quarta-feira, 2 de março de 2011

SOMBRAS


Estamos e não estamos, somos e não somos. Somam-se rastos acumulados nos espaços ilusoriamente ocupados, esbatem-se silhuetas, as formas ficam distorcidas, escapa a lucidez de um desenho, a verdadeira imagem de um perfil bem desenhado. Para aqui andamos sem saber andar, à espera de qualquer coisa que tarda em chegar. Qualquer coisa que não se vê, que não se imagina. Qualquer coisa, enfim…

Artur

(Foto de Sofia P.Coelho)

3 comentários:

A.Teixeira disse...

Samuel Beckett terá dado a essa coisa o nome de Godot...

Artur Guilherme Carvalho disse...

Um marco na velha pergunta. Como enquadrar o homem no espaço em que existe? Pertença? Acessório? Efeito? Causa? Elemento Transformador? Nada? En Attendant Godot...

Hélder disse...

Intemporal, actual passados dois anos. Conheço escritores assim. Abraço.