sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

NEW YORK -BLACK & WHITE





Fotos de Sofia P.Coelho

Passos apressados, multidões inquietas em movimento, a correria para todas as direcções e para lado nenhum. As cores, os dias cinzentos, sem elas, bagatelas escondidas numa banca improvisada de rua. O movimento, as pessoas atropeladas de atraso que correm para o destino que desaparece nas entranhas da neblina do Hudson. Uma mulher, um olhar breve de convite ou de saudação, Salinger e Kerouack bêbados numa esquina agarrados a dois sacos de papel pardo que escondem garrafas. Profetas de cruzamento arengando o fim dos tempos sobre as cabeças anónimas que não param, apenas registam à passagem este ou aquele detalhe. Harold Loyd pendurado num relógio de arranha-céus, Penn Station de gangsters e policias incorruptíveis, carrinhos de bébé que caem na escadaria, escadas rolantes que se movem ao jeito de "Carlitos Way". Cheiro de baunilha e pretzles sobre os taxis amarelos, colunas de fumo saem das tampas de esgoto, os chineses vendem tudo o que há para vender no seu bairro. De Niro escapa-se por uma viela a caminho de Mott Street carregado de ópio. Ama-se e não se ama nesta Babilónia dos tempos modernos, ou capital da Humanidade, conforme as ópticas de observação. Odeia-se e não se tem tempo para odiar, o dinheiro circula à velocidade do som. Central Park para descontraír, a neve, o lago gelado e os esquilos. Digo adeus na direcção da casa do Paul Auster. Hei-de voltar, de dar a volta ao parque e parar na porta do Dakota Building a tempo de me lembrar do Lennon, ou de parar num bar de jazz à 5a Feira e ouvir a banda do Woody Allen. Café WHA para relembrar, reviver, café expresso, Budweiser...Tudo acontece ao mesmo tempo nesta cidade que nunca dorme.......
ARTUR

2 comentários:

Clarice disse...

NY, fui por arrasto... quando lá cheguei, fiquei apaixonada! Tudo me era famíliar, os meus olhos já tinham olhado aqueles lugares tantas vezes no cinema, e era eu que agora estava ali... Adoro NY e vou voltar, ai vou,vou!:)Ainda por cima depois de ler este teu texto...

Artur Guilherme Carvalho disse...

New York, a capital do mundo, o paraíso babilónico do máximo de tudo. O exagero e a magia... and so on, and so on. Obrigado pela tua visita Clarice. Volta sempre.
ARTUR