sábado, 3 de fevereiro de 2024

ATRAVÉS DA TEMPESTADE

 

Perante a cegueira do ódio, perante a anestesia da degradação e a banalidade do mal, atravessamos os tempos presentes como uma enorme tempestade sem grande margem de espaço para a contrariar. Baixamos a cabeça e esperamos que os estragos sejam mínimos ou resignamo-nos ao nosso fim. De uma forma ou de outra recorremos a todos os esforços para manter a serenidade. Com ela é possível somar os dias com um mínimo de paz, atravessar estes tempos imaginando que um dia terão forçosamente que terminar.

O importante não é a queda mas o impacto, o importante não é o impacto mas a velocidade…O importante é tentar perceber essa vertigem que nos empurra, essa força descomunal empenhada em nos destruir só porque sim. Sem medo aceitemos essa força e naveguemos pelos territórios do caos enquanto houver embarcação. Nada faz sentido nem nunca fez. Por isso o melhor é tornar o nosso trajecto numa experiência de cooperação e solidariedade. Para quê? Para não dar o caminho como perdido, a existência como desperdício e a evolução como inútil…

Artur