sexta-feira, 7 de março de 2008

A RODA


No aconchego do conforto, entre margens amigáveis que quanto mais abraçam, mais limitam. A vontade inevitável de partir, na suspeita de um enorme e muito mais largo horizonte à nossa espera, uma promessa de absoluto. O sopro de partir porque os limites não foram feitos para nos limitar mas para nos obrigarem a crescer. A vertigem uterina de não poder continuar e…sair.



Desembarque na vida acompanhado de todos os desconfortos que a liberdade nos traz. Procurar comida, aguentar o frio, aproveitar as correntes de ar em busca de um caminho menos acidentado, fugir dos predadores. Procriar no tempo útil destinado pela biologia para o fazer. Perder a pena, penar e voltar a penar. Mais vezes do que gozar, fruir, ter prazer neste voo sem rumo, submetido a regras universais que tiranizam as individualidades. Envelhecer, ser menos ágil, voar menos dias por semana, aguentar cada vez menos o rigor do Inverno…morrer.


Fechar as asas uma última vez…fechar os olhos e escorregar sem pressa para as terras de lado nenhum. Para o estado em que o frio, a fome e os predadores já nada podem. Voltar à liberdade do vazio, à plenitude do Ser. E ser um só com a montanha, as árvores, os regatos e o céu. Ser Um, Total e Absoluto. SER em definitivo…
(Fotos de Sofia P.Coelho)
ARTUR

12 comentários:

Anónimo disse...

Artur!
Agora é a minha vez de dedicar estas imagens (com o teu texto, se não te importares) à Margarida Isidro e ao Paulo Santo.
bjs

margarida isidro disse...

OBRIGADA.

Anónimo disse...

na escarpa mais bonita de algumas das mais belas montanhas do mundo o paulo está lá. e está a sorrir!!!

Anónimo disse...

Há momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis. Contigo foi sempre assim. Faz-nos falta o teu sorriso!

Anónimo disse...

O meu brother so podia estar no cume da montanha, um lugar suberano para quem e UNICO ... de lá recebo a sua LUZ que para sempre me ilumina.
Rita L.

Anónimo disse...

Para o meu irmão Paulo que partiu e que toma conta de mim, para a minha irmã Margarida que ficou, para todos os quantos nos acompanharam, repito o que ele me disse, Força e...encontramo-nos na Meta!

Até já Paulo, fazes-me falta irmão.

Obrigado a todos,
Rui Espirito Santo.

Anónimo disse...

Deixei de Te ver mas nunca Te esquecerei.... Obrigado por me deixares ser tua amiga e por poder partilhar contigo e com a Margarida momentos tão importantes da tua VIDA.
Estarás sempre no meu coração.
Até sempre PAULO.
Isabel

Anónimo disse...

obrigada

ao melhor dos amigos
fazes-falta
"morrer e' so' não ser visto" f p
obrigada alexandra

Nuno Isidro disse...

Conheci em tempos uma Pessoa, eras Tu... mal sabia, que tinha acabado de encontrar, O Meu Irmão.
Podia enumerar um sem fim de coisas, um sem fim de palavras para falar de Ti e da Tua maneira de ser...
Mas, tomei a liberdade de dedicar-te aqui, uma pequena frase que representa tudo aquilo que ambos sabemos e temos como Sentir...

Foi, é e será sempre uma Honra para Mim ter-te como "My Best Men" e acima de tudo, seres o Anjo da Guarda do Diogo e do Eduardo. Lugar este, que não dou a mais ninguém.

Até um dia Mano...

Nuno, Kikas, Diogo e Eduardo

Anónimo disse...

Dizem que a dor e as dificuldades nos fazem crescer...

Não sei se foi por ter perdido dois bons Amigos num espaço de menos do que quatro meses... mas não gosto da Dor, não gosto de crescer... preferia continuar criança, inocente e pura.
Dizia Alves Redol "que um homem não chora, nem que tenha as tripas de fora". Não choro, mas as lágrimas caem-me no rosto, mas é de tripas que se trata! A dor entranha-se, espalha-se e cresce dentro de mim. Não sai no banho, não sai com copos, sol ou chuva. Sairá com as horas, minutos e segundos, cada um deles sentido, cada um deles sofrido, lembrado por tudo e por nada estes Amigos que emboram tenham partido, ainda e sempre cá estarão. Continuo após tudo isto, menos criança...

À "Sónia", desculpa não ter podido ter dado mais de mim.
Ao Paulo, obrigado por teres recebido tudo o que te pude dar.

De alguém que para alguns é anónimo...

Anónimo disse...

Apenas fiz parte de pequenos bocados que cruzámos. Tenho a sorte de saber guardar algumas coisas. A calma que nunca deixei de ver em ti deixava-me por vezes intrigado como serias quando arrancavas e esperarias outros na meta. De coisas de Triatlo, de aviões, certamente de Vida também. Por aqui, por este bocado de gente pequena em tamanho que me calhou .... continuas a aparecer. Calmo, como nunca deixaste de aparecer. Um abraço Paulo. E um beijo para as pessoas tuas,duas das quais me mostraram um pouco o significado de se gostar de alguém: Margarida e Alexandra!

Anónimo disse...

Já tinha passado por aqui.Gostei e tenho voltado. As imagens com as palavras, um casamento perfeito...as palavras prefeitas para estas imagens.