Ouso dirigir-me a V. Exa. na qualidade de militante deste nosso pequeno-grande partido, nesta hora de grande responsabilidade histórica para todos os centristas brilhantemente capitaneados pela figura de grande estadista e timoneiro que V. Exa., Dr. Paulo Portas tem sabido como ninguém interpretar. Grande é o fardo de salvar o nosso Portugal, mas, como se costuma dizer, "quando a tormenta é grande é que os grandes capitães se revelam". Não é por acaso que esta minha prosa está cheia de alusões a temas marítimos: todos conhecemos as preferências de V. Exa. por assuntos do mar, de submarinos, navios avulsos e marinheiros, essa nobre estirpe descendente dos grandes navegadores de antanho. V. Exa. é daqueles que, quando vê um cacilheiro, se põe logo a imaginar navegações para a Índia, o Extremo Oriente, os Brasis, as Austrálias, prova de uma grandeza de alma que o nosso Portugal, o Mundo, o Universo e até mesmo a Europa lhe reconhece, bastando para tal cruzar o olhar com a sua fulgurante figura, com os seus olhos de águia e porte de leão, com o dedo em riste com que ameaça socialistas e comunas, símbolo moderno da espada com que Afonso de Albuquerque amedrontava cafres e fazia vergar de medo indianos e árabes. Enfim, um grande estadista, um Mouzinho de Albuquerque dos tempos modernos.
Mas, note bem V. Exa., não foi para lhe enaltercer as virtudes - sobejamente conhecidas de todos e por todos proclamadas e celebradas - que lhe escrevo; antes me dirijo a V. Exa. para lhe dar conta da profunda inquietude que avassala meu coração centrista e da abissal angústia que me não deixa dormir e cujas causas passo a expôr: Depois da genial performance do Dr. Pires de Lima no Parlamento, onde revelou os seus dotes de comediante, capazes de embaçar os consabidos talentos histriónicos de um Vasco Santana, de um António Silva e, vá lá, de um Herman José (com o pequeno incómodo de este último não ser dos nossos), os esquerdelhos e os escribas do reviralho têm-se vindo a aliviar de aleivosias e maledicência a granel, cobrindo de pilhérias e objurgatórias o genial cómico e brilhante ministro (não esqueçamos que foi ele o autor do "milagre económico") : que é ridículo, que não se respeita a si próprio, que é patético, que não devia abusar do produto que produzia antes de ser chamado a "milagrar" a economia portuguesa (uma conhecida marca de cerveja que agora não me ocorre); chamam-lhe o Pires de Tremoços, dizem que perdeu a tineta, entre outros dislates indignos de serem aqui reproduzidos. Mas, como se costuma dizer, "os cães passam e a caravana ladra", ou qualquer coisa do género. O mais grave de tudo, aquilo que sinceramente ofende, magoa e humilha, é essa gentalha esquerdista e fedorenta andar a dizer que o Ministro Pires é contra "taxas" e "taxinhas" do António Costa em Lisboa, mas nada tem contra os "tachos" e "tachinhos" com que a actual maioria (a nossa, pois claro) tem colonizado e vampirizado o aparelho de estado, enchendo-o de bois boys e tipas incompetentes, rapazolas e rapariguinhas acabados de desmamar e arrancados à pressa às actividades lúdicas das juventudes partidárias e colocados em altos cargos, com vencimentos que triplicam aqueles que são auferidos por pessoas qualificadas, competentes e com décadas de serviço ao Estado. Isto, rosna esta gente medonha, ao mesmo tempo que se despedem enviam para a requalificação dezenas de milhares de funcionários públicos. Não compreendem, não querem compreender esta brilhante estratégia de redução de desemprego levada a cabo por este governo, e que visa sobretudo combater a alta taxa de desemprego jovem, flagelo de uma geração de jovens promissores, altamente qualificados e dignos militantes dessas escolas de excelsas qualidades e elevadas virtudes que são as jotinhas (principalmente a nossa JC). Para finalizar, queria ainda referir o lapso cometido pelo milagreiro ao referir o banho que o ex-Ministro Manuel Pinho teria tomado com a actriz francesa Catherine Deneuve (o santo Pires de Lima enganou-se: não foi com Catherine Deneuve que o Pinho se banhou, mas com aquele trangalhadanças campeão olímpico de natação). Toda a gente sabe que a Madame Deneuve, símbolo internacional de elegância, beleza e talento (capaz de rivalizar com o nosso Pires de Tremoços Lima, porra, até eu me engano) é um fetiche particular do nosso CDS-PP (a Catherine Deneuve é nossa, não é de Moscovo, como diziamos nos negros tempos do PREC), mas, qualquer referência a essa actriz é logo motivo para novas aleivosias e insinuações maldizentes. A evitar, portanto.
Subscrevo-me com a devida vénia
JACINTO LEITE CAPELO REGO
1 comentário:
Arnaldamigo
Já saiu o Crónicas das minhas teclas e até já tenho o primeiro exemplar. Estou feliz; depois da trabalheira e confusões, o parto foi sem dor…
E na quarta-feira, 26 pelas seis da tarde espero-te no Palácio da Independência
Abç
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