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Wes Anderson
Reino Unido/
Alemanha 2014
Um hotel é antes de mais um
espaço de passagem, uma alternativa para quem está longe de casa e se quer
deslocar a paragens distantes. Lugar de cruzamento de várias actividades,
profissões e pessoas, ao fim de um tempo o simples espaço de pernoita
transforma-se num armazém de histórias para contar.
No final dos anos sessenta um escritor decide ficar alojado no decadente
Grand Hotel Budapest situado nas montanhas da ficcional república de Zubrowka.
O seu dono, Zero Moustafa apesar de pouco ou nenhum lucro retirar dali, insiste
em mantê-lo em funcionamento. Uma noite em que ambos decidem jantar juntos, o
proprietário resolve contar a história daquele edifício desde o dia em que
começou a trabalhar nele como paquete no longínquo ano de 1932. Há então tempo
para recordar os tempos áureos do Grand Hotel Budapest, bem como do seu
lendário porteiro, o senhor Gustave H, uma herança, um quadro roubado e mais
uma série de encontros e desencontros que vêm terminar na propriedade de
Moustafa.
Baseado em dois livros do autor
austríaco Stefan Zweig ( “Coração Impaciente” e “Êxtase da Transformação”) o
filme assenta essencialmente na fórmula da comédia romântica inventando um
cenário típico da Europa Central repleto de montanhas e neve decorrendo a sua
acção entre os anos trinta e os anos sessenta do século XX. O jovem Moustafa
cedo se torna o companheiro mais chegado de Gustave H, o porteiro do hotel cujo
lema é nunca deixar nenhum desejo de nenhum cliente por satisfazer,
especialmente se esse cliente for uma senhora idosa e rica. Por causa de uma
dessas senhoras e do testamento após a sua morte, Moustafa e Gustave vão-se ver
envolvidos numa trama que vai desde a suspeição de assassinato pelo porteiro
até ao roubo de um quadro da renascença que é avaliado em milhões.
Ao longo desta imensa aventura a
história vai desenhando círculos sobre si própria até terminar na herança final
de Moustafa, ou seja, o próprio hotel.
Sem ser uma grande narrativa o
filme vale pelos cenários fantásticos, quase a roçar o universo da banda
desenhada. Premiado com o Urso de Prata em Berlim e com os oscares para o
Melhor figurino, Melhor Maquilhagem, Direcção de Arte e Banda Sonora, THE GRAND
BUDAPEST HOTEL acaba por nos cativar na medida em que, ao propor-nos uma
fantasia não nos promete nada a não ser uma hora e meia de aventura e
distracção.
Artur
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