domingo, 17 de julho de 2016

CREDO DE SORTE

Ontem, durante as mais de dez horas a caminho daqui, tive tempo de sobra para pensar sobre o que se passou em Nice. 
E ao ler vários jornais, não fui deixando de me lembrar do que se passou na Noruega há uns anos, onde dezenas de jovens e professores foram chacinados numa ilha por um assassino. Não fui deixando de me lembrar dos assassínios recorrentes nas escolas da América do Norte. Não fui deixando de me lembrar dos ataques aos ônibus no Rio de Janeiro. E de outras coisas, onde a conjugação da questão do Tempo e do Lugar definem se se vive, ou se morre.
Exemplos do sucesso de psicopatas são demasiado frequentes. E nesta frequência de acontecimentos absurdos e bizarros, quando acontecem cometidos por ocidentais, o credo religioso não é chamado à baila.

Em Nice foi um terrorista muçulmano, dizem.
A começar por o tipo ser tão muçulmano, que segundo as notícias daquilo que diziam os vizinhos, fumava muito e apanhava constantes bebedeiras. Podia estar frustrado por não ver o amor dele por Allah correspondido, sei lá!... Mas que se Alá veda o consumo de álcool aos seus fiéis, o tipo sendo muçulmano, era poucochinho.
O que é certo é que de terrorista, tem tanto como o norueguês, ou os americanos que entram a matar nas escolas ou discotecas. E sim, é muito, mas não da forma como os que mandam nas notícias querem fazer crer.
Em três jornais, haviam fotos dele. Ao lado umas das outras, o indivíduo retratado não tinha nada em comum. Podiam perfeitamente ser três bem distintos.
Seria a face do mal, já que o mal não tem face?
Os absurdos, como este ou o norueguês, ou os americanos, ou outro estafermo qualquer nem nome deviam ter. 
Atribuia-se um pseudónimo, uma alcunha, o que fosse, porque barbaridades destas, não deviam ter o nome de quem as comete, registado para a posteridade.
E uma vez mais, voltamos à questão da fragilidade da Vida e da imprevisibilidade do que nos espera, que está tão dependente da Sorte.

Saúde e Sorte.

Hélder 

terça-feira, 5 de julho de 2016

ABBAS KIAROSTAMI

                                                                   1940  -  2016