Tenho por vezes mencionado as 'cornadas de grilo'.
O nefasto imponderável que é capaz de nos fazer tanto mal quando menos se espera, podendo ser na sua máxima magnitude, fatal.
07:33 locais (menos 4 horas que em Portugal).
Sou acordado cá no alto do 21º andar com o som de foguetes.
Ao segundo estrondo, percebo que não são foguetes. Quem já ouviu o som do disparo de uma arma percebe a diferença. Foram seis mais ou menos seguidos.
Depois silêncio.
Lá fora é de dia e o início da hora de ponta. Abro as cortinas e a avenida banhada pelo sol nascente, está talhada de tanto carro, autocarros e motas que se esgueiram por espaços que vistos cá de cima não existem.
Há gente a fugir de um ponto aqui mesmo por baixo, em todas as direcções.
O trânsito pára.
Alguns momentos depois, aos poucos os mais corajosos ou inconscientes vão voltando ao local. Entretanto outros correm para autocarros que vão passando e obrigam-nos a parar fora da paragem para entrarem. Percebe-se algum desespero.
O viaduto que cobre a paragem de autocarros não me deixa ver o que se passa. Mas foi ali que se passou qualquer coisa. As pessoas vão-se aglomerando na passagem aérea que atravessa a avenida e o viaduto.
Alguns minutos depois, duas motas da polícia. Mais uns momentos e aparecem carros, mais jipes, e um helicóptero.
A cornada de grilo teve o tamanho de um bilhete de autocarro e foi fatal para o fiscal da transportadora.
Saúde e Sorte.
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