Amanhã se não chover, talvez eu volte aquele lugar onde se consegue estar meia hora durante uma vida inteira.
Amanhã, se o vento fôr brando e a noite de luar, sou capaz de pisar aquela terra descalço, numa dança de princípio e fim de todas as coisas.
Amanhã, se ainda lá estiveres, dar-te-ei o beijo que ficou por acabar, a conclusão que te devo numa despedida incompleta.
Amanhã, se ainda não fôr tarde, voltarei a ser o universo total que sempre fui apesar de só conseguir usar um décimo de mim na maior parte dos dias.
Amanhã serei mais forte que a montanha porque a subi e desci vezes sem conta até o meu peito querer rebentar e saltar de mim para fora.
Amanhã e todos os dias celebreraremos a eternidade projectada de sonhos para os questionar, voltar a arrumar na realidade.
Ou eles se tornam uteis ou se perdem dentro de nós...e nós dentro deles.
Artur
6 comentários:
Deus queira que não chova, Artur! Brilhante!
ps: quanto ao almoço, só posso às 5as feiras. Marca. E sim, claro que já li o guião. Temos filme! Abraço.
Depois disto que li... amanhã, mesmo que chova...
... mesmo que chova, eu vou dizer que este bocadinho é dos mais bonitos que já li aqui, e não digo mais nada!!!
Que bonito!!! Mesmo no momento certo.
E como vai chover toda a semana, vou guardar e partilhar, com quem sente assim.
Carlos, Clarice e Elsa,
Têm todos cadeira reservada no auditório dos meus textos. Obrigado pelas vossas palavras. Beijos e abraços
Artur
Continuamos a ler e reler!!
Um prazer, este auditório!
bj.
Elsa
Hoje, porque não chove, agradeço a lágrima que me provocaste.
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