Sia la ventura
di uno stimolo
qualunque.
Lo stato vegetativo
della vita procrastinata
non è bello.
Ché, se il tedio
fosse bello,
la rinuncia
un prodigio,
allora il paradiso
sarebbe il mondo.
La paura
una ventura,
quel che fugge
il vero tesoro
e l’Inverno
l’allegria
di un rinnovamento.
[Haja a ventura / De um estímulo / Qualquer. // O estado vegetativo / Da vida adiada / Não é belo. // Pois, se o tédio / Fosse belo, / A renúncia / Um prodígio, / Então o paraíso / Seria o mundo. / O medo / Uma ventura, / O que escapa / O verdadeiro tesouro / E o Inverno / A alegria / De uma renovação.]
***
Quanto feroce
è il tempo?
Quanto funerea
è la vita?
Vorrei strappare
i miasmi della
paura,
raggiungere
mille orgasmi
di Sole.
[Quão feroz / É o tempo? / Quão funérea / É a vida? // Quisera rasgar / Os miasmas do / medo, / Alcançar / Mil orgasmos / de sol.]
***
Ascoltate:
la vera radice
della penuria
è quel che
si ruba
alla coscienza.
[Escutai: / A vera raiz / Da penúria / É aquilo que / Se furta / À consciência.]
***
Che non vi sia passaggio
delle ore.
Il tempo è ristagno,
o ruota e dismisura.
Il momento fugge,
l’occaso giunge.
Un tempo vi era luce,
e mare e cielo e orizzonte.
[Não haja passagem / Das horas. / O tempo é estanque, / Ou roda e desmesura. // O momento foge, / O ocaso chega. / Outrora havia luz / E mar e céu e horizonte.]
***
L’urgenza sgorga
dal volere
il mondo.
Forse per questo,
certe cose dello
spirito,
sono
nel pieno
indugio.
[A urgência brota / De querer / O mundo. / Talvez por isso, / Certas coisas do / espírito, / Sejam / Na plena / demora.]
*Occaso: voci poetiche dal Portogallo é uma rubrica do blog bottega portosepolto.it, com a curadoria de Fabrizio Boscaglia.