Sou um afortunado por ter tido oportunidade de conhecer a Grécia. Várias vezes. Tive oportunidade de fazer amigos e discutir as particularidades lusas e as helénicas. Surpresa extraordinária: apesar de serem dos povos europeus que estão mais longe, são dos mais incrivelmente similares. Física, mental e comportamentalmente, embora eles, os gregos, só sejam um bocadinho mais irreverentes e saudavelmente selvagens do que nós (por exemplo, lá fuma-se em todo o lado, e nós aqui, com mariquices se a área de fumadores respeita a legislação...). Mas as relações inter-familiares, a vida nas vilas e a relação com o poder político é quase decalcado um do outro, com idênticas relações de amizade, cumplicidade, compadrio ou corrupção. Não deixa de ser paradoxal que uma civilização que funda os alicerces filosóficos do Velho Continente, e outra que se aventura, séculos mais tarde em dar corajosamente uma nova dimensão ao mundo, se vejam no mesmo espaço temporal, vítimas das suas próprias escolhas e do rumo fácil que quiseram manter por várias décadas. A fuga para a frente, no endividamento supostamente brando e dócil, levou estes dois países a bater com toda a força no muro dos abutres financeiros que já há muito o andavam erguer. Agora são dois países, reféns de políticas que os podem levar ainda mais fundo. Sem que sejam capazes de punir os verdadeiros responsáveis... São inclusivamente dois países com percurso político muito parecido, com laivos de glória perdidos em crises cíclicas e amargamente parecidas.
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Sou um afortunado por ter tido oportunidade de conhecer a Grécia. Várias vezes. Tive oportunidade de fazer amigos e discutir as particularidades lusas e as helénicas. Surpresa extraordinária: apesar de serem dos povos europeus que estão mais longe, são dos mais incrivelmente similares. Física, mental e comportamentalmente, embora eles, os gregos, só sejam um bocadinho mais irreverentes e saudavelmente selvagens do que nós (por exemplo, lá fuma-se em todo o lado, e nós aqui, com mariquices se a área de fumadores respeita a legislação...). Mas as relações inter-familiares, a vida nas vilas e a relação com o poder político é quase decalcado um do outro, com idênticas relações de amizade, cumplicidade, compadrio ou corrupção. Não deixa de ser paradoxal que uma civilização que funda os alicerces filosóficos do Velho Continente, e outra que se aventura, séculos mais tarde em dar corajosamente uma nova dimensão ao mundo, se vejam no mesmo espaço temporal, vítimas das suas próprias escolhas e do rumo fácil que quiseram manter por várias décadas. A fuga para a frente, no endividamento supostamente brando e dócil, levou estes dois países a bater com toda a força no muro dos abutres financeiros que já há muito o andavam erguer. Agora são dois países, reféns de políticas que os podem levar ainda mais fundo. Sem que sejam capazes de punir os verdadeiros responsáveis...
São inclusivamente dois países com percurso político muito parecido, com laivos de glória perdidos em crises cíclicas e amargamente parecidas.
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