Nada nos tinha preparado para isto. Infelizmente, a tristíssima nação portuguesa caiu nas mãos de uma gente ignorante (falta-lhes leitura, estudos, reflexão e pensamento), subserviente de interesses obscuros (que não são, certamente, os do povo português), supinamente incompetente e sumamente estúpida. A sua competência política iguala a de um asno. É altura de lhes explicar uma diferença essencial entre dois conceitos nucleares da filosofia política e que, obviamente, têm um reflexo directo na praxis. Não falo de cátedra (que não possuo, nem nunca ambicionei possuir), nem dou uma lição: procuro apenas compreender melhor a inumanidade e as monstruosidades intelectuais e políticas de um tempo desarticulado. Assim, esta gente precisava de compreender a diferença entre força e poder. Eles têm a força, que lhes advém do facto de terem sido eleitos democraticamente, com um mandato claro de governação. Por outro lado, o poder resulta de um esforço conjunto de todas as pessoas. Nenhuma força é suficientemente grande para vencer o poder; onde quer que a força enfrente o poder, sucumbe. Eles têm a força: legitimidade formal, poder legislativo e executivo, domínio do aparelho repressivo. Nunca terão o poder; não têm a inteligência, o carisma e a cultura suficientes para forjarem os instrumentos necessários para tal. Apesar de estarem loucamente apaixonados pelo poder, aquilo que eles amam tão ardorosamente é uma imagem, um ícone, um fetiche, um fantasma.
1 comentário:
E assim se chega ao a este estado de coisas que sendo um estado de direito, o é graças a pressupostos falsos - a meias-verdades, manipulações e mentiras. E por isso... continuará a ser um "estado de direito"?
Há muito que o deixei de considerar "de direito".
As instituições que deveriam ser respeitadas não se dão ao respeito nem respeitam ninguém.
Portugal um lindo sítio, país suspenso, muito mal frequentado.
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