domingo, 2 de março de 2014

SIGNS OF THE SILHOUETTE

Os sons vão e voltam como correntes de ar, escondem-se para voltar a aparecer desenhando linhas de jazz e rock suspensas enquanto as imagens vão desfilando sobre músicos sem rosto e instrumentos perdidos nas sombras, ocupando literalmente todo o espaço cénico. Neste projecto conceptual, a música responde a projecções vídeo originais da autoria de Miguel Cravo. Nascido em 2011, SIGNS OF THE SILHOUETTE é o resultado de uma longa troca de impressões entre dois tipos de arte. A Música interpreta as imagens, corre atrás delas para as revestir de sons. O improviso é apenas o suporte visual de uma imagem interpretada. A banda oscila entre sonoridades simples e complexas através da guitarra eléctrica (Jorge Nuno) e da bateria (João Paulo Entrezede). O seu desempenho consiste num diálogo entre o corpo transmutado e a percepção da imagem vivida in loco, através de uma resposta reactiva e presencial. O trabalho publicado até aqui consiste numa trilogia (Monochrome) onde se privilegiam a percepção ( Signs of the Silhouette), criação e transformação (Rocket Fish) e a nostalgia imperfeita (Land Garden), expressas por obras vídeo. O grupo fez recentemente um tour por terras brasileiras onde foi bastante bem acolhido. Neste momento está a terminar a edição “Spring Grove”, o seu último álbum, para a Banbalam Records, editora francesa. Completamente fora dos canais normais da expressão musical a que estamos habituados, uma das grandes vantagens deste projecto é a liberdade imaginativa deixada ao critério de quem a ouve. Pessoalmente funcionou como uma caixa de várias opções para a banda sonora de um filme, na medida em que segue a métrica da linguagem cinematográfica desde os tempos mortos, as imagens vazias, os estados de espírito, a velocidade, etc. Sendo praticamente subsidiária das imagens que varrem o palco, na medida em que delas pretende dar um interpretação, a música atinge a sua autonomia estando pronta a ser usada em qualquer outro bloco de imagens que venha a aparecer. Ao projecto SIGNS OF THE SILHOUETTE desejamos as maiores felicidades. Artur Carvalho

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