quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

ESCREVER


Não te tortures a perguntares-te sobre o que hás-de escrever. Pergunta-te antes sobre o que à tua volta te impõe essa necessidade. Política, filosofia literatura, artes plásticas, música. Mas sobretudo a apetência dos outros para te lerem o que escreves. A razão primeira de uma obra que faças está naquilo em que tudo isso se funde e é em ti depois a graça da plenitude que te visitava quando escrevias. Não existe. O acto de escrever não é já um acto religioso, não é sequer o entretenimento de um acto mecânico, mas apenas a náusea do tédio. Não percas tempo a perguntar-te sobre o que hás-de escrever. Vê apenas se consegues não vomitar.

Vergílio Ferreira

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