trânsito volta a passar à vontade.” Os manifestantes olharam uns para os outros e viram que aquela até poderia ser uma boa solução. Rodearam o carro e prepararam-se para o começar a abanar. Sob as instruções desse tio do meu amigo esperaram para começar. Ele olhou em volta. “Então vamos lá começar a abanar o carro quando eu disser.” Olhou em volta e, antes de dar início à manobra, ainda teve tempo para um último conselho. “Mas com jeitinho..!”
Com jeitinho a Liberdade e a Democracia vão-se apagando aos poucos e a sociedade orquestrada pela lei da selva volta a ser restabelecida. Com o medo dos radicais islâmicos, ou de uma qualquer outra ameaça, os direitos fundamentais vão-se eliminando como empecilhos retirados do caminho, em nome da segurança. O vazio de uma sociedade e de uma civilização começa a ser construído na ambiguidade das decisões dos seus dirigentes. Quando uma sociedade não sabe que rumo tomar ou que futuro construir, inventa inimigos de forma permanente, mantendo assim, através do ódio, um espaço comum para despejar a frustração.
Com jeitinho vão-se eliminando todas as soluções de equilíbrio e de compromisso que constituem o contrato social, despojando os mais fracos das mais elementares dimensões da dignidade humana. O colectivo financia os prejuízos das aventuras financeiras da desregulamentação neo-liberal, nacionalizam-se os bancos em dificuldades mas os lucros desses mesmos bancos são privados. O cidadão comum deixa de ter acesso à justiça, à educação e a uma série de serviços que o estado deveria garantir em troca dos impostos, porque não tem dinheiro. Os salários são reduzidos mesmo que isso seja inconstitucional. A corrupção instala-se em todas as áreas vitais para a Democracia. E, todo este estado de coisas vai em que direcção? Na direcção do vazio, da eliminação pura e simples de uma grande parte da Humanidade. Na direcção do alargamento do fosso entre ricos e pobres. Na direcção da exploração do trabalho em benefício da ganância e do enriquecimento especulativo, sem escrúpulos. Mas desta vez com “muito jeitinho”. Já não há ditadores de uniforme e bigode foleiro em cartazes em todas as ruas, nem grandes paradas militares, nem os gritos da família do vizinho que desapareceu integralmente a coberto da noite. Não. Desta vez, tudo é feito com muito “jeitinho”. Devagar, sem pressa. Através da propaganda dos órgãos de comunicação, sob o comando da falsa ideia da “opinião pública” dirige-se a atenção na direcção que se pretende. Com escândalos de faca e alguidar, com futebol e telenovelas alienantes, com o mesmo pacote de notícias servido em todos os canais, com doenças terríveis que afinal não são assim tão terríveis. Quando numas eleições presidenciais, quase todos os candidatos têm idades a rondar os 70 anos, algo de anormal se passa. Algo que nos avisa para mais um tempo que está prestes a terminar e outro que se levanta no horizonte. Se será melhor ou pior, é difícil de dizer. O que sabemos é que a Democracia e a Liberdade são lutas diárias, longas conversas sempre longe de terminar. À espreita estão sempre os mesmos, que, com muito “jeitinho” nos vão roubando, pilhando, gozando, eliminado em lume brando.
Artur
Um tio de um amigo meu, que nada era, nem de um mundo nem do outro, continuava a levar a vida no “desportivismo” típico de um português, deixando assim a mensagem de que há coisas que nem as mais ferozes revoluções (que nem sequer era o nosso caso) conseguem mudar. Um dia teve que se dirigir a uma repartição de Finanças, ali perto da Rua da Escola Politécnica. Contando que não se iria demorar e como os lugares de estacionamento não abundassem por ali, decidiu estacionar o carro ocupando metade do passeio e outra metade na rua. Acabando por se demorar bastante mais do que pensava, quando voltou para o carro (um Mercedes a gasóleo) encontrou o trânsito todo parado do lado da faixa em que havia estacionado. À volta já se tinha juntado uma pequena multidão que vociferava e exigia tudo e mais alguma coisa do infractor, mesmo a sua cabeça. Mantendo a calma habitual, o tio do meu amigo aproximou-se e abordou um dos manifestantes. “Então o que é que se passa?” O outro, satisfeito por ser útil a alguém, explicou que um fascista (o Mercedes não engana) tinha estacionado mal o carro, impedindo o carro eléctrico de circular. O que eles deviam era pegar-lhe fogo antes da chegada do reboque. O “fascista” pensou e retorquiu: “ Se pegarmos fogo ao carro, além do risco de incendiar tudo à volta, então é que nunca mais passa ninguém nesta rua até amanhã. Porque é que não nos pomos todos à roda do carro, e abanamos até o conseguir empurrar todo para dentro do passeio? Assim já se consegue desobstruir o caminho e o trânsito volta a passar à vontade.” Os manifestantes olharam uns para os outros e viram que aquela até poderia ser uma boa solução. Rodearam o carro e prepararam-se para o começar a abanar. Sob as instruções desse tio do meu amigo esperaram para começar. Ele olhou em volta. “Então vamos lá começar a abanar o carro quando eu disser.” Olhou em volta e, antes de dar início à manobra, ainda teve tempo para um último conselho. “Mas com jeitinho..!”
Com jeitinho a Liberdade e a Democracia vão-se apagando aos poucos e a sociedade orquestrada pela lei da selva volta a ser restabelecida. Com o medo dos radicais islâmicos, ou de uma qualquer outra ameaça, os direitos fundamentais vão-se eliminando como empecilhos retirados do caminho, em nome da segurança. O vazio de uma sociedade e de uma civilização começa a ser construído na ambiguidade das decisões dos seus dirigentes. Quando uma sociedade não sabe que rumo tomar ou que futuro construir, inventa inimigos de forma permanente, mantendo assim, através do ódio, um espaço comum para despejar a frustração.
Com jeitinho vão-se eliminando todas as soluções de equilíbrio e de compromisso que constituem o contrato social, despojando os mais fracos das mais elementares dimensões da dignidade humana. O colectivo financia os prejuízos das aventuras financeiras da desregulamentação neo-liberal, nacionalizam-se os bancos em dificuldades mas os lucros desses mesmos bancos são privados. O cidadão comum deixa de ter acesso à justiça, à educação e a uma série de serviços que o estado deveria garantir em troca dos impostos, porque não tem dinheiro. Os salários são reduzidos mesmo que isso seja inconstitucional. A corrupção instala-se em todas as áreas vitais para a Democracia. E, todo este estado de coisas vai em que direcção? Na direcção do vazio, da eliminação pura e simples de uma grande parte da Humanidade. Na direcção do alargamento do fosso entre ricos e pobres. Na direcção da exploração do trabalho em benefício da ganância e do enriquecimento especulativo, sem escrúpulos. Mas desta vez com “muito jeitinho”. Já não há ditadores de uniforme e bigode foleiro em cartazes em todas as ruas, nem grandes paradas militares, nem os gritos da família do vizinho que desapareceu integralmente a coberto da noite. Não. Desta vez, tudo é feito com muito “jeitinho”. Devagar, sem pressa. Através da propaganda dos órgãos de comunicação, sob o comando da falsa ideia da “opinião pública” dirige-se a atenção na direcção que se pretende. Com escândalos de faca e alguidar, com futebol e telenovelas alienantes, com o mesmo pacote de notícias servido em todos os canais, com doenças terríveis que afinal não são assim tão terríveis. Quando numas eleições presidenciais, quase todos os candidatos têm idades a rondar os 70 anos, algo de anormal se passa. Algo que nos avisa para mais um tempo que está prestes a terminar e outro que se levanta no horizonte. Se será melhor ou pior, é difícil de dizer. O que sabemos é que a Democracia e a Liberdade são lutas diárias, longas conversas sempre longe de terminar. À espreita estão sempre os mesmos, que, com muito “jeitinho” nos vão roubando, pilhando, gozando, eliminado em lume brando.
Artur
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
X-acto 2º Programa: Ann Magnuson - The Luv Show
Ouvir:
(transmitido em 10/04/2010)
Ciclo: BSO Imaginárias (#1)
Título do disco: The Luv Show
Autor: Ann Magnuson
Ano: 1995
Informações complementares:
Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Ann_Magnuson
(transmitido em 10/04/2010)
Ciclo: BSO Imaginárias (#1)
Título do disco: The Luv Show
Autor: Ann Magnuson
Ano: 1995
Sinopse: Um disco que não é só um disco mas um script de um filme, um script de um road movie nunca filmado que é ainda algo mais: uma ópera rock sobre a dissipação de uma vida no sonho americano e ainda num mise en abyme porque a protagonista é a própria Ann.
Alinhamento do programa:Faixa | Título | Duração |
5 | Sex With The Devil | 05:37 |
4 | It´s a Great Feeling (tease) | 00:42 |
9 | Some Kind of a Swinger | 04:29 |
3 | Man With No Face | 03:36 |
12 | Swinger (reprise) | 01:22 |
6 | It´s a Great Feeling | 03:00 |
14 | I Remember You | 06:08 |
Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Ann_Magnuson
A COR DO HORTO GRÁFICO
(Enviaram-me este texto por e-mail e eu não resisto a publicar aqui. Todas as oportunidades são boas para pôr a nu um acordo inútil, sem sentido, e universalmente desnecessário)
Já aprovado pela nova Ministra do saber
Última actualização do dicionário de língua portuguesa – novas entradas:
Testículo: Texto pequeno
Abismado: Sujeito que caiu de um abismo
Pressupor: Colocar preço em alguma coisa
Biscoito: Fazer sexo duas vezes
Coitado: Pessoa vítima de coito
Padrão: Padre muito alto
Estouro: Boi que sofreu operação de mudança de sexo
Democracia: Sistema de governo do inferno
Barracão: Proíbe a entrada de caninos
Homossexual: Sabão em pó para lavar as partes íntimas
Ministério: Aparelho de som de dimensões muito reduzidas
Detergente: Acto de prender seres humanos
Eficiência: Estudo das propriedades da letra F
Conversação: Conversa prolongada com a São
Halogéneo: Forma de cumprimentar pessoas muito inteligentes
Expedidor: Mendigo que mudou de classe social
Luz solar: Sapato que emite luz por baixo
Cleptomaníaco: Mania por Eric Clapton
Tripulante: Especialista em salto triplo
Contribuir: Ir para algum lugar com vários índios
Aspirado: Carta de baralho completamente maluca
Assaltante: Um 'A' que salta
Determine: Prender a namorada do Mickey Mouse ou confiscar a dita (mine isto é a bejeca que não é média)
Detergente: Acto ou efeito de prender pessoas
Vidente: Aquilo que o dentista diz ao paciente
Barbicha: Bar frequentado por gays
Ortográfico: Horta feita com letras
Destilado: do lado contrário a esse
Pornográfico: O mesmo que colocar no desenho
Coordenada: Que não tem cor ; também pode ser uma ou mais cores muito certinhas e alinhadinhas ao lado umas das outras…
Presidiário: Aquele que é preso diariamente
Ratificar: Tornar-se um rato
Violentamente: Viu com lentidão
E
Língua "perteguesa"... PORQUE O SABER NÃO OCUPA LUGAR!
Prontus
Usar o mais possível. É só dar vontade e podemos sempre soltar um 'prontus'! Fica sempre bem e aproxima-nos de ministros, autarcas, deputados, professores, etc.
Númaro
Também com a vertente 'númbaro'. Já está na Assembleia da República uma proposta de lei para se deixar de utilizar a palavra NÚMERO, a qual está em claro desuso. Por mim, acho um bom númaro!
Pitaxio
Aperitivo da classe do 'mindoím'.
Aspergic
Medicamento português que mistura Aspegic com Aspirina
Alevantar
O acto de levantar com convicção, com o ar de 'a mim ninguém me come por parvo!... alevantei-me e fui-me embora!'. Ou então : tomei um comprimido que marranjarum na farmácia assim a modos que azulito e Alebantei-me logo passado meia horita, garago…!
Amandar
O acto de atirar com força: 'O guarda-redes amandou a bola para bem longe'
Assentar
O acto de sentar, só que com muita força, como fosse um tijolo a cair no cimento.
Capom
Tampa de motor de carros que quando se fecha faz POM!
Destrocar
Trocar várias vezes a mesma nota até ficarmos com a mesma.
Disvorciada
Mulher que se diz por aí que se vai divorciar. Também há quem diga Esvorciada
É assim...
Talvez a maior evolução da língua portuguesa. Termo que não quer dizer nada e não serve para nada. Deve ser colocado no início de qualquer frase. Muito utilizado por jornalistas e intelectuais.
Entropeçar
Tropeçar duas vezes seguidas.
Êros
Moeda alternativa ao Euro, adoptada por alguns portugueses.
Falastes, dissestes...bistes
Articulação na 4ª pessoa do singular. Ex.: eu falei, tu falaste, ele falou, TU FALASTES...
Fracturação
O resultado da soma do consumo de clientes em qualquer casa comercial. Casa que não fractura... não predura.
Há-des
Verbo 'haver' na 2ª pessoa do singular: 'Eu hei-de cá vir um dia; tu há-des cá vir um dia...'
Inclusiver
Forma de expressar que percebemos de um assunto. E digo mais: eu inclusiver acho esta palavra muita gira. Também existe a variante 'Inclusivel'.
Mô
A forma mais prática de articular a palavra MEU e dar um ar afro à língua portuguesa, como 'bué' ou 'maning'. Ex.: Atão mô, tudo bem?
Nha
Assim como Mô, é a forma mais prática de articular a palavra MINHA. Para quê perder tempo, não é? Fica sempre bem dizer 'Nha Mãe' e é uma poupança extraordinária.
Parteleira
Local ideal para guardar os livros de Protuguês do tempo da escola.
Perssunal
O contrário de amador. Muito utilizado por jogadores de futebol. Ex.: 'Sou perssunal de futebol'. Dica: deve ser articulada de forma rápida.
Prutugal
País ao lado da Espanha. Não é a Francia.
Quaise
Também é uma palavra muito apreciada pelos nossos pseudo-intelectuais... Ainda não percebi muito bem o quer dizer, mas o problema deve ser meu.
Stander
Local de venda. A forma mais famosa é, sem dúvida, o 'stander' de automóveis. O 'stander' é um dos grandes clássicos do 'português da cromagem'...
Tar
Variante do verbo tarar. Conjugado por ministros juristas, autarcas e outras "celebridades". Parente próximo do : - Tá-se : Então Jô, tá-se bem ?!
Tipo
Juntamente com o 'É assim', faz parte das grandes evoluções da língua portuguesa. Também sem querer dizer nada, e não servindo para nada, pode ser usado quando se quiser, porque nunca está errado, nem certo. É assim... tipo, tás a ver?
Treuze
Palavras para quê? Todos nós conhecemos o númaro treuze.
Já aprovado pela nova Ministra do saber
Última actualização do dicionário de língua portuguesa – novas entradas:
Testículo: Texto pequeno
Abismado: Sujeito que caiu de um abismo
Pressupor: Colocar preço em alguma coisa
Biscoito: Fazer sexo duas vezes
Coitado: Pessoa vítima de coito
Padrão: Padre muito alto
Estouro: Boi que sofreu operação de mudança de sexo
Democracia: Sistema de governo do inferno
Barracão: Proíbe a entrada de caninos
Homossexual: Sabão em pó para lavar as partes íntimas
Ministério: Aparelho de som de dimensões muito reduzidas
Detergente: Acto de prender seres humanos
Eficiência: Estudo das propriedades da letra F
Conversação: Conversa prolongada com a São
Halogéneo: Forma de cumprimentar pessoas muito inteligentes
Expedidor: Mendigo que mudou de classe social
Luz solar: Sapato que emite luz por baixo
Cleptomaníaco: Mania por Eric Clapton
Tripulante: Especialista em salto triplo
Contribuir: Ir para algum lugar com vários índios
Aspirado: Carta de baralho completamente maluca
Assaltante: Um 'A' que salta
Determine: Prender a namorada do Mickey Mouse ou confiscar a dita (mine isto é a bejeca que não é média)
Detergente: Acto ou efeito de prender pessoas
Vidente: Aquilo que o dentista diz ao paciente
Barbicha: Bar frequentado por gays
Ortográfico: Horta feita com letras
Destilado: do lado contrário a esse
Pornográfico: O mesmo que colocar no desenho
Coordenada: Que não tem cor ; também pode ser uma ou mais cores muito certinhas e alinhadinhas ao lado umas das outras…
Presidiário: Aquele que é preso diariamente
Ratificar: Tornar-se um rato
Violentamente: Viu com lentidão
E
Língua "perteguesa"... PORQUE O SABER NÃO OCUPA LUGAR!
Prontus
Usar o mais possível. É só dar vontade e podemos sempre soltar um 'prontus'! Fica sempre bem e aproxima-nos de ministros, autarcas, deputados, professores, etc.
Númaro
Também com a vertente 'númbaro'. Já está na Assembleia da República uma proposta de lei para se deixar de utilizar a palavra NÚMERO, a qual está em claro desuso. Por mim, acho um bom númaro!
Pitaxio
Aperitivo da classe do 'mindoím'.
Aspergic
Medicamento português que mistura Aspegic com Aspirina
Alevantar
O acto de levantar com convicção, com o ar de 'a mim ninguém me come por parvo!... alevantei-me e fui-me embora!'. Ou então : tomei um comprimido que marranjarum na farmácia assim a modos que azulito e Alebantei-me logo passado meia horita, garago…!
Amandar
O acto de atirar com força: 'O guarda-redes amandou a bola para bem longe'
Assentar
O acto de sentar, só que com muita força, como fosse um tijolo a cair no cimento.
Capom
Tampa de motor de carros que quando se fecha faz POM!
Destrocar
Trocar várias vezes a mesma nota até ficarmos com a mesma.
Disvorciada
Mulher que se diz por aí que se vai divorciar. Também há quem diga Esvorciada
É assim...
Talvez a maior evolução da língua portuguesa. Termo que não quer dizer nada e não serve para nada. Deve ser colocado no início de qualquer frase. Muito utilizado por jornalistas e intelectuais.
Entropeçar
Tropeçar duas vezes seguidas.
Êros
Moeda alternativa ao Euro, adoptada por alguns portugueses.
Falastes, dissestes...bistes
Articulação na 4ª pessoa do singular. Ex.: eu falei, tu falaste, ele falou, TU FALASTES...
Fracturação
O resultado da soma do consumo de clientes em qualquer casa comercial. Casa que não fractura... não predura.
Há-des
Verbo 'haver' na 2ª pessoa do singular: 'Eu hei-de cá vir um dia; tu há-des cá vir um dia...'
Inclusiver
Forma de expressar que percebemos de um assunto. E digo mais: eu inclusiver acho esta palavra muita gira. Também existe a variante 'Inclusivel'.
Mô
A forma mais prática de articular a palavra MEU e dar um ar afro à língua portuguesa, como 'bué' ou 'maning'. Ex.: Atão mô, tudo bem?
Nha
Assim como Mô, é a forma mais prática de articular a palavra MINHA. Para quê perder tempo, não é? Fica sempre bem dizer 'Nha Mãe' e é uma poupança extraordinária.
Parteleira
Local ideal para guardar os livros de Protuguês do tempo da escola.
Perssunal
O contrário de amador. Muito utilizado por jogadores de futebol. Ex.: 'Sou perssunal de futebol'. Dica: deve ser articulada de forma rápida.
Prutugal
País ao lado da Espanha. Não é a Francia.
Quaise
Também é uma palavra muito apreciada pelos nossos pseudo-intelectuais... Ainda não percebi muito bem o quer dizer, mas o problema deve ser meu.
Stander
Local de venda. A forma mais famosa é, sem dúvida, o 'stander' de automóveis. O 'stander' é um dos grandes clássicos do 'português da cromagem'...
Tar
Variante do verbo tarar. Conjugado por ministros juristas, autarcas e outras "celebridades". Parente próximo do : - Tá-se : Então Jô, tá-se bem ?!
Tipo
Juntamente com o 'É assim', faz parte das grandes evoluções da língua portuguesa. Também sem querer dizer nada, e não servindo para nada, pode ser usado quando se quiser, porque nunca está errado, nem certo. É assim... tipo, tás a ver?
Treuze
Palavras para quê? Todos nós conhecemos o númaro treuze.
sábado, 22 de janeiro de 2011
CHÃ DÔ
O Tempo avança depressa como uma bola a descer uma rampa. O carrinho de rolamentos há muito que apodreceu na memória de um canto num quintal esquecido. Ainda conseguimos ouvir o rock num rádio de um carro e sorver uma cerveja a correr como passageiros apressados entre dois comboios. Vieram as obrigações e a seguir os filhos. Veio o trabalho que nos devora sem piedade e a Lógica desta existência que de lógico não tem nada. Foram-se alguns amigos, depois alguns pais. Vieram as maleitas próprias da idade e as crianças que se transformaram em adultos sem que déssemos conta.
Mas…nós ficámos. Ficámos juntos apesar de tudo, das várias transformações, dos que já morreram, do tempo que perdemos sem tempo para nós. De vez em quando conseguimos celebrar a vida, a riqueza de nos conseguirmos juntar. Num bar de sempre, cujas paredes brancas se foram tornando castanhas com o fumo dos cigarros e as frases de ocasião escritas entre cartazes e quadros cada vez menos legíveis. Ficámos nós personagens de romances, pendurados em memórias e dúvidas, sentimentos e mágoas. Ficámos nós, de carne e osso em cenários inventados…ou personagens inventados em círculos de realidade.
E, quando formos, levaremos esta realidade na consciência. Este crescimento acompanhado de décadas que insiste em se manter vivo. Este envelhecer entre amigos que as décadas nunca conseguiram afastar.
Artur
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
CARA DE ANJO MAU
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
DANÇANDO PARA ALÉM DA DÚVIDA
Fotos de Sofia p. Coelho. Museu de Cera em Buenos Aires
Seremos nós que dançamos quando os nossos corpos se abraçam ritmadamente, embalados por uma melodia escondida numa rua pequena da grande cidade? Serão nossas as sensações e os sentidos que acordam quando as carnes se enlaçam suavemente, quase sem se tocar, para depois explodirem em cascatas de desejo?
Seremos nós dois bonecos, imagens imóveis de uma paixão que todos conhecem, personagens da mais antiga história do mundo repetida à exaustão no cenário da procriação, quadro ilustrativo, alegoria de cera pintada com as cores do amor?
Será nossa a raiva, os empurrões ofendidos, as mãos que sobem no ar e se combatem na dança do ciúme e da traição?
Será este um tango canalha, de arestas agudas e cintilantes, uma lâmina que adormece no fundo de um bolso ou num intervalo do elástico de uma liga?
Ou um bailado ritualizado em que os amantes se apresentam em trejeitos ensaiados, à laia de introdução, promessas de uma noite, vida inteira de paixão?
Estaremos dançando à porta da vida ao entardecer, embriagados do cheiro da noite que se aproxima, ou seremos um casal de bonecos que recebe os visitantes do museu de cera?
Será Amor o Amor que sentimos quando nos damos sem restrições nem recuos do ego, será a carne feita de cera imóvel? Será verdadeiramente Vida a Vida que julgamos sentir?
Artur
ON THE DOCK OF A BAY
Sittin' in the mornin' sun
I'll be sittin' when the evenin' come
Watching the ships roll in
And then I watch 'em roll away again, yeah
I'm sittin' on the dock of the bay
Watching the tide roll away
Ooo, I'm just sittin' on the dock of the bay
Wastin' time
I left my home in Georgia
Headed for the 'Frisco bay
'Cause I've had nothing to live for
And look like nothin's gonna come my way
So I'm just gonna sit on the dock of the bay
Watching the tide roll away
Ooo, I'm sittin' on the dock of the bay
Wastin' time
Look like nothing's gonna change
Everything still remains the same
I can't do what ten people tell me to do
So I guess I'll remain the same, yes
Sittin' here resting my bones
And this loneliness won't leave me alone
It's two thousand miles I roamed
Just to make this dock my home
Now, I'm just gonna sit at the dock of the bay
Watching the tide roll away
Oooo-wee, sittin' on the dock of the bay
Wastin' time
Ottis Redding (1967)
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
X-Acto 1º Programa - William S. Burroughs
Olá a todos. Desejo-vos um bom 2011.
Aqui fica o primeiro programa do X-acto que, relembro, transmite todos os sábados, às 17:00 na Rádio Zero.
Podem, ainda, consultar mais detalhes no blogue do programa.
(transmitido em 03/04/2010)
Ciclo: Spoken Word (#1)
Título do disco: Spare Ass Annie and Other Tales
Autor: William S. Burroughs com os Disposable Heroes of Hiphoprisy
Ano: 1993
Alinhamento do programa:
Informações complementares:
wikipedia:
http://en.wikipedia.org/wiki/William_S._Burroughs
http://en.wikipedia.org/wiki/Disposable_Heroes_of_Hiphoprisy
Na Ubu-Web:
http://search.atomz.com/search/?sp_a=sp10042f50&sp_f=UTF-8&sp_q=William+S.+Burroughs&sp_p=all
Imagens:
Aqui fica o primeiro programa do X-acto que, relembro, transmite todos os sábados, às 17:00 na Rádio Zero.
Podem, ainda, consultar mais detalhes no blogue do programa.
(transmitido em 03/04/2010)
Ciclo: Spoken Word (#1)
Título do disco: Spare Ass Annie and Other Tales
Autor: William S. Burroughs com os Disposable Heroes of Hiphoprisy
Ano: 1993
Alinhamento do programa:
Faixa | Título | Duração |
14 | Words of Advice for Young People | 04:41 |
2 | Spare Ass Annie | 04:30 |
7 | Dr. Benway Operates | 02:45 |
6 | Mildred Pierce Reporting | 02:05 |
9 | Did I Ever Tell You About The Man That Tought His Asshole To Talk? | 06:18 |
13 | The Junky's Christmas | 15:54 |
wikipedia:
http://en.wikipedia.org/wiki/William_S._Burroughs
http://en.wikipedia.org/wiki/Disposable_Heroes_of_Hiphoprisy
Na Ubu-Web:
http://search.atomz.com/search/?sp_a=sp10042f50&sp_f=UTF-8&sp_q=William+S.+Burroughs&sp_p=all
Imagens:
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
A CASA DOS FANTASMAS
O rasto de um homem é sempre uma história mal contada que ninguém percebe completamente. Nem o próprio. Os pedaços dessa história estilhaçam-se pelo caminho, ficam presos nas bermas, são recolhidos por fantasmas que os transportam para as suas reuniões. Separados do “todo” que lhes dá sentido, ficam suspensos no significado, despidos de conjuntura a reclamar uma direcção perdida. Como a caravana de um circo, a vida de um homem é esse somatório de carroças alinhadas em fila com alguidares pendurados de fora, cães enervados a correr ao lado e a ladrar sem razão. É só no dia do espectáculo, com a tenda montada, os artistas vestidos e os animais emplumados, que se consegue perceber a totalidade daquela razão de ser, daquela errância, daquela fome voluntária, daquela fantasia dourada vivida à exaustão em cada respiração.
Os fantasmas ajudam a caravana, martelam estacas, influenciam vantagens que se julgavam perdidas. Escrever é mais ou menos como manter um circo em actividade contra todas as probabilidades de sucesso, compreensão ou reconhecimento.
Os fantasmas são como uma mola de obrigação, uma força que sustem a tenda de pé. Assombram e fazem sofrer num departamento, para melhor contarmos histórias, acumular experiências, refinar sofrimentos. Noutro departamento são como artistas atrás do empresário à busca de trabalho, entrevistas, contratos. Atropelam-se uns aos outros, amuam se os esquecemos, gritam. Querem que contemos a sua história, o seu pedaço recuperado da berma do caminho.
Às vezes demoram-se pouco tempo, deixam a sua história e voltam à sua vida. Outras vão voltando com histórias novas na bagagem, falam, bebem um café, desfrutam da companhia. A simpatia acaba por se fortalecer a um ponto que não nos apetece que se vão embora. É com esta ultima espécie que se montam os grandes espectáculos, perdão, os grandes romances.
Artur
Os fantasmas ajudam a caravana, martelam estacas, influenciam vantagens que se julgavam perdidas. Escrever é mais ou menos como manter um circo em actividade contra todas as probabilidades de sucesso, compreensão ou reconhecimento.
Os fantasmas são como uma mola de obrigação, uma força que sustem a tenda de pé. Assombram e fazem sofrer num departamento, para melhor contarmos histórias, acumular experiências, refinar sofrimentos. Noutro departamento são como artistas atrás do empresário à busca de trabalho, entrevistas, contratos. Atropelam-se uns aos outros, amuam se os esquecemos, gritam. Querem que contemos a sua história, o seu pedaço recuperado da berma do caminho.
Às vezes demoram-se pouco tempo, deixam a sua história e voltam à sua vida. Outras vão voltando com histórias novas na bagagem, falam, bebem um café, desfrutam da companhia. A simpatia acaba por se fortalecer a um ponto que não nos apetece que se vão embora. É com esta ultima espécie que se montam os grandes espectáculos, perdão, os grandes romances.
Artur
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