quarta-feira, 28 de março de 2012

PÃO, PAZ, POVO E LIBERDADE

Considerando que as grandes estrelas do comentarismo político português - sejam aquelas que opinam nas televisões ou as que opinam nos jornais ou, ainda, aquelas verdadeiras super-estrelas que poluem simultaneamente os dois meios de comunicação - não conseguiram explicar adequadamente a obsessão dos laranjas pelo José Sócrates, bem patente no último Congresso desta agremiação de ranhosos que dá pelo nome de PSD; considerando ainda que nem sequer os reputados politólogos de serviço ao comentário e ao bitaite avulso foram capazes de adiantar o mínimo argumento explicativo do fenómeno; relembrando que um ranhoso que é presidente da Câmara Municipal de Gaia, chamado Luís Filipe Meneses, se babou de gozo com uma piada parva sobre alunos e exames da Sorbonne (felizmente, desta vez não saiu a chorar depois de ter sido pateado e insultado pelos seus pares, a quem tinha acusado de serem liberais, sulistas e elitistas); tudo isto considerado, dizia eu, resolvi republicar um "post" anterior no qual adianto a minha própria teoria explicativa que, a julgar pelo modo como a gentalha laranja acanalhada se atira ao homem, ainda mantém a sua validade científica. Só mais uma nota: se Sócrates se tivesse abarbatado com um valente tacho, bem remunerado, com todos os luxos e mordomias subsequentes, tal como a canalha laranja está habituada a fazer depois de ter estado abancada durante décadas à mangedoura do Estado, beneficiando os amigos para ser depois beneficiada como pagamento pelo esforço desemvolvido na consciente delapidação dos recursos do Estado, em vez de se ter tornado um simples estudante em Paris, os canalhas laranjas lhe tivessem perdoado com o sorriso complacente que significa "Afinal, é um dos nossos..."


Um método muito, muito, perigoso


Não é Freud quem quer, mas quem pode. Ora, eu posso e quero ser o Dr. Freud durante um breve momento e psicanalisar a direita portuguesa. Dir-me-ão: qual a utilidade do exercício ? o que se poderá obter ao analisar a direita mais estúpida da Europa ? o que se alcançará penetrando nesse vazio insondável, nesse deserto sem fim, nessas catacumbas de inanidade ? Pois bem, a esses cépticos eu respondo : a resolução de um persistente enigma, enigma esse que me tem intrigado atrozmente e que passo a enunciar: qual a razão do ódio tenaz que essa gentalha tem votado a José Sócrates (ódio pessoal, não político, entenda-se bem) ? A recente onda de histeria que os agitou até à loucura depois da última aparição pública do recente estudante de Filosofia, onde tem ela a sua origem ? Finalmente, através de uma intuição muito poderosa, consegui chegar a uma resposta, a uma iluminação que estou pronto a partilhar com todos vós: não é o ódio que os agita, mas sim o amor, ou melhor, o desejo animal, primitivo, cavernícola. À menor menção do nome ou ao mais leve traço de aparição iconográfica de Sócrates, logo as hormonas de ministros e ministras, secretários e secretárias de estado, deputados, jotas e demais militantes do CDS e do PSD entram em feroz ebulição e, sem mesmo terem a coragem de o confessarem a si próprios, sentem-se completamente dominados pelo irreprimível desejo de lhe saltarem para cima, destroçarem-lhe as roupas e fornicarem com ele até se derreterem. O impulso masturbatório, logo satisfeito à socapa no recato dos gabinetes, ou na fundura macia dos estofos de couro dos Audi A7 (em Vespas não é possível) ou dos BMW de serviço, provoca-lhes um sentimento de culpa que nem a ida ao confessionário dos muito católicos poderá apaziguar. Nem ida ao confessionário, nem penitências, nem jejuns, nem mesmo a utilização de cilícios poderá apagar esse fogo que os consome e os não deixa sossegar. Só um acontecimento transcendente poderia, enfim, trazer-lhes a paz que agora não alcançam: depois de "comerem" metaforicamente o homem (fornicando-o até à morte) assarem-no lentamente numa grande fogueira e degustarem prazenteiramente o seu corpo, comendo-o agora literalmente, pedaço a pedaço (começando por aquele que todos nós sabemos), até nada restar da orgia canibal senão os corpos suados e lambuzados de sangue e vísceras, finalmente satisfeitos num último estremeção de prazer

Sem comentários: