São precisas várias viagens ao vale das lágrimas para conseguir fazer nascer uma gargalhada; são muitas horas de solidão para multiplicar personagens com várias vozes e tiques diferentes. E no fim acabamos sempre sozinhos com a nossa imagem reflectida num espelho ou numa câmara que filma. Atravessamos multidões para aprender a viver sozinhos. Nadamos travessias de sofrimento sem fim nem sentido para melhor compreender, para melhor aguentar o peso que não nos pertence, o personagem com o qual nada temos a ver. Todos os momentos altos em conjunto, todos os momentos maus em sofrimento são aulas do curso da solidão. Todos os dias de vida plena são lições de preparação para a morte. Até um tempo em que tudo fará sentido definitivamente. Naquele tempo sem importância. Naquele famoso e inútil dia depois do último...
Artur
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