quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

PORQUE É QUE PORQUÊ ?


 

Daqui a uns meses o tema mudará…muda sempre. O virus pandémico acabará por ser neutralizado por uma vacina, por imunidade colectiva ou, discretamente sairá de cena dando como encerrados os seus trabalhos. Algumas partes dos teóricos da conspiração acabarão por se revelar verdadeiras, outras não. Nessa altura outro medo nascerá, outra tragédia nos irá encher os dias para que a nossa condição de ovelhas assustadas não seja alterada. Se pararmos para pensar e respirar um bocadinho a maior parte das coisas passa a ter outro sentido, o medo torna-se menos intenso e aquilo que achamos ser fica posto em causa. Não passamos de um cagagésimo de tempo a viver num cagagésimo de espaço no meio do universo. Porque é que haveríamos de ser importantes? Porque é que havemos de acreditar sem espírito crítico outros como nós que dirigem o circo enquanto nos sujeitamos sempre a montar as bancadas? Um circo que está sempre em perigo, ora pelo fogo, ora pelas chuvas, ora pelo vento, ora pela falta de pessoas na assistência?

E porque é que não aproveitamos a vivência de tempos anormais para nos realinharmos no plano da existência e do comportamento ? Porquê ? Primeiro porque aquilo que nos acontece, a maior parte das vezes não tem nada a ver com a nossa vontade. Por mais que amemos alguém ele morrerá sem que nada possa ser feito por nós para o evitar. Se a Economia entra em crise, o nosso contributo de pouco ou nada valeu para isso acontecer. Por mais atentos que possamos estar em relação à preservação do ambiente, nunca chega. A degradação continua bem como o complexo de culpa que nos metem na repetição do discurso como se dependesse de nós. Não depende.  Os fenómenos da conjuntura são sempre insondáveis mas acabam sempre mal e com as piores consequências sobre os mais fracos. Sempre. Dá ideia de estarmos dentro de um jogo de futebol com um árbitro corrupto que e engana sempre para o mesmo lado.

O medo é orientado em vagas que se aproximam e afastam para melhor controle das multidões. Não percebemos nada do que se passa nem nunca vamos perceber.

 

 

 

 

 

 

Assumamos pois o cagagésimo que somos para cagar de alto neste cenário absurdo e sem sentido onde fomos obrigados a viver. Não saindo dele mas subvertendo-o através de acções e comportamentos com os quais nos consigamos identificar. Com razões de benefício e partilha com os outros, de conciliação com o ambiente, respeitando a vida e os mais fracos. Equilibrando as relações de trabalho. Transformando o Absurdo numa coisa mais agradável em que a ausência de sentido deveria premiar quem sempre o quis encontrar. Qualquer coisa deste género…

 

Artur

 

1 comentário:

Isa David disse...

Tentamos, Artur... tentamos.