Look out, Mama, there's a white boat comin' up the river
terça-feira, 11 de novembro de 2025
POWDERFINGER
sexta-feira, 7 de novembro de 2025
Caravelas (Elsa Bettencourt)
segunda-feira, 13 de outubro de 2025
segunda-feira, 29 de setembro de 2025
THE HOLLOW MEN
We are the hollow men
We are the stuffed menLeaning together
Headpiece filled with straw. Alas!
Our dried voices, when
We whisper together
Are quiet and meaningless
As wind in dry grass
Or rats' feet over broken glass
In our dry cellar
Shape without form, shade without colour,
Paralysed force, gesture without motion;
Those who have crossed
With direct eyes, to death's other Kingdom
Remember us-if at all-not as lost
Violent souls, but only
As the hollow men
The stuffed men.
II
Eyes I dare not meet in dreams
In death's dream kingdom
These do not appear:
There, the eyes are
Sunlight on a broken column
There, is a tree swinging
And voices are
In the wind's singing
More distant and more solemn
Than a fading star.
Let me be no nearer
In death's dream kingdom
Let me also wear
Such deliberate disguises
Rat's coat, crowskin, crossed staves
In a field
Behaving as the wind behaves
No nearer-
Not that final meeting
In the twilight kingdom
III
This is the dead land
This is cactus land
Here the stone images
Are raised, here they receive
The supplication of a dead man's hand
Under the twinkle of a fading star.
Is it like this
In death's other kingdom
Waking alone
At the hour when we are
Trembling with tenderness
Lips that would kiss
Form prayers to broken stone.
IV
The eyes are not here
There are no eyes here
In this valley of dying stars
In this hollow valley
This broken jaw of our lost kingdoms
In this last of meeting places
We grope together
And avoid speech
Gathered on this beach of the tumid river
Sightless, unless
The eyes reappear
As the perpetual star
Multifoliate rose
Of death's twilight kingdom
The hope only
Of empty men.
V
Here we go round the prickly pear
Prickly pear prickly pear
Here we go round the prickly pear
At five o'clock in the morning.
Between the idea
And the reality
Between the motion
And the act
Falls the Shadow
For Thine is the Kingdom
Between the conception
And the creation
Between the emotion
And the response
Falls the Shadow
Life is very long
Between the desire
And the spasm
Between the potency
And the existence
Between the essence
And the descent
Falls the Shadow
For Thine is the Kingdom
For Thine is
Life is
For Thine is the
This is the way the world ends
This is the way the world ends
This is the way the world ends
Not with a bang but a whimper.
domingo, 24 de agosto de 2025
sábado, 23 de agosto de 2025
AI PORTUGAL, PORTUGAL...
Portugal é como um hotel de luxo ocupado por hordas de estudantes do secundário em viagem de finalistas...
quarta-feira, 4 de junho de 2025
segunda-feira, 2 de junho de 2025
quinta-feira, 29 de maio de 2025
PICTURES OF YOU (lyrics)
I've been looking so long at these pictures of you
I've been living so long with my pictures of you
That I almost believe that the pictures are all I can feel
As I ran to your heart to be near
And we kissed as the sky fell in, holding you close
How I always held close in your fear
Remembering you running soft through the night
You were bigger and brighter and wider than snow
You screamed at the make-believe, screamed at the sky
And you finally found all your courage to let it all go
Crying for the death of your heart
You were stone white, so delicate
Lost in the cold
You were always so lost in the dark
Remembering you, how you used to be
Slow drowned, you were angels
So much more than everything
Hold for the last time then slip away quietly
Open my eyes, but I never see anything
I could have held on to your heart
If only I'd thought of the right words
I wouldn't be breaking apart all my pictures of you
But I never hold on to your heart
Looking so long for the words to be true
But always just breaking apart
My pictures of you
Than to feel you deep in my heart
There was nothing in the world that I ever wanted more
Than to never feel the breaking apart
My pictures of you
terça-feira, 27 de maio de 2025
O EUTANASIADOR
"Só existe um problema filosófico realmente sério: o suicídio. Julgar se a vida vale ou não vale a pena ser vivida é responder à pergunta fundamental da filosofia. O resto, se o mundo tem três dimensões, se o espírito tem nove ou doze categorias, vem depois.”
Albert Camus
Texto: Paula Guimarães
Encenação: Diogo Infante
Interpretação: Sérgio Praia
Exibição até 29 de Junho no Teatro da Trindade
A morte é a questão mais absoluta de todas as civilizações. O suicídio é o tema mais absoluto de toda a Filosofia. No modo como lidamos e reflectimos um e outro conseguimos encontrar a medida e o relacionamento com os nossos padrões de cultura, a nossa organização mental, o entendimento de nós próprios.
Um homem apresenta-se-nos no palco, separado do público através de um gradeamento prisional. Uma voz off procede ao interrogatório. O crime de que é acusado? O homicídio de várias pessoas por vontade das mesmas. A partir daqui partimos numa viagem alucinante onde são descritas histórias de várias pessoas que, tendo escolhido a morte não tiveram a força ou a coragem de o fazer sozinhas. Por isso recorreram aos serviços deste homem, o Eutanasiador, que as ajudou a cumprir a sua vontade. Escolhendo o processo, assinando um contrato de prestação de serviços, assumindo a sua escolha para memória futura.
E ao longo deste quase monólogo vamos assistir ao desenrolar de um enorme novelo de questões que são mais familiares no nosso quotidiano do que à primeira vista poderiam parecer. Logo à cabeça o direito à escolha. O direito de um indivíduo decidir soberanamente acerca do términus da sua existência, a figura clássica do suicídio. A dignidade de morrer minimizando o sofrimento e a degradação inevitáveis do corpo. A fronteira entre o conceito de crime e o de culpa.
Apresentando-se como um ser amoral, hedonista, insensível e sedutor, o Eutanasiador acaba por se revelar ao mesmo tempo um assassino material, um manipulador e um manipulado. Fascinado pela morte vê ao mesmo tempo nessa actividade um “nicho de mercado”, uma forma de ganhar dinheiro apesar do contratempo da publicidade lhe dificultar o trabalho. Se por um lado não pode pôr um anúncio a oferecer os seus serviços também não pode contar com a clientela para os recomendar a outros potenciais clientes... O humor negro pontua a carga dramática como forma de aligeirar o ambiente. Uma atmosfera onde ninguém se consegue sentir confortável e dentro da qual se vai construindo um convite a cada um para fazer parte da estrutura dramática. Tema tabu, a eutanásia, tal como a morte, é ainda hoje um tema incómodo, um impecilho que se varre para debaixo do tapete no discurso da sociedade. Todos sabemos que existe, todos sabemos que a nossa existência acabará um dia, mas isso não é assunto para conversar. E dentro desse desconforto escondemos desejos que ainda menos revelamos. Há um momento em que o Eutanasiador se vira para os interrogadores e lhes pergunta:
- Se calhar até têm alguma inveja do meu trabalho. Quantas vezes não desejaram matar este ou aquele e, simplesmente, não tiveram coragem de o fazer...ou admitir?
Nesta altura não é só o interrogador que é interpelado, mas cada um de nós.
Por fim o Eutanasiador deixa-se capturar. Não por falha própria mas para dessa forma poder dar testemunho da sua actividade, do seu profissionalismo, para que o mundo conheça o seu nome e a eficácia do seu desempenho. Por isso vai deixando pistas, desleixa-se. Aqui não sabemos se o motivo para pôr um fim na sua carreira se deverá apenas a uma necessidade de divulgação do seu trabalho, a uma exigência de gratificação do ego, ou se também o seu fim se aproxima (há um espasmo durante o interrogatório indicador de algum problema de saúde). Não sabemos. O texto não nos dá direcções, não debate conceitos nem estados de consciência. Aquilo que faz, e de uma forma brilhante é confrontar-nos, interrogar-nos, pôr-nos a pensar. E é nesta inquietude estimulante que reside grande parte do êxito desta obra.
Autora premiada, jurista de formação e formadora na área do envelhecimento e do direito das pessoas idosas e com demência, Paula Guimarães alcança aqui mais um patamar de qualidade e enriquecimento do património cultural no seu já longo trajecto criativo. A encenação de Diogo Infante é perfeita, envolvente e ao mesmo tempo estimulante do princípio até ao fim. Por fim a interpretação do actor Sérgio Praia revela sobriedade, realismo e um posicionamento que rapidamente transforma o seu texto num diálogo com uma plateia de caras conhecidas, amigos de longa data habituados a longas conversas.
Tudo isto somado, estamos perante um grande momento de teatro, uma proposta desafiante fora da caixa, em suma, num belo momento de criação cultural.
Artur Guilherme Carvalho



