quinta-feira, 14 de julho de 2011

A ARCA RUSSA



Alexander Sokurov

Rússia / Alemanha 2002

Tudo começa com a surpresa de um narrador/realizador que “cai de pára-quedas” no Museu Hermitage no início do séc. XVIII. Sendo invisível para todos os que o rodeiam, há no entanto alguém com quem consegue estabelecer contacto. Uma misteriosa personagem de um diplomata francês do séc. XIX que está com o mesmo problema. Não sabem como foram parar ali. Ambos vão então fazer uma pequena viagem através desse espaço que foi desde 1760 a principal residência oficial dos czares. E ao longo dessa viagem ver-se-ão confrontados com episódios históricos que tiveram ali lugar, fundindo Arte e História num percurso de quase três séculos. A construção de S. Petersburgo e o período de Pedro o Grande, a sempre difícil relação da Rússia com a Europa, as guerras, as revoluções, a vida da corte, e outros temas, são aqui debatidos ora em diálogo directo, ora na observação das próprias situações no registo de reconstituição.
Contando com mais de 3 mil actores e figurantes, um guarda-roupa sumptuoso e três orquestras ao vivo num dos maiores palácios do mundo, o filme demorou 3 meses a preparar e foi rodado num único dia, 23 de Dezembro de 2001. Se tudo isto não bastasse para descrever a singularidade e a espectacularidade do filme, acrescentemos que ao misturar uma narrativa inovadora com tecnologia de ponta e um estilo único de realização, Sokurov rodou todo este filme de 90 minutos sempre com o mesmo plano. Inscrito na História do Cinema, A ARCA RUSSA torna-se uma das primeiras obras-primas deste século.

Artur

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