quarta-feira, 27 de junho de 2012

NESTA DATA QUERIDA

Foi confrangedor assistir ao triste espectáculo, ou à pindérica encenação destinada a "comemorar" o primeiro aniversário deste (des)governo. Eles, os Professores Doutores, sem gravata, informais, muito sorridentes e satisfeitos consigo próprios. Elas, as Professoras Doutoras, aligeiradamente airosas nos seus casibeques de Verão. O Palco ?  O Palácio da Ajuda, anterior sede do Ministério da Cultura. Os motivos para comemorar eram muitos : uma taxa de desemprego nunca vista anteriormente; insolvências diárias ás catadupas; uma derrapagem orçamental "colossal" - para empregar um termo tão caro ao Professor Doutor Vítor Gaspar - um país completamente devastado, miserável, com um panorama social e económico em degradação acelerada. Em suma, comemorou-se a destruição de um país e a sua transformação em laboratório avançado das experiências pensamento badalhoco neo-liberal que, de catástrofe em catástrofe, nos vai aproximando do Terceiro Mundo : trabalho escravo, ausência de direitos sociais e, não menos importante, uma sociedade de uma vulgaridade espessa e viscosa, sórdida, desmoralizada, em franca, clara e agravada degenerescência.
Há uma ano atrás, estabelecia-se uma mafiosa coligação negativa destinada e obstinada em derrubar o governo PS, utilizando como meio o chumbo do chamado PEC IV. Nas imortais palavras do Professor Doutor Pedro Passos Coelho, a pressa "de ir ao pote" era muita. O Professor Doutor Paulo Portas, cansado de feiras e de beijocar velhinhas em lares de 3ª idade, tinha urgência em ser instalado como Ministro de Negócios Estrangeiros, onde pode exercer o seu alto "sentido de Estado". Os Professores Doutores Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã, revelando a sua enorme irresponsabilidade, juntaram-se a este alegre bando de foliões e aplaudiram com ambas as mãos (ou teria sido com os pés ?) a eliminação de uma Esquerda governamental que, com ou sem Sócrates, nos poderia ter poupado a este estendal de miséria e mediocridade. Resta-me dizer-lhes, como a mãe de Boabdil depois da queda de Granada: "Chora agora como uma mulher aquilo que não soubeste defender como um Homem"

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