tag:blogger.com,1999:blog-85089007924623977092024-03-16T20:41:13.405+00:00As Partes do TodoEspaço cultural de crónica urbana, varanda de debate literário,balcão de observatório cinematográfico e de outros...Artur Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06628229605704855909noreply@blogger.comBlogger2601125tag:blogger.com,1999:blog-8508900792462397709.post-49567815551224297002024-03-12T12:18:00.002+00:002024-03-12T12:18:41.736+00:00HISTÓRIAS DENTRO DE HISTÓRIAS<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDl9bYR6NDbP8XGX8PZENhtfVoOpsu2YTJQXMuhNZJ2giBS1KGzkeKK1XZ5FU8MTiSPqaBIrS2kNoxc3jMfV0daxpo68cLm-2sIOn2qfhKnV16dxutvnQCwykH0oBfeZsNy4VRbAz1A6YA8Gz4eJlm9OZiKJosc9vESVou_1htgBpLoVeIniq7XOByee0/s2892/L2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2892" data-original-width="2194" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDl9bYR6NDbP8XGX8PZENhtfVoOpsu2YTJQXMuhNZJ2giBS1KGzkeKK1XZ5FU8MTiSPqaBIrS2kNoxc3jMfV0daxpo68cLm-2sIOn2qfhKnV16dxutvnQCwykH0oBfeZsNy4VRbAz1A6YA8Gz4eJlm9OZiKJosc9vESVou_1htgBpLoVeIniq7XOByee0/s320/L2.jpg" width="243" /></a></div><br /> <p></p><p><br /></p><p></p><p class="MsoNormal">Acordo de manhã sentindo-me perdido, sensação que me
acompanhou quase sempre ao longo de uma vida inteira. A busca incessante de um
rumo seria só por si razão suficiente para encontrar algum. Mas não foi. Não há
certezas de nada, nunca houve. Só dúvidas, só questões, só interrogações que
ficam a pairar no ar como uma constipação prolongada que nunca mais tem fim.
Desligo a televisão e o telefone, elementos que entendo manterem no ar um
quadro de emoções paralisante, uma depressão inútil, um ambiente que imobiliza
e enfraquece a vontade. Percorro a estante no corredor, testemunho de uma vida,
marcos de existência. Uma biblioteca como caminho percorrido. Estico um braço e
viro a cara na direcção oposta. Tiro um livro, um livro qualquer. Todos os
livros interessam, todos os livros contam alguma coisa. São vozes caladas que
conspiram no silêncio das narrativas. Aprende-se sempre qualquer coisa com
eles, ouve-se a história de alguém…de alguma coisa. As histórias são a maneira
que encontrámos para não nos sentirmos sozinhos, a resistência ao conceito da morte,
do nosso estatuto de coisa finita, que termina irremediavelmente. Deixando
testemunho, real ou ficcional, vencemos o nosso fim, continuamos o diálogo com
os que ainda hão-de vir, ficamos depois de partir. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Somos histórias dentro de histórias, pedaços de tempo que se
cruzam ou caminham em paralelo deixando para trás os registos de passagem para
que alguém os leia no futuro enquanto os acumula na sua própria caminhada. São
memórias antigas, paixões, ódios, aventuras. Os livros estão cá e continuarão a
estar muito depois de partirmos contando partes da realidade, vivida ou
ficcionada, dialogando com quem os quiser abrir. Ensinam sempre alguma coisa,
descrevem paisagens por explorar, abrem horizontes nas nossas mentes permitindo
evoluir na forma como nos vemos a nós e ao mundo onde vivemos. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Ao longo do corredor uma estante serve de registo da
caminhada, um gigantesco depósito de memórias e narrativas sempre actuais para
quem a quiser visitar. Tem sempre uma resposta, uma ideia, uma emoção guardada
para entregar.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">No mundo das vozes que se vão calando alguém continuará a
falar, a pensar, a colocar questões. No mundo das estantes esquecidas em
corredores das casas haverá sempre o ruído de passos curiosos que se
aproximarão e esticarão o braço na direcção de uma capa, de um título, de uma
encadernação apelativa. E por momentos a solidão deixará a casa para fumar um
cigarro lá fora, a morte será acometida de uma longa constipação daquelas que
nunca mais acabam. E a conversa será eterna.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal">Artur<o:p></o:p></p><br /><p></p>Artur Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06628229605704855909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8508900792462397709.post-5921636750920323042024-03-03T13:58:00.001+00:002024-03-03T13:58:16.948+00:0020230303<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgp3IadOyYJZoiMtazucFvUu8f59OTX8AduNKhT3ysE16bYziVbNvQdrN0wfvJicp-EF7xrRLDJduAUdWB1oloDKlHjf3uoEJae3tMF4McP3CWSZJ4mAHZO3-BVClHTPoN1ZqenWi5SrFSmUShiZ9EnH1tBiovn0FWCtdHWSNeI4gw6teXUgnIVJvLJtSc/s2048/Arse.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="922" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgp3IadOyYJZoiMtazucFvUu8f59OTX8AduNKhT3ysE16bYziVbNvQdrN0wfvJicp-EF7xrRLDJduAUdWB1oloDKlHjf3uoEJae3tMF4McP3CWSZJ4mAHZO3-BVClHTPoN1ZqenWi5SrFSmUShiZ9EnH1tBiovn0FWCtdHWSNeI4gw6teXUgnIVJvLJtSc/s320/Arse.jpg" width="144" /></a></div><br /> <span style="background-color: white; color: #050505; font-family: inherit; font-size: 15px; white-space-collapse: preserve;">Terceiro dia do terceiro mês de dois mil e vinte e quatro</span><p></p><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Que fazer à dor quando </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">ela transpira pelos olhos </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">e não a conseguimos segurar? </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Será <span style="font-family: inherit;"><a style="color: #385898; cursor: pointer; font-family: inherit;" tabindex="-1"></a></span>tempestade no nosso olhar, </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">soluços a ribombar, </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">ou somente um cravo espetado </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">no músculo de amar? </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Ficarão os nossos passos presos </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">pelos grilhões da incerteza </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">ou serão asas cheias de penas </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">e nenhuma leveza? </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Há coisas que não se explicam </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">senão pela posição das estrelas, </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">pelo nosso reflexo na íris dum animal, </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">ou pela sombra do mastro </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">no horizonte redondo </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">da memória nada virtual.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Elsa Bettencourt</div></div>Artur Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06628229605704855909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8508900792462397709.post-60228020639316593752024-02-03T12:44:00.002+00:002024-02-03T12:44:24.112+00:00ATRAVÉS DA TEMPESTADE<p> </p><p class="MsoNormal">Perante a cegueira do ódio, perante a anestesia da
degradação e a banalidade do mal, atravessamos os tempos presentes como uma
enorme tempestade sem grande margem de espaço para a contrariar. Baixamos a
cabeça e esperamos que os estragos sejam mínimos ou resignamo-nos ao nosso fim.
De uma forma ou de outra recorremos a todos os esforços para manter a
serenidade. Com ela é possível somar os dias com um mínimo de paz, atravessar
estes tempos imaginando que um dia terão forçosamente que terminar.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">O importante não é a queda mas o impacto, o importante não é
o impacto mas a velocidade…O importante é tentar perceber essa vertigem que nos
empurra, essa força descomunal empenhada em nos destruir só porque sim. Sem
medo aceitemos essa força e naveguemos pelos territórios do caos enquanto houver
embarcação. Nada faz sentido nem nunca fez. Por isso o melhor é tornar o nosso
trajecto numa experiência de cooperação e solidariedade. Para quê? Para não dar
o caminho como perdido, a existência como desperdício e a evolução como inútil…<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Artur<o:p></o:p></p>Artur Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06628229605704855909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8508900792462397709.post-48010891488921272922024-01-28T16:03:00.006+00:002024-01-28T16:06:28.275+00:00I SIT AND LOOK OUT UPON ALL THE SUFFERINGS OF THE WORLD<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgixiuCFcM_sTOhJtVOfpXMIg_E_f1HuiTsuFIo3zLXlfY2SgyR23DEajO8wDtITqnJnXXNHRxrDD-18E7W1brhwhoc4qSz2vCVQBJyOyrFu51oLvl9LoBkPLwZAvz8eXoR257OuxqBZUSlYSMtcqcVR0sErU2MgSvNbp6OPiFLeNaOLez5zY04Jcb1H2U/s600/2.%20WaltWhitman_DYHJ27.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="450" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgixiuCFcM_sTOhJtVOfpXMIg_E_f1HuiTsuFIo3zLXlfY2SgyR23DEajO8wDtITqnJnXXNHRxrDD-18E7W1brhwhoc4qSz2vCVQBJyOyrFu51oLvl9LoBkPLwZAvz8eXoR257OuxqBZUSlYSMtcqcVR0sErU2MgSvNbp6OPiFLeNaOLez5zY04Jcb1H2U/s320/2.%20WaltWhitman_DYHJ27.jpg" width="240" /></a></div><br /> <p></p><p>I sit and look upon all the sorrows of the world, and upon all opression and shame,</p><p>I hear secret convulsive sobs from young men at anguish</p><p>with themselves, remorseful after deed done,</p><p>II see in low life the mother misused by her children,</p><p>dying, neglected, gaunt, desperate,</p><p>I see the wife misused by the husband, I see the treacherous seducer of young women,</p><p>I mark the ranklings of jealousy and unrequited love attempted to be hid, I see these sights on the earth,.</p><p>I see the workings of battle, pestilence, tiranny, I see martyrs and prisoners,</p><p>I observe a famine at sea, I observe the sailors casting lots who shall be killed to preserve the lives</p><p>of the rest,</p><p>I observe the slights and degradations cast by arrogant persons upon laborers, the poor, and upon negroes and the like;</p><p>All these - all the meanness and agony without end I Sitting look out upon,</p><p><br /></p><p>See, hear, and am silent</p><p><br /></p><p>Whalt Withman ( 1819 - 1892)</p>Artur Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06628229605704855909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8508900792462397709.post-86105018099636200002024-01-27T15:17:00.000+00:002024-01-27T15:17:01.688+00:00INDO COM AS FOLHAS QUE SE SOLTARAM<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdssvJRCkcEJrH_3VJZJtBPBuMCEpeZi5ARKjqyIbr1DXSvxOmdMpxQKeQXBGI6MnolkrBuZm1pL_xMnSHlxbhecaGFLffHQjrWT0O0mOMlBhvl4D1kFckNkJjitBa-XM1iX17VLZCeEZAVfIm5KZA5YgAk9J5B1xpSjdaPaAepvfBCcuQ7rAmDvcEGGY/s1440/%C3%A1rvores.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1440" data-original-width="1440" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdssvJRCkcEJrH_3VJZJtBPBuMCEpeZi5ARKjqyIbr1DXSvxOmdMpxQKeQXBGI6MnolkrBuZm1pL_xMnSHlxbhecaGFLffHQjrWT0O0mOMlBhvl4D1kFckNkJjitBa-XM1iX17VLZCeEZAVfIm5KZA5YgAk9J5B1xpSjdaPaAepvfBCcuQ7rAmDvcEGGY/s320/%C3%A1rvores.jpg" width="320" /></a></div><br /> <p></p><p><br /></p><div class="xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0px; overflow-wrap: break-word; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Vigésimo sétimo dia do primeiro mês de dois mil e vinte e quatro</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Hoje o vento sopra e ruge como os animais das fábulas infantis. As árvores dançam, vergam-se, endireitam-se, balançam e aquietam-se entre expirações. Inspiro. A floresta é a minha vizinha mais próxima e é comigo que ela conversa, é com ela que eu desabafo. Sinto-me a guardiã deste lugar na minha pequenez quase insignificante. O tronco do incenso serve para medir a intensidade do sopro e se a copa passa para o <span style="font-family: inherit;"><a style="color: #385898; cursor: pointer; font-family: inherit;" tabindex="-1"></a></span>primeiro vídro de cima da janela de guilhotina então o lobo está furioso. </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">-Vou soprar e soprar até a tua casa abaixo deitar!</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">-Vais soprar e soprar até perderes o ar. Estás só a passar!</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Há raizes soltas e árvores doentes, árvores novas acabadas de romper desta terra abençoada. Há árvores saudáveis que seguram as irmãs até à queda. Quando a queda acontece, se acontecer, elas transformam-se e passam a gerar mil outras formas de vida. Por isso uma árvore morre sempre de pé, mesmo que caia.</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Esta é a continuação da quinta feira de amigas que festejamos aqui nos Açores. Árvores ou mulheres, lobos ou contratempos. Somos geradoras de muita vida e empatia. Somos cuidadoras e guardiãs, tecedeiras de afetos e cumplicidades. Somos bailarinas, semeamos danças e plantamos castelos. Reconstruímos a nossa essência como a aranha faz a teia. Somos sangue, seiva, artéria e veia. Rimos das nossas desgraças e choramos com os nosso disparates. E marchamos contra todos os ventos que não venham do coração. E deixamo-nos ir a ficar, deixando-nos ficar a ir.</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">É este o vento que sopra hoje. Eu fico e vou. Voo com as folhas que se soltaram e fico bem aqui dentro de mim.</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;"><br /></div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Elsa Bettencourt</div></div>Artur Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06628229605704855909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8508900792462397709.post-71614646943079601642024-01-20T12:11:00.004+00:002024-01-20T16:41:41.846+00:00O CIRCO DE OLISIPO<p><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsNy4qAAtnkMkPTxs2rJAH4YYjtOglPtTo-0ykCMnhVKkX-AzDWcd40MTvzkOgr2Uv5a_BlQP1lYKbZ8Xojd4CCwn3T-g-QxjGm9OpYzjaTDzfcjKAzOoYrxJ2l49emDOkjaJFfy5U1oG6uSUWvdIV9Moz8rxKpge7r1pSYzG6v_5XRK-853TFN04xnnc/s614/2Rossio.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="335" data-original-width="614" height="175" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsNy4qAAtnkMkPTxs2rJAH4YYjtOglPtTo-0ykCMnhVKkX-AzDWcd40MTvzkOgr2Uv5a_BlQP1lYKbZ8Xojd4CCwn3T-g-QxjGm9OpYzjaTDzfcjKAzOoYrxJ2l49emDOkjaJFfy5U1oG6uSUWvdIV9Moz8rxKpge7r1pSYzG6v_5XRK-853TFN04xnnc/s320/2Rossio.jpg" width="320" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBN7oKG_99keyCD32lfJH-5rqvHb9PY8yX2nwAXMCTVElahZnGBWzFzkk5PBBtvzQOLZ3zjozciQ4HWWq6F_lHUG-BuozqGDPTTsUQKoM7kkCY-rDrtZlpS7eAYyx-iXFBsfTbjrQMwe0zW5jvsvBvhG-34G_Y4PGFn-Cd6_tuOVaKL8teWcUTw9qRtTQ/s720/Rossio.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="538" data-original-width="720" height="239" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBN7oKG_99keyCD32lfJH-5rqvHb9PY8yX2nwAXMCTVElahZnGBWzFzkk5PBBtvzQOLZ3zjozciQ4HWWq6F_lHUG-BuozqGDPTTsUQKoM7kkCY-rDrtZlpS7eAYyx-iXFBsfTbjrQMwe0zW5jvsvBvhG-34G_Y4PGFn-Cd6_tuOVaKL8teWcUTw9qRtTQ/s320/Rossio.jpg" width="320" /></a></div><br /><div class="x1a8lsjc x1swvt13 x1pi30zi" style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px; padding-bottom: 10px; padding-left: 16px; padding-right: 16px;"><div class="x1jx94hy x78zum5 x1q0g3np" style="background-color: var(--card-background); display: flex; flex-direction: row; font-family: inherit;"><div class="x78zum5 xdt5ytf xz62fqu x16ldp7u" style="display: flex; flex-direction: column; font-family: inherit; margin-bottom: -5px; margin-top: -5px;"><div class="xu06os2 x1ok221b" style="font-family: inherit; margin-bottom: 5px; margin-top: 5px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x1lliihq x1s928wv xhkezso x1gmr53x x1cpjm7i x1fgarty x1943h6x xudqn12 x3x7a5m x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u x1yc453h" color="var(--primary-text)" dir="auto" style="display: block; font-family: inherit; font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><h3 class="x1heor9g x1qlqyl8 x1pd3egz x1a2a7pz x1gslohp x1yc453h" style="color: inherit; font-family: inherit; font-size: inherit; font-weight: inherit; margin: 4px 0px 0px; outline: none; padding: 0px;"><span class="xt0psk2" style="display: inline; font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv xzsf02u x1s688f" href="https://www.facebook.com/arqueologiadelisboa?__cft__[0]=AZWPL47o7zcd7uh47bzgz8dYVV2y0UzEJb8M2bHqxbMC9RSewryArjh6Q7HMAX9iViRc5ZE2uAoC06JzJw_O46MNRLwLEl3PkYA-laQdCJh8IUGhB4862lNu-VZgKtmOmFJKdvbSFMNfTL1JTMYPzb4Tvi4BC2af7pdhBnSRo9356uW0E5-DMg2Cdcgw-S9uQxuQWagAn9yzBfb2eTplajGF&__tn__=-UC%2CP-y-R" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline-block; font-family: inherit; font-weight: 600; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0"><span style="font-family: inherit;">CAL Centro de Arqueologia de Lisboa</span></a></span></h3></span></div><div class="xu06os2 x1ok221b" style="font-family: inherit; margin-bottom: 5px; margin-top: 5px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x1lliihq x1s928wv xhkezso x1gmr53x x1cpjm7i x1fgarty x1943h6x x4zkp8e x676frb x1nxh6w3 x1sibtaa xo1l8bm xi81zsa x1yc453h" color="var(--secondary-text)" dir="auto" style="display: block; font-family: inherit; font-size: 0.8125rem; line-height: 1.2308; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><span class="x4k7w5x x1h91t0o x1h9r5lt x1jfb8zj xv2umb2 x1beo9mf xaigb6o x12ejxvf x3igimt xarpa2k xedcshv x1lytzrv x1t2pt76 x7ja8zs x1qrby5j" style="align-items: inherit; align-self: inherit; display: inherit; flex-direction: inherit; flex: inherit; font-family: inherit; height: inherit; max-height: inherit; max-width: inherit; min-height: inherit; min-width: inherit; place-content: inherit; width: inherit;"><a aria-label="16 h" class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz x1heor9g xt0b8zv xo1l8bm" href="https://www.facebook.com/arqueologiadelisboa/posts/pfbid0aySdXb3Jd4K4JhbWUz9Sj6GhRqRjdfSg8tmtXkCEGwY6YYC7Nz2kNihQVGK62jGUl?__cft__[0]=AZWPL47o7zcd7uh47bzgz8dYVV2y0UzEJb8M2bHqxbMC9RSewryArjh6Q7HMAX9iViRc5ZE2uAoC06JzJw_O46MNRLwLEl3PkYA-laQdCJh8IUGhB4862lNu-VZgKtmOmFJKdvbSFMNfTL1JTMYPzb4Tvi4BC2af7pdhBnSRo9356uW0E5-DMg2Cdcgw-S9uQxuQWagAn9yzBfb2eTplajGF&__tn__=%2CO%2CP-y-R" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline-block; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0"><span style="font-family: inherit;">16 h</span></a></span></span><span class="xh99ass" style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><span class="xzpqnlu xjm9jq1 x6ikm8r x10wlt62 x10l6tqk x1i1rx1s" style="clip: rect(0px, 0px, 0px, 0px); font-family: inherit; height: 1px; overflow: hidden; position: absolute; width: 1px;"> </span><span aria-hidden="true" style="font-family: inherit;"> · </span></span></span><span class="xuxw1ft" style="font-family: inherit; text-wrap: nowrap;"><span class="x4k7w5x x1h91t0o x1h9r5lt x1jfb8zj xv2umb2 x1beo9mf xaigb6o x12ejxvf x3igimt xarpa2k xedcshv x1lytzrv x1t2pt76 x7ja8zs x1qrby5j" style="align-items: inherit; align-self: inherit; display: inherit; flex-direction: inherit; flex: inherit; font-family: inherit; height: inherit; max-height: inherit; max-width: inherit; min-height: inherit; min-width: inherit; place-content: inherit; width: inherit;"><span class="x1rg5ohu x1n2onr6 xs7f9wi" style="display: inline-block; font-family: inherit; position: relative; top: 2px;"><svg class="x19dipnz x1lliihq x1k90msu x2h7rmj x1qfuztq" fill="currentColor" height="12" style="--color: var(--secondary-icon);" title="Conteúdo partilhado com: Público" viewbox="0 0 16 16" width="12"><g fill-rule="evenodd" transform="translate(-448 -544)"><g><path d="M109.5 408.5c0 3.23-2.04 5.983-4.903 7.036l.07-.036c1.167-1 1.814-2.967 2-3.834.214-1 .303-1.3-.5-1.96-.31-.253-.677-.196-1.04-.476-.246-.19-.356-.59-.606-.73-.594-.337-1.107.11-1.954.223a2.666 2.666 0 0 1-1.15-.123c-.007 0-.007 0-.013-.004l-.083-.03c-.164-.082-.077-.206.006-.36h-.006c.086-.17.086-.376-.05-.529-.19-.214-.54-.214-.804-.224-.106-.003-.21 0-.313.004l-.003-.004c-.04 0-.084.004-.124.004h-.037c-.323.007-.666-.034-.893-.314-.263-.353-.29-.733.097-1.09.28-.26.863-.8 1.807-.22.603.37 1.166.667 1.666.5.33-.11.48-.303.094-.87a1.128 1.128 0 0 1-.214-.73c.067-.776.687-.84 1.164-1.2.466-.356.68-.943.546-1.457-.106-.413-.51-.873-1.28-1.01a7.49 7.49 0 0 1 6.524 7.434" transform="translate(354 143.5)"></path><path d="M104.107 415.696A7.498 7.498 0 0 1 94.5 408.5a7.48 7.48 0 0 1 3.407-6.283 5.474 5.474 0 0 0-1.653 2.334c-.753 2.217-.217 4.075 2.29 4.075.833 0 1.4.561 1.333 2.375-.013.403.52 1.78 2.45 1.89.7.04 1.184 1.053 1.33 1.74.06.29.127.65.257.97a.174.174 0 0 0 .193.096" transform="translate(354 143.5)"></path><path d="M110 408.5a8 8 0 1 1-16 0 8 8 0 0 1 16 0zm-1 0a7 7 0 1 0-14 0 7 7 0 0 0 14 0z" fill-rule="nonzero" transform="translate(354 143.5)"></path></g></g></svg></span></span></span></span></span></div></div></div></div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;"><div class="x1iorvi4 x1pi30zi x1l90r2v x1swvt13" data-ad-comet-preview="message" data-ad-preview="message" style="font-family: inherit; padding: 4px 16px 16px;"><div class="x78zum5 xdt5ytf xz62fqu x16ldp7u" style="display: flex; flex-direction: column; font-family: inherit; margin-bottom: -5px; margin-top: -5px;"><div class="xu06os2 x1ok221b" style="font-family: inherit; margin-bottom: 5px; margin-top: 5px;"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x1xmvt09 x1lliihq x1s928wv xhkezso x1gmr53x x1cpjm7i x1fgarty x1943h6x xudqn12 x3x7a5m x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u x1yc453h" color="var(--primary-text)" dir="auto" style="display: block; font-family: inherit; font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><div class="xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs x126k92a" style="font-family: inherit; margin: 0px; overflow-wrap: break-word; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">𝙎𝙖𝙗𝙞𝙖 𝙦𝙪𝙚... <span class="x3nfvp2 x1j61x8r x1fcty0u xdj266r xhhsvwb xat24cr xgzva0m xxymvpz xlup9mm x1kky2od" style="display: inline-flex; font-family: inherit; height: 16px; margin: 0px 1px; vertical-align: middle; width: 16px;"><img alt="⁉️" class="xz74otr" height="16" referrerpolicy="origin-when-cross-origin" src="https://static.xx.fbcdn.net/images/emoji.php/v9/t73/1.5/16/2049.png" style="border: 0px; object-fit: fill;" width="16" /></span></div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="font-family: inherit; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;"><span class="x3nfvp2 x1j61x8r x1fcty0u xdj266r xhhsvwb xat24cr xgzva0m xxymvpz xlup9mm x1kky2od" style="display: inline-flex; font-family: inherit; height: 16px; margin: 0px 1px; vertical-align: middle; width: 16px;"><img alt="🔻" class="xz74otr" height="16" referrerpolicy="origin-when-cross-origin" src="https://static.xx.fbcdn.net/images/emoji.php/v9/tf5/1.5/16/1f53b.png" style="border: 0px; object-fit: fill;" width="16" /></span>…𝙊 𝘾𝙞𝙧𝙘𝙤 𝙙𝙚 𝙊𝙡𝙞𝙨𝙞𝙥𝙤 ocupava a área da actual Praça D. Pedro IV, ou Rossio e a sua envolvente, em Lisboa.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="font-family: inherit; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">️<span class="x3nfvp2 x1j61x8r x1fcty0u xdj266r xhhsvwb xat24cr xgzva0m xxymvpz xlup9mm x1kky2od" style="display: inline-flex; font-family: inherit; height: 16px; margin: 0px 1px; vertical-align: middle; width: 16px;"><img alt="▪️" class="xz74otr" height="16" referrerpolicy="origin-when-cross-origin" src="https://static.xx.fbcdn.net/images/emoji.php/v9/td3/1.5/16/25aa.png" style="border: 0px; object-fit: fill;" width="16" /></span>Foi no século <span style="font-family: inherit;"><a style="color: #385898; cursor: pointer; font-family: inherit;" tabindex="-1"></a></span>II d.C que este </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">monumental edifício público romano foi construído fora dos limites da cidade de 𝙁𝙚𝙡𝙞𝙘𝙞𝙩𝙖𝙨 𝙄𝙪𝙡𝙞𝙖 𝙊𝙡𝙞𝙨𝙞𝙥𝙤 e ao lado da sua necrópole noroeste (identificada, por exemplo, na actual Praça da Figueira).</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="font-family: inherit; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;"><span class="x3nfvp2 x1j61x8r x1fcty0u xdj266r xhhsvwb xat24cr xgzva0m xxymvpz xlup9mm x1kky2od" style="display: inline-flex; font-family: inherit; height: 16px; margin: 0px 1px; vertical-align: middle; width: 16px;"><img alt="▪️" class="xz74otr" height="16" referrerpolicy="origin-when-cross-origin" src="https://static.xx.fbcdn.net/images/emoji.php/v9/td3/1.5/16/25aa.png" style="border: 0px; object-fit: fill;" width="16" /></span>Era no 𝘾𝙞𝙧𝙘𝙤 que se desenrolavam os “ludi circenses”, como as corridas de bigas e quadrigas (em carros de dois e quatro cavalos, respectivamente) ou as lutas de animais. </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">. Era também palco de eventos comemorativos oficiais.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="font-family: inherit; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;"><span class="x3nfvp2 x1j61x8r x1fcty0u xdj266r xhhsvwb xat24cr xgzva0m xxymvpz xlup9mm x1kky2od" style="display: inline-flex; font-family: inherit; height: 16px; margin: 0px 1px; vertical-align: middle; width: 16px;"><img alt="▪️" class="xz74otr" height="16" referrerpolicy="origin-when-cross-origin" src="https://static.xx.fbcdn.net/images/emoji.php/v9/td3/1.5/16/25aa.png" style="border: 0px; object-fit: fill;" width="16" /></span>Os primeiros vestígios do 𝘾𝙞𝙧𝙘𝙤 surgiram em 1961, durante as obras do Metropolitano, na Praça da Figueira. </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">. Nessa altura, no entanto, o elemento construtivo com 6 m de largura identificado, foi erroneamente interpretado como parte de uma estrada ou de um cais. </div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="font-family: inherit; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;"><span class="x3nfvp2 x1j61x8r x1fcty0u xdj266r xhhsvwb xat24cr xgzva0m xxymvpz xlup9mm x1kky2od" style="display: inline-flex; font-family: inherit; height: 16px; margin: 0px 1px; vertical-align: middle; width: 16px;"><img alt="👉" class="xz74otr" height="16" referrerpolicy="origin-when-cross-origin" src="https://static.xx.fbcdn.net/images/emoji.php/v9/taa/1.5/16/1f449.png" style="border: 0px; object-fit: fill;" width="16" /></span> Apenas em 1994 essa perspectiva foi revista, quando se encontraram novas evidências, na escavação arqueológica associada à obra do Metropolitano, no Rossio.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="font-family: inherit; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;"><span class="x3nfvp2 x1j61x8r x1fcty0u xdj266r xhhsvwb xat24cr xgzva0m xxymvpz xlup9mm x1kky2od" style="display: inline-flex; font-family: inherit; height: 16px; margin: 0px 1px; vertical-align: middle; width: 16px;"><img alt="👉" class="xz74otr" height="16" referrerpolicy="origin-when-cross-origin" src="https://static.xx.fbcdn.net/images/emoji.php/v9/taa/1.5/16/1f449.png" style="border: 0px; object-fit: fill;" width="16" /></span> Efetivamente, a 6,5m de profundidade, reconheceu-se parte da arena e um novo troço do que agora se confirmou ser a 𝙨𝙥𝙞𝙣𝙖 – o muro largo que divide longitudinalmente o 𝘾𝙞𝙧𝙘𝙤 em duas metades, em torno do qual decorrem as corridas de cavalos. </div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="font-family: inherit; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;"><span class="x3nfvp2 x1j61x8r x1fcty0u xdj266r xhhsvwb xat24cr xgzva0m xxymvpz xlup9mm x1kky2od" style="display: inline-flex; font-family: inherit; height: 16px; margin: 0px 1px; vertical-align: middle; width: 16px;"><img alt="▪️" class="xz74otr" height="16" referrerpolicy="origin-when-cross-origin" src="https://static.xx.fbcdn.net/images/emoji.php/v9/td3/1.5/16/25aa.png" style="border: 0px; object-fit: fill;" width="16" /></span>A 𝙨𝙥𝙞𝙣𝙖 fazia parte de um complexo que incluía 𝙚𝙪𝙧𝙞𝙥𝙪𝙨 - bacias de água com uma função simultaneamente decorativa e prática, nas quais os cavalos se podiam refrescar.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="font-family: inherit; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;"><span class="x3nfvp2 x1j61x8r x1fcty0u xdj266r xhhsvwb xat24cr xgzva0m xxymvpz xlup9mm x1kky2od" style="display: inline-flex; font-family: inherit; height: 16px; margin: 0px 1px; vertical-align: middle; width: 16px;"><img alt="▪️" class="xz74otr" height="16" referrerpolicy="origin-when-cross-origin" src="https://static.xx.fbcdn.net/images/emoji.php/v9/td3/1.5/16/25aa.png" style="border: 0px; object-fit: fill;" width="16" /></span>Em associação, foi também posto a descoberto um plinto, provavelmente de uma estátua, como era característico.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="font-family: inherit; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;"><span class="x3nfvp2 x1j61x8r x1fcty0u xdj266r xhhsvwb xat24cr xgzva0m xxymvpz xlup9mm x1kky2od" style="display: inline-flex; font-family: inherit; height: 16px; margin: 0px 1px; vertical-align: middle; width: 16px;"><img alt="❗️" class="xz74otr" height="16" referrerpolicy="origin-when-cross-origin" src="https://static.xx.fbcdn.net/images/emoji.php/v9/td7/1.5/16/2757.png" style="border: 0px; object-fit: fill;" width="16" /></span>Embora não esteja visível actualmente, quem se deslocar ao Rossio pode imaginar o 𝘾𝙞𝙧𝙘𝙤 𝙙𝙚 𝙊𝙡𝙞𝙨𝙞𝙥𝙤 no local com o auxílio da informação disponibilizada através de um QRCode instalado em duas placas colocadas no pavimento, uma em cada lado da Praça D. Pedro IV.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="font-family: inherit; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;"><span class="x3nfvp2 x1j61x8r x1fcty0u xdj266r xhhsvwb xat24cr xgzva0m xxymvpz xlup9mm x1kky2od" style="display: inline-flex; font-family: inherit; height: 16px; margin: 0px 1px; vertical-align: middle; width: 16px;"><img alt="🔺️" class="xz74otr" height="16" referrerpolicy="origin-when-cross-origin" src="https://static.xx.fbcdn.net/images/emoji.php/v9/t74/1.5/16/1f53a.png" style="border: 0px; object-fit: fill;" width="16" /></span> Mas, para já, não precisa de imaginar…<span class="x3nfvp2 x1j61x8r x1fcty0u xdj266r xhhsvwb xat24cr xgzva0m xxymvpz xlup9mm x1kky2od" style="display: inline-flex; font-family: inherit; height: 16px; margin: 0px 1px; vertical-align: middle; width: 16px;"><img alt="👇" class="xz74otr" height="16" referrerpolicy="origin-when-cross-origin" src="https://static.xx.fbcdn.net/images/emoji.php/v9/ta8/1.5/16/1f447.png" style="border: 0px; object-fit: fill;" width="16" /></span></div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="font-family: inherit; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;"><span class="x3nfvp2 x1j61x8r x1fcty0u xdj266r xhhsvwb xat24cr xgzva0m xxymvpz xlup9mm x1kky2od" style="display: inline-flex; font-family: inherit; height: 16px; margin: 0px 1px; vertical-align: middle; width: 16px;"><img alt="❗️" class="xz74otr" height="16" referrerpolicy="origin-when-cross-origin" src="https://static.xx.fbcdn.net/images/emoji.php/v9/td7/1.5/16/2757.png" style="border: 0px; object-fit: fill;" width="16" /></span>Veja o vídeo inserido no website <span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1fey0fg" href="https://l.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fwww.lisboaromana.pt%2F%3Ffbclid%3DIwAR0hD8d7MM0Mr52hfdWkexmTyroi9Bt20yvuCuEFEDpFrq-YTgZaEiXaIfc&h=AT3WEWPhEHZP4XJYDRiJldjP0bhNoH-ONQbwwIbu3q7UNuIXfcDpXjIWGNhjvVpqeBkMup2AD4utRKGC_WhhEuafJWHzH6HNpULE5tHV7SUW4TCTkrJ-1Y-WFoWfPOlzCHPllbfUwWeXyaXWiF3n&__tn__=-UK-y-R&c[0]=AT2t-dnRP8pMk4HfQB0G2Bf_MycnvOinNwu-x5y-UfOuO6L802-u83rQ57m35xMhkpvE_iLfIDBEJrCHjK_RApLsEbokPmrB3amd5vxyVLh93SZwmyR5-1959JozOt-SJJxiK5AZivgW8Ij83rxEGoWRXMJwHUxlkWvL_t6aAIar8-Hl7KiBcqSFv2wXGZ04whZuevlnaLVB5TRz7RMTHbSHlCDQwIdpKc5Lag" original_target="http://www.lisboaromana.pt/?fbclid=iwar0hd8d7mm0mr52hfdwkexmtyroi9bt20yvucuefedpfrq-ytgzaeixaifc" rel="nofollow noreferrer" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline-block; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0" target="_blank" waprocessedanchor="true" waprocessedid="nzqd8n">www.lisboaromana.pt</a><div mcafee_wa_ann="{"category":[],"flags":0,"originalUrl":"http://www.lisboaromana.pt/?fbclid=iwar39yeh47dmhxa6gnnhsox-6u71jedw5qaifcqreywg26bxzounyiylnzbs","scanner":"cache","timeCached":1705751506454,"trust":50,"ttl":14400,"url":"lisboaromana.pt","originalScanner":"hti-url","dossierUrl":"http://www.lisboaromana.pt/?fbclid=iwar0hd8d7mm0mr52hfdwkexmtyroi9bt20yvucuefedpfrq-ytgzaeixaifc"}" style="cursor: default; display: inline-block; float: none; font-family: inherit; padding: 0px 0px 0px 4px; position: relative; top: 2px; z-index: 1;" waprocessedid="nzqd8n"><div class="mcafee_grey" id="0DE9E47C-871A-4F90-8440-B190C216800A_9" style="background-image: url("chrome-extension://fheoggkfdfchfphceeifdbepaooicaho/images/annotation/grey_icon.svg?secret=rcnahr"); background-position: 50% 50%; background-repeat: no-repeat; background-size: contain; font-family: inherit; height: 16px; outline: none; width: 16px;" tabindex="0"></div></div></span> com a reconstituição do 𝘾𝙞𝙧𝙘𝙤 e de parte da necrópole noroeste da cidade de 𝙁𝙚𝙡𝙞𝙘𝙞𝙩𝙖𝙨 𝙄𝙪𝙡𝙞𝙖 𝙊𝙡𝙞𝙨𝙞𝙥𝙤 em: <span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1fey0fg" href="https://l.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Flisboaromana.pt%2Fimovel%2Fcirco-1%3Ffbclid%3DIwAR1abguXJyQuJHzPeHWKXqLuaQz01eTx8XTYppDvuwWUVh4mznAEn5W4xhE%23search&h=AT3jpnI113qqqMl5uSkO8Iw1aHgj-ly1qd928L95QqlhJ7uffPiiRlGW0zw1_fcTXACqsfIId6qyqaeHFfNwk-CY2EiFe_3HW6jpE8g9OLZGQ6tGeAoUGRHXC9sQu-JA6Ctq5kAjldjkp7BB0YfF&__tn__=-UK-y-R&c[0]=AT2t-dnRP8pMk4HfQB0G2Bf_MycnvOinNwu-x5y-UfOuO6L802-u83rQ57m35xMhkpvE_iLfIDBEJrCHjK_RApLsEbokPmrB3amd5vxyVLh93SZwmyR5-1959JozOt-SJJxiK5AZivgW8Ij83rxEGoWRXMJwHUxlkWvL_t6aAIar8-Hl7KiBcqSFv2wXGZ04whZuevlnaLVB5TRz7RMTHbSHlCDQwIdpKc5Lag" original_target="https://lisboaromana.pt/imovel/circo-1?fbclid=iwar1abguxjyqujhzpehwkxqluaqz01etx8xtyppdvuwwuvh4mznaen5w4xhe#search" rel="nofollow noreferrer" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline-block; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0" target="_blank" waprocessedanchor="true" waprocessedid="3tow1x">https://lisboaromana.pt/imovel/circo-1#search</a><div mcafee_wa_ann="{"category":[],"flags":0,"originalUrl":"https://lisboaromana.pt/imovel/circo-1?fbclid=iwar19lty_-wb50fvtpszofng3ojnnpsiisd8fvn9mw4gc6e8iuxi3m8sdelm#search","scanner":"cache","timeCached":1705751506475,"trust":50,"ttl":14400,"url":"lisboaromana.pt/imovel/circo-1","originalScanner":"hti-url","dossierUrl":"https://lisboaromana.pt/imovel/circo-1?fbclid=iwar1abguxjyqujhzpehwkxqluaqz01etx8xtyppdvuwwuvh4mznaen5w4xhe#search"}" style="cursor: default; display: inline-block; float: none; font-family: inherit; padding: 0px 0px 0px 4px; position: relative; top: 2px; z-index: 1;" waprocessedid="3tow1x"><div class="mcafee_grey" id="0DE9E47C-871A-4F90-8440-B190C216800A_10" style="background-image: url("chrome-extension://fheoggkfdfchfphceeifdbepaooicaho/images/annotation/grey_icon.svg?secret=rcnahr"); background-position: 50% 50%; background-repeat: no-repeat; background-size: contain; font-family: inherit; height: 16px; outline: none; width: 16px;" tabindex="0"></div></div></span></div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="font-family: inherit; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;"><span class="x3nfvp2 x1j61x8r x1fcty0u xdj266r xhhsvwb xat24cr xgzva0m xxymvpz xlup9mm x1kky2od" style="display: inline-flex; font-family: inherit; height: 16px; margin: 0px 1px; vertical-align: middle; width: 16px;"><img alt="📸" class="xz74otr" height="16" referrerpolicy="origin-when-cross-origin" src="https://static.xx.fbcdn.net/images/emoji.php/v9/t37/1.5/16/1f4f8.png" style="border: 0px; object-fit: fill;" width="16" /></span> Imagens extraídas de 𝙊 𝘾𝙞𝙧𝙘𝙤 𝙙𝙚 𝙊𝙡𝙞𝙨𝙞𝙥𝙤 (<span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1fey0fg" href="https://l.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Fvimeo.com%2F470515952%3Ffbclid%3DIwAR1o-hYcI1K9Jf-MXkVxSsJN37zxqpj5s7Co1CjoNWWuA1Y0G8vyiagMce0&h=AT1t2BvZYcdphSIHx1PgvarsRS0GGFz-4cf9amNzzUfRuJYq3fK_7fshgEBVmEziGxxKz76XsnIOM2blStFbyehma1fk7htai4cgrXxxUXiUebz1EK77iLb-VCG2IFsGf96Tr2n7ZTGqT2Gs8Ko5&__tn__=-UK-y-R&c[0]=AT2t-dnRP8pMk4HfQB0G2Bf_MycnvOinNwu-x5y-UfOuO6L802-u83rQ57m35xMhkpvE_iLfIDBEJrCHjK_RApLsEbokPmrB3amd5vxyVLh93SZwmyR5-1959JozOt-SJJxiK5AZivgW8Ij83rxEGoWRXMJwHUxlkWvL_t6aAIar8-Hl7KiBcqSFv2wXGZ04whZuevlnaLVB5TRz7RMTHbSHlCDQwIdpKc5Lag" original_target="https://vimeo.com/470515952?fbclid=iwar1o-hyci1k9jf-mxkvxssjn37zxqpj5s7co1cjonwwua1y0g8vyiagmce0" rel="nofollow noreferrer" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline-block; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0" target="_blank" waprocessedanchor="true" waprocessedid="a0i3ad">https://vimeo.com/470515952</a><div mcafee_wa_ann="{"category":["md","st"],"flags":3,"key":"vimeo.com","originalUrl":"https://vimeo.com/470515952?fbclid=iwar1uco6fcxy7n3pt7dd2c1b3qiomw3ye0bztc2uxjfe48dmcv021aukx7pw","scanner":"cache","timeCached":1705751506488,"trust":85,"ttl":2592000,"url":"vimeo.com/470515952","originalScanner":"hti-url","dossierUrl":"https://vimeo.com/470515952?fbclid=iwar1o-hyci1k9jf-mxkvxssjn37zxqpj5s7co1cjonwwua1y0g8vyiagmce0"}" style="cursor: default; display: inline-block; float: none; font-family: inherit; padding: 0px 0px 0px 4px; position: relative; top: 2px; z-index: 1;" waprocessedid="a0i3ad"><div class="mcafee_green" id="0DE9E47C-871A-4F90-8440-B190C216800A_11" style="background-image: url("chrome-extension://fheoggkfdfchfphceeifdbepaooicaho/images/annotation/green_icon.svg?secret=rcnahr"); background-position: 50% 50%; background-repeat: no-repeat; background-size: contain; font-family: inherit; height: 16px; outline: none; width: 16px;" tabindex="0"></div></div></span>), episódio disponível no site do projecto 𝙇𝙞𝙨𝙗𝙤𝙖 𝙍𝙤𝙢𝙖𝙣𝙖 - 𝙁𝙚𝙡𝙞𝙘𝙞𝙩𝙖𝙨 𝙄𝙪𝙡𝙞𝙖 𝙊𝙡𝙞𝙨𝙞𝙥𝙤 (<span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1fey0fg" href="https://l.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Flisboaromana.pt%2Ftechnical-record%3Ffbclid%3DIwAR1OqO40lRXKpN_XdJgYd1cI7Ji2v_uBSziRVl1m6UaZ7mV1-wtx8P9W1YA&h=AT1hjaEmU096nI3VTcK-4CZtWu8UpvuZgFFErgMxX6ePHvwXTp3lmR2Ux9e3zAITF7cgZ1xMfnykudk6_j1H3ftDCIhOreIPef5dPmaq-QYE0HvbsOka-3D7PjNzR1jo90m5ANa9L10t_3rsnFxx&__tn__=-UK-y-R&c[0]=AT2t-dnRP8pMk4HfQB0G2Bf_MycnvOinNwu-x5y-UfOuO6L802-u83rQ57m35xMhkpvE_iLfIDBEJrCHjK_RApLsEbokPmrB3amd5vxyVLh93SZwmyR5-1959JozOt-SJJxiK5AZivgW8Ij83rxEGoWRXMJwHUxlkWvL_t6aAIar8-Hl7KiBcqSFv2wXGZ04whZuevlnaLVB5TRz7RMTHbSHlCDQwIdpKc5Lag" original_target="https://lisboaromana.pt/technical-record?fbclid=iwar1oqo40lrxkpn_xdjgyd1ci7ji2v_ubszirvl1m6uaz7mv1-wtx8p9w1ya" rel="nofollow noreferrer" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline-block; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0" target="_blank" waprocessedanchor="true" waprocessedid="wyhbq">https://lisboaromana.pt/technical-record</a><div mcafee_wa_ann="{"category":[],"flags":0,"originalUrl":"https://lisboaromana.pt/technical-record?fbclid=iwar2yn2eorlapzefeftiipm1khqjbacazv0ly66xcsfrqz7aoxnjy8jvlsgw","scanner":"cache","timeCached":1705751506503,"trust":50,"ttl":14400,"url":"lisboaromana.pt/technical-record","originalScanner":"hti-url","dossierUrl":"https://lisboaromana.pt/technical-record?fbclid=iwar1oqo40lrxkpn_xdjgyd1ci7ji2v_ubszirvl1m6uaz7mv1-wtx8p9w1ya"}" style="cursor: default; display: inline-block; float: none; font-family: inherit; padding: 0px 0px 0px 4px; position: relative; top: 2px; z-index: 1;" waprocessedid="wyhbq"><div class="mcafee_grey" id="0DE9E47C-871A-4F90-8440-B190C216800A_12" style="background-image: url("chrome-extension://fheoggkfdfchfphceeifdbepaooicaho/images/annotation/grey_icon.svg?secret=rcnahr"); background-position: 50% 50%; background-repeat: no-repeat; background-size: contain; font-family: inherit; height: 16px; outline: none; width: 16px;" tabindex="0"></div></div></span>), produzido para o município lisboeta (DPC/CAL Centro de Arqueologia de Lisboa) pela @eraarqueologiasa, realizado por @raul_losada_film com coordenação científica do nosso colega arqueólogo do CAL @Rodrigo Banha da Silva e recriação arqueológica 3D da autoria de @cesar_figueiredo.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="font-family: inherit; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1fey0fg xo1l8bm" href="https://www.facebook.com/hashtag/lisboaromana?__eep__=6&__cft__[0]=AZWPL47o7zcd7uh47bzgz8dYVV2y0UzEJb8M2bHqxbMC9RSewryArjh6Q7HMAX9iViRc5ZE2uAoC06JzJw_O46MNRLwLEl3PkYA-laQdCJh8IUGhB4862lNu-VZgKtmOmFJKdvbSFMNfTL1JTMYPzb4Tvi4BC2af7pdhBnSRo9356uW0E5-DMg2Cdcgw-S9uQxuQWagAn9yzBfb2eTplajGF&__tn__=*NK-y-R" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline-block; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0">#lisboaromana</a></span></div><div dir="auto" style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1fey0fg xo1l8bm" href="https://www.facebook.com/hashtag/arqueologiadelisboa?__eep__=6&__cft__[0]=AZWPL47o7zcd7uh47bzgz8dYVV2y0UzEJb8M2bHqxbMC9RSewryArjh6Q7HMAX9iViRc5ZE2uAoC06JzJw_O46MNRLwLEl3PkYA-laQdCJh8IUGhB4862lNu-VZgKtmOmFJKdvbSFMNfTL1JTMYPzb4Tvi4BC2af7pdhBnSRo9356uW0E5-DMg2Cdcgw-S9uQxuQWagAn9yzBfb2eTplajGF&__tn__=*NK-y-R" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline-block; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0">#arqueologiadelisboa</a></span> </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1fey0fg xo1l8bm" href="https://www.facebook.com/hashtag/lisboapatrim%C3%B3niocultural?__eep__=6&__cft__[0]=AZWPL47o7zcd7uh47bzgz8dYVV2y0UzEJb8M2bHqxbMC9RSewryArjh6Q7HMAX9iViRc5ZE2uAoC06JzJw_O46MNRLwLEl3PkYA-laQdCJh8IUGhB4862lNu-VZgKtmOmFJKdvbSFMNfTL1JTMYPzb4Tvi4BC2af7pdhBnSRo9356uW0E5-DMg2Cdcgw-S9uQxuQWagAn9yzBfb2eTplajGF&__tn__=*NK-y-R" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline-block; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0">#LisboaPatrimónioCultural</a></span> </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1fey0fg xo1l8bm" href="https://www.facebook.com/hashtag/lxcultura?__eep__=6&__cft__[0]=AZWPL47o7zcd7uh47bzgz8dYVV2y0UzEJb8M2bHqxbMC9RSewryArjh6Q7HMAX9iViRc5ZE2uAoC06JzJw_O46MNRLwLEl3PkYA-laQdCJh8IUGhB4862lNu-VZgKtmOmFJKdvbSFMNfTL1JTMYPzb4Tvi4BC2af7pdhBnSRo9356uW0E5-DMg2Cdcgw-S9uQxuQWagAn9yzBfb2eTplajGF&__tn__=*NK-y-R" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline-block; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0">#lxcultura</a></span></div><div dir="auto" style="font-family: inherit;"><span style="color: #050505;"> </span><span style="color: #050505;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1fey0fg" href="https://l.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Fvimeo.com%2F470515952%3Ffbclid%3DIwAR2IflOl1ZqfoEqC6BWn2bnscy7M3Q1nCo6KmPfcxzJYhGx2ZlMf9CPQnos&h=AT2MEqtTnAmYXvUV5k9zx_tKU7zJW9F54Ki5ao2S3grH8SdzuObvEYtguwn8H-nTQjiApQcj9bp8DZjENYRmlKh07JZL2sXGR14defacEBj45kfVdwCDeXqfv1N4dblT59RaxOdOCTrU5GtqxhD3&__tn__=-UK-R&c[0]=AT0JKp6yFnAb9nKo_llfVSFZ0-EzEEq2hQwfTC3ujer-kCFqmwcVjzp7lfgnCYX6f-tqrB4j0scM1HrH5XYSSOxe5sOS7UK8YU4JhnUv2cVYNaWSxhXibOfvwzwDtEeOq83-N3D-dhYXsLzzihf4o5AlaK-9KnfThGcebMfosIniNvEuqn5L2oWoIzFzkQda6VYt4gjp9le6kTJrHx2ucz4uT1rs4d1rVEhu34Y" original_target="https://vimeo.com/470515952?fbclid=iwar01ilqqwhwileep8h5kl2gfxak1r7z5e3wqowv-4imo_jugzrj7q07t85o" rel="nofollow noreferrer" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline-block; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; touch-action: manipulation;" tabindex="0" target="_blank" waprocessedanchor="true" waprocessedid="fs1xt">https://vimeo.com/470515952</a></span></div><div dir="auto" style="font-family: inherit;"><br /></div></div></span></div></div></div></div></div>Artur Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06628229605704855909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8508900792462397709.post-29876196131031874352024-01-18T12:18:00.001+00:002024-01-18T12:18:47.484+00:00QUINTA FEIRA DE AMIGOS DE 2024<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9Yw615Nkg8x-_dbIWB2MDBcYYwwJkBhyphenhyphenOgafNfA1tiDlywE60xM61AGTyLhg8885B4PusSsaomIp2QNI9pjLO65l5-B0NarG-0w0RLFGtHIkMlK0K_FEHztltkBLSSa3NY7tgEZXTkPx7Z185LTfnrLwA5JLB9DuDSk0ToJ0laMDDyBGUTwNubCMBpc0/s938/Friends.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="660" data-original-width="938" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9Yw615Nkg8x-_dbIWB2MDBcYYwwJkBhyphenhyphenOgafNfA1tiDlywE60xM61AGTyLhg8885B4PusSsaomIp2QNI9pjLO65l5-B0NarG-0w0RLFGtHIkMlK0K_FEHztltkBLSSa3NY7tgEZXTkPx7Z185LTfnrLwA5JLB9DuDSk0ToJ0laMDDyBGUTwNubCMBpc0/s320/Friends.jpg" width="320" /></a></div><br /> <p></p><p><br /></p><div class="xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0px; overflow-wrap: break-word; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Arquipélago dos Açores- Quinta feira de amigos de dois mil e vinte e quatro.</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Que vocês, rapazes da minha vida, sejam amigos como desde a primeira pedra que atiraram para proteger o melhor, sejam amigos como no dia que esfolaram os joelhos juntos no primeiro jogo, sejam amigos como quando assumiram culpas que não eram vossas, sejam amigos como no primeiro dia, como no primeiro acampamento, como no primeiro baile ou primeiro festival, como no primeiro desgosto de amor ou no <span style="font-family: inherit;"><a style="color: #385898; cursor: pointer; font-family: inherit;" tabindex="-1"></a></span>primeiro beijo, como na primeira perda do melhor amigo em que estavam lá todos para se despedir menos ele. Celebrem a memória do melhor amigo seja ele pai, filho, ou outro alguém que já tenha partido e brindem com os presentes, tornem-nos próximos se estiverem ausentes. Celebrem a raridade duma amizade que é tão grande que parece eterna mas será sempre menor do que a vossa existência. Usem a amizade como um kit de primeiros socorros, sejam os pensos rápidos uns dos outros, sejam o gesso dos vossos membros fraturados e estanquem as feridas uns aos outros. Sejam matilha, sejam lobos, uivem pelo bem e por qualquer luta desigual. Dispam as armaduras e celebrem a raridade deste lugar de livre arbítrio e liberdade.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Feliz Dia dos Amigos</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;"><br /></div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Elsa Bettencourt</div></div>Artur Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06628229605704855909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8508900792462397709.post-64109811131095936532024-01-18T11:51:00.000+00:002024-01-18T11:51:01.504+00:00UMA RUA COMO AS OUTRAS<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkAhMb5H73apoZjtamwjtu3h-haI0MUabRQPkr1E_pTtthmFdFdQ410IyJtjAoJCpNPsiBhnEbZAbIz4NCDTgIqCiPT75fWV82eNnViV7dRV151IU1q_prEOf7KhftQte4xvPYq7CtMy3N72_pMhhDVb_E5rmuV_VFoz-ovKB8YF2T9s7E-pILENWwIRo/s4000/N23.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4000" data-original-width="2992" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkAhMb5H73apoZjtamwjtu3h-haI0MUabRQPkr1E_pTtthmFdFdQ410IyJtjAoJCpNPsiBhnEbZAbIz4NCDTgIqCiPT75fWV82eNnViV7dRV151IU1q_prEOf7KhftQte4xvPYq7CtMy3N72_pMhhDVb_E5rmuV_VFoz-ovKB8YF2T9s7E-pILENWwIRo/s320/N23.jpg" width="239" /></a></div><br /> <p></p><p><br /></p><p></p><p class="MsoNormal">É uma rua como as outras onde o dia chega de manhã e acorda
as cores e as formas muito devagar. Uma rua como as outras que vai juntando
histórias e caminhos dos que por ali passaram. Uma livro aberto à descoberta e ao
correr da passagem dos dias multiplicado pelas cidades com prédios e carros em
movimento, janelas observadoras, obras ocasionais, tardes mansas de fim de
semana, um arquivo de sonhos e tragédias, inícios e pontos finais de
existências que passaram por aquele espaço.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Uma rua como as outras que se recolhe ao anoitecer e deixa
ligadas as luzes de presença dos candeeiros, o brilho das montras, o rasto dos
faróis dos carros que a atravessam. Uma rua projectada, construída, percorrida,
vivida, uma existência prolongada pela sua razão de ser, pela sua utilidade,
estação de passagem, chegada e partida para o resto da cidade.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Uma rua como as outras que começa perto de um rio e que
cresce para o interior em busca de uma avenida principal a quem passa o
testemunho da direcção.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Uma rua como as outras de importância única no breve espaço
que serve, pedaço de caminho entre duas realidades, observatório de movimento, ensaio
de registo, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>começo e fim da existência
nunca traduzida em linguagem normal.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Uma rua como as outras que um dia se cruzou no nosso caminho
e, sem nada dizer, conseguiu manter uma longa conversa, estimulou uma reflexão
e permitiu uma imagem para recordação futura.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Uma rua como as outras, solitária e persistente na sua
função de rua, aberta aos ciclos do Sol e às estações do ano, dona da sua
utilidade, sempre disponível para um breve diálogo ocasional de boa vizinhança.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal">Artur<o:p></o:p></p><br /><p></p>Artur Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06628229605704855909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8508900792462397709.post-46308148013571269222024-01-02T19:00:00.002+00:002024-01-03T10:03:46.975+00:00PELA ÁGUA<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBERErm7kZrYMq5BE0HjRjVeUTC6yQQsHpYdDoiNlGJNcISd3bU2hypxc4qj3lHeBD1b7SHfNyU9xdplYQiLy6Ykcv78WlCxsIKuiLDdsPWP_kL7HDweQIT_1ruMiP8WxfdAeDykCIJmwyeAPvZYhqbXL3yeB0DzbxcltBQFlvv9k01_tlUn8phrCt8xO7/s600/1_YPbMrBnUSVWS75saMmaO7Q.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="400" data-original-width="600" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBERErm7kZrYMq5BE0HjRjVeUTC6yQQsHpYdDoiNlGJNcISd3bU2hypxc4qj3lHeBD1b7SHfNyU9xdplYQiLy6Ykcv78WlCxsIKuiLDdsPWP_kL7HDweQIT_1ruMiP8WxfdAeDykCIJmwyeAPvZYhqbXL3yeB0DzbxcltBQFlvv9k01_tlUn8phrCt8xO7/s320/1_YPbMrBnUSVWS75saMmaO7Q.jpg" width="320" /></a></div><br /> <p></p><p><i>Dedicado a Itzíar, a mulher que inventou um escritor</i></p><p><i><br /></i></p><p></p><p style="background: white;"><span style="color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 10.0pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="background: white;"><span style="color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 10.0pt;">1 + 1 = 1<o:p></o:p></span></p>
<p style="background: white;"><span style="color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 10.0pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<p style="background: white;"><span style="color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 10.0pt;">A nostalgia do poeta mergulha-o numa melancolia tão profunda,
num langor tão glauco, numa amargura tão dolorosa que o sol lhe parece estar
sempre velado. Essa nostalgia embebe a luz do filme, penetra as paisagens e
estende sobre as personagens um manto húmido de fria desolação. É natural que
assim seja; em "Nostalghia", Andrei Tarkovski exorciza a sua própria
história, o seu próprio desgosto. Com efeito, tal como a personagem principal
(chamado, relembremos, Andrei) o poeta que passa por Itália a fim de recolher
informações sobre um músico russo do século XVIII, Tarkovski é um exilado.
Tendo que se afastar do seu país natal para assegurar a sobrevivência e
continuidade da sua obra, não cessa de viver o desgosto desse exílio, de ir
beber numa fonte desaparecida na sua memória, de implorar o passado; uma tarefa
ainda mais excruciante uma vez que a sua arte se apoia na inspiração da cultura
do país do qual teve que fugir.<o:p></o:p></span></p>
<p style="background: white;"><span style="color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 10.0pt;">Mas, fiel ao aforismo de Saint-Exupéry que afirma que a
nostalgia é o desejo de não se sabe o quê, o mal de que sofre o autor não se
resume à separação geográfica, por muito dilacerante que ela seja; é também, é
sobretudo espiritual .Porque o que desejam os dois Andrei, é de reintegrarem
não a casa paterna, nem o seio materno, mas antes esse Paraíso perdido de uma
fé cega. Aquilo que procuram, é regressar muito atrás, ao tempo em que
Deus e o Homem viviam lado ao lado, ao abrigo da chuva e do cinismo.<o:p></o:p></span></p>
<p style="background: white;"><span style="color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 10.0pt;">Essa sede do absoluto, essa nostalgia metafísica, assola ainda
mais brutalmente Domenico, o eremita meio-louco, meio-sábio que Andrei encontra
no curso das suas pesquisas. Enquanto Andrei enterra silenciosamente o seu
sofrimento, passeando-se num país que o entorpece mais do que o encanta,
Domenico grita aos quatro ventos a sua angústia. Pendurado na estátua de Marco
Aurélio na escadaria do Capitólio em Roma, arenga os ouvintes, alertando-os
contra a excessiva vaidade da sociedade materialista, exortando-os a
reencontrarem esse momento da História em que nos desviámos do caminho justo,
antes de ele mesmo se imolar pelo fogo. Tal como Pierrot Le Fou, que se suicida
com dinamite a fim de gozar a Eternidade, curará as suas dores abdicando da
vida. Será a morte o único modo de acalmar a nossa alma ? Duvide-se; com
efeito, se para Tarkovski a vida sem fé é um inferno, a morte não é a solução.
Na atroz agonia das chamas, ao som do "Hino à Alegria" de Beethoven,
num fracasso monumental, Domenico não encontra repouso nem paz. Isso, sabe-o
Andrei. Numa longa sequência hipnotizante - e uma das mais belas sequências
cinematográficas de todos os tempos - vai atravessar a longa piscina dos banhos
com uma vela acesa, tentando proteger a frágil luz da sua crença contra todos
os ventos do mundo. Quando falha, nós falhamos com ele. Quando consegue, é toda
a Humanidade que se redime. Tal como Sísifo, confere sentido aí, onde só havia
absurdo.<o:p></o:p></span></p>
<p style="background: white;"><span style="color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 10.0pt;">Tal como a sua crença, o cinema de Takovski é um cinema
extraordinariamente exigente. Não se vai até ele sem um acto inicial de
despojamento. Os seus filmes abrem-se sobre as nossas cabeças como catedrais, e
todo o supérfluo faria figura de sacrílego. E, sobretudo, é uma arte poética,
feita de uma sensualidade quase palpável: a água, omnipresente, deslava as
cores da película; o fogo acaricia a obscuridade, mais do que a desvanece; a
brisa acaricia as velhas pedras; a erva, verde como a esperança, verde como o
desgosto e longa como a cabeleira das mulheres, nada entre a Terra e o Céu, a
sombra e a luz - em suma, a Natureza ela mesma vacila, bela como uma promessa
ou lúgubre como o Nada. É desse modo que o filme balança entre a madrugada e o
crepúsculo, acordando com o orvalho ou agonizando sob a chuva. Ao caos da
realidade, Tarkovski opõe a ordem dos poemas, a absoluta beleza do reencontro,
do recentramento para que aponta a inscrição na parede da casa de Domenico
invadida pela chuva: 1+1=1. E, é claro, a eternidade de um homem e de uma
mulher que, quando falam, não expressam outra coisa senão aquilo que
sentem um pelo outro. <o:p></o:p></span></p><i></i><p></p>ARNALDO MESQUITAhttp://www.blogger.com/profile/08534607358810619051noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8508900792462397709.post-37306004589134573932024-01-02T18:54:00.003+00:002024-01-03T10:03:23.070+00:00FECHA(R) OS OLHOS<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJPkpJ3_O8s9x2TP0zjaKbd8f2ows8_jwjH1cJFgUz59isjQNknCzR9osHKA4irhUx6e3k8cw47wvslfWRV5ThqqhAvxI1WLODI1uGqnTQbHOcYCryOVmZ5WbUdyRcUgWjP9g7ki6FE2BsdWYp6JuDDP-_sAK7Rv6eCIXXleNJF6aUdp1U0m6870E2Fj_B/s1200/Cerrar_los_ojos-560967080-large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="839" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJPkpJ3_O8s9x2TP0zjaKbd8f2ows8_jwjH1cJFgUz59isjQNknCzR9osHKA4irhUx6e3k8cw47wvslfWRV5ThqqhAvxI1WLODI1uGqnTQbHOcYCryOVmZ5WbUdyRcUgWjP9g7ki6FE2BsdWYp6JuDDP-_sAK7Rv6eCIXXleNJF6aUdp1U0m6870E2Fj_B/s320/Cerrar_los_ojos-560967080-large.jpg" width="224" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><i>A Beleza é o princípio do Terror</i></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><i><br /></i></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><i><br /></i></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">1. Durante muitos anos Manuel S. Fonseca assinou
uma coluna no Expresso intitulada "O Cinema dá o que a Vida Tira".
Nela, o autor, com a sua verve característica, explorava o modo como o cinema,
de certa maneira, compensa esse lado obscuro da vida, apostado em frustrar as
expectativas, desejos e desígnios do ser humano, ou seja, como compensa,
através da ilusão, do artifício do sonho (a famosa "matéria de que os
sonhos são feitos"), aquilo que a vida se dedica a transformar em falha,
ausência, carência. Perante "Fechar os Olhos" apetece-me inverter a
fórmula e transformá-la em "A vida dá o que o cinema tira.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">Talvez não seja exactamente assim. Porquê
"fechar os olhos" ? Justamente, este título paradoxal remete para uma
constante do cinema de Erice: é preciso fechar os olhos para podermos ver
aquilo que o cinema partilha do visível do quotidiano; fechar os olhos para
podermos ver aquilo que está à nossa frente, para podermos ver e acolher a
estranheza e a diversidade que residem em cada um de nós e a que só fechando os
olhos podemos aceder e compreender o profundo e o insondável da sua profunda e
misteriosa unidade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">2 Os eventuais leitores perdoar-me-ão a
extensão desta citação de André Bazin, que retiro dessa obra fundamental que é
"Qu'est-ce que le cinéma ?", mas a ideia nela contida constitui para
mim uma determinação essencial para compreender o enigma deste filme
assombroso e assombrado. Assim:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">Une psychanalyse des arts plastiques pourrait
considérer la pratique de l'embaumement<span style="background: rgb(255, 253, 234);"> </span></span></i>comme un fait fondamental de leur genèse. A l'origine de la peinture et de
la sculpture,<i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;"> elle<span style="background: rgb(255, 253, 234);"> </span>trouverait le « complexe » de la momie. </span></i><i><span lang="ES" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: ES; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">La religion égyptienne dirigée tout entière contre
la mort, faisait dépendre la survie de la pérennité matérielle du corps. Elle
satisfais-ait par là à un besoin fondamental de la psychologie humaine : la
défense contre le temps.<span style="background: rgb(255, 253, 234);"> </span>La mort n'est que la victoire du temps. Fixer
artificiellement les apparences charnelles de l'être c'est l'arracher au fleuve
de la durée l'arrimer à la vie. Il était naturel de sauver ces apparences dans
la réalité même du mort, dans sa chair et dans ses os. La première statue
égyptienne, c'est la momie de l'homme tanné et pétrifié dans le nation. Mais
les pyramides et le labyrinthe des couloirs n'étaient pas une garantie
suffisante contre la violation éventuelle du sépulcre ; il fallait encore
prendre d'autres assurances contre le hasard, multiplier les chances de
sauvegarde. </span></i><i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">Aussi plaçait-on près du sarcophage, avec le
froment destiné à la nourriture du mort, des statuettes de terre cuite, sortes
de momies de rechange, capables de se substituer au corps si celui-ci venait à
être détruit. Ainsi se révèle, dans les origines religieuses de la statuaire,
sa fonction primordiale sauver l'être par l'apparence. Et -sans doute peut-on
tenir pour un autre aspect du même projet, considéré dans sa
modalité active, l'ours d'argile criblé de flèches dans la caverne
préhistorique, substitut magique, identifié au fauve vivant, pour l'efficacité
de la chasse. </span></i><i style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">Il est entendu que l'évolution parallèle de l'art et de la civilisation a
dégagé les arts plastiques de ces fonctions magiques (Louis XIV ne se fait pas
embaumer : il se contente de son portrait par Lebrun). Mais elle ne pouvait que
sublimer à l'usage d'une pensée logique ce besoin incoercible d'exorciser le
temps. On ne croit plus à l'identité ontologique du modèle et du portrait, mais
on admet que celui-ci nous aide à nous souvenir de celui-là, et donc•, à le
sauver d'une seconde mort spirituelle. La fabrication<span style="background: rgb(255, 253, 234);"> </span>de l'image s'est même
libérée de tout utilitarisme anthropocentrique. Il ne s'agit plus de la survie
de l'homme, mais plus généralement de la création d'un univers idéal à l'image
du réel et doué d'un destin temporel autonome. </span></i><i style="text-align: center;"><span lang="ES" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: ES; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">Quelle vanité que la
peinture » si l'on ne décèle pas sous notre admiration absurde le besoin
primitif d'avoir raison du<span style="background: rgb(255, 253, 234);"> </span>temps par la pérennité de la formé ! Si l'histoire
des arts plastiques n'est pas seulement celle de leur esthétique mais d'abord
de leur psychologie, elle est essentiellement</span></i><i style="text-align: center;"><span lang="ES" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: ES; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">elle de la ressemblance ou, si l'on veut, du réalisme.</span></i><i style="text-align: center;"><span lang="ES" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: ES; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">[...] </span></i><i style="text-align: center;"><span lang="ES" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: ES; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">Dans cette perspective, le cinéma apparaît comme l'achèvement dans le temps de
l'objectivité Photographique.Le film ne se contente plus de nous conserver
l'objet enrobé dans son instant comme, dans l'ambre, le corps intact des
insectes d'une ère révolue, il délivre l'art baroque de sa catalepsie
convulsive. Pour la première fois, l'image des choses est aussi celle de leur
durée et comme la momie du changement" . André Bazin , Qu'est-ce que
le cinéma? pp 10-14</span></i></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="text-align: center;"><span lang="ES" style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">Quem vir este filme de olhos bem abertos, verá que se trata disso mesmo, de arrancar um ser à duracção temporal e negar a vitória da morte, afirmar que não se trata tanto de fixar a aparência do ser, mas, antes de tudo, que o ser não se deixa ficar na imagem fixa que uma vez foi registada e que perdura na relação. E a memória é o único antídoto contra a rigidez da fixação e a vitória da morte. Aliás, aqueles que estão familiarizados com o portentoso cinema de Victor Erice, reconhecerão que no seu centro está o poder da memória e a sua capacidade de tecer e reter laços, as ausências que ela preenche ou cruza. De ausências se trata: do actor Julio Arenas (o fabuloso José Coronado), dos filmes que Erice não pôde realizar (a segunda parte de "El Sur", a adaptação ao cinema de "El Embrujo de Shanghai" de Juan Marsé, a da filha perdida do realizador, perdida em Xangai e que ele quer rever antes de morrer, a do filme dentro filme "La Mirada del Adiós", tantas e tantas ausências e perdas), tantas referências a tudo o que se perdeu no tempo. E a maravilhosa e misteriosa arte de Erice consiste nesse entrecruzar dos tempos (e das perdas), com uma absoluta indiferença pelo respeito por cronologias; o presente ressoa contínua e anacronicamente, ou seja, através do tempo. Na primeira parte, que decorre em Madrid, sucedem-se os sítios frios e algo inóspitos (do Prado, por exemplo, só vemos a entrada e a cafetaria, e toda a graça parece ter desertado de um mundo de onde o cinema está ausente, a um ponto que "ciudad del cine" é o nome de uma paragem suburbana que conduz a um estúdio de televisão. Na segunda parte, que decorre na Andaluzia, o mundo parece mais habitável e harmonioso, e justamente uma das dimensões mais exaltantes da diégese do filme, é a descoberta de que nesses espaços mais amigáveis e quentes é possível compreender aquilo em que a amizade se transformou depois de passar pelo crivo da memória. Esta, é a memória dos amados - um amigo perdido, uma mulher outrora amada, um filho morto - que se partilha ou se apaga e dos quais as fotografias, filmes e os objectos são os signos visíveis. Por isso falava eu antes na partilha da visibilidade do mundo, a tal que só é apreensível de olhos fechados. E também a memória dos corpos e dos gestos, o último reduto onde os amigos ainda se podem reencontrar, negando a amnésia. E a memória mais vasta, ao mesmo tempo mais impalpável e mais partilhável, que impregna todo o filme: as recordações de quadros, filmes, canções que vêm continuamente alimentar o presente. E também tema da espera: esperar a vida inteira por um momento perfeito em que tudo se recentre e tudo ganhe sentido ou, se se quiser, unidade. </span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="text-align: center;"><span lang="ES" style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">Essencial também para a compreensão desta obra-prima é a convicção de que ela se alimenta sempre da memória do cinema e, em particular, do cinema de Victor Erice; as memórias íntimas que reaparecem à superfície para serem partilhadas. Recordar que a amizade pode ser vivida como Howard Hawks a fixou em "Rio Bravo" (que Erice directamente cita). Se foi uma vez assim, poderá ser sempre assim. E aqui vos remeto para a citação de Bazin.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="text-align: center;"><span lang="ES" style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">E deixem que vos diga que me lembro de poucas sequências tão comoventes como aquela em que Ana ( a magnífica e surpreeendente Ana Torrent, numa brilhantíssima passagem de um grande plano a um plano aproximado, que se demora no rosto da actriz e em que a personagem se lembra do tempo em que acreditava nos Reis Magos e em que a menina de "O Espírito da Colmeia" aflora no rosto da mulher madura que ele agora é, murmurando "Sou Ana"... Perante esse plano de todas as emoções, o nosso coração colapsa. Pelo menos, o meu colapsou e fez-me voltar à memória a tese de André malraux segundo a qual a arte seria um anti-destino. Neste caso, um anti-destino, se o destino fôr a amnésia e o esquecimento do ser. e fez-me lembrar também o quanto a imagem cinematográfica é um olhar o outro, olhar a alteridade como uma outra identidade: olhos que se baixam, se fixam, cruzam e que tudo isso acontece na duração e que cada plano é esse instante preciso em que se passa de um a outro.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="text-align: center;"><span lang="ES" style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">Sobretudo, a arte magistral deste cineasta secreto e íntimo que é Victor Erice consiste na subtileza com que nos faz pensar que o final de cada cena é, à sua maneira, um ADEUS, o momento de uma história sobre a qual os nossos olhos se fecham. E também, como diz Miguel ao seu amigo Max, é preciso envelhecer sem medo e sem esperança.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="text-align: center;"><span lang="ES" style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">No fundo, de olhos abertos ou fechados, este filme sem paralelo, sem medo e sem esperança, que parte do inacabado e da ausência, não para os preencher, mas para os tornar motor de uma busca incessante em que se trata do reencontro (consigo mesmo e com o outro), reunir(se), rememorar incessantemente. O que significa que nenhum filme, nenhuma amizade, nenhuma vida, se completam e se acabam definitivamente. Não sabemos dizer se isso é bom ou mau, se a incompletude é beleza ou terror. Nem isso importa. A Erice importa sublinhar que é preciso viver cada fim, cada adeus, com a plenitude dos recomeços e das promessas que cada recomeço encerra. Saibamos todos envelhecer com essa sabedoria.</span></span></p></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><p></p>ARNALDO MESQUITAhttp://www.blogger.com/profile/08534607358810619051noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8508900792462397709.post-44265833736151498022024-01-02T12:24:00.004+00:002024-01-02T12:25:26.845+00:00PARTIDAS, RECOMEÇOS E PERMANÊNCIAS<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifR_w4KJnI7E20VgOXsmYvXSF0DQ9CBowE73bbP7fM0VW8K1A2BgNPlSOyFYGPQZ8eAo8I7JABa22QzYMd7thbYYM3HTFFx5GKh2VInxlFi2eHvNZZxVAeeaG6LZknQUhOaaHqLyxiozxujWi2ZIPP21Ycmj8X7b8G8A9ViUtrUiq9NkDbWz3o6nugi_s/s2048/Lua.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="922" data-original-width="2048" height="144" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifR_w4KJnI7E20VgOXsmYvXSF0DQ9CBowE73bbP7fM0VW8K1A2BgNPlSOyFYGPQZ8eAo8I7JABa22QzYMd7thbYYM3HTFFx5GKh2VInxlFi2eHvNZZxVAeeaG6LZknQUhOaaHqLyxiozxujWi2ZIPP21Ycmj8X7b8G8A9ViUtrUiq9NkDbWz3o6nugi_s/s320/Lua.jpg" width="320" /></a></div><br /> </div><br /><p></p><div class="xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0px; overflow-wrap: break-word; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Trigésimo primeiro dia do décimo segundo mês de dois mil e vinte e três.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">A todos nós que perdemos amores, amigos, pais e filhos, há que entender a bifurcação dos caminhos, rezar por eles e seguir com a mala das dores às costas até que se torne mais leve, se transforme, até que a nossa partida chegue.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Primeiro dia do primeiro mês de dois mil e vinte e quatro.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><a style="color: #385898; cursor: pointer; font-family: inherit;" tabindex="-1"></a></span>Soube há poucas horas da partida da <span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1qq9wsj xo1l8bm" href="https://www.facebook.com/sandra.martins.39750?__cft__[0]=AZW9dZNsFY9rAldovT-zTspvFzi6NUl9LaZaPZOF4dd1IMOC7RFVpZxLT_-1161LTfLUUr0Itgvm9hxW7wouLBsqGFS6cLWb5pPYRVZPsHslHMyp-5f_HN7Vn8eYHqpE-6gDuakHhxM2rcEfHmA-L5rv_3CztR6lFBOKRmHLXCsf6Q&__tn__=-]K-R" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline-block; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0"><span class="xt0psk2" style="display: inline; font-family: inherit;">Sandra</span></a></span> e fui para a rua ver as estrelas que ela tão bem conhecia. Meia lua acabada de parir pelo horizonte de São Lourenço flutuava sobre uma panela de nuvens. O ilhéu do Romeiro ao lado, as estrelas a tremeluzir no manto de veludo escuro e espesso e eu a sorrir para elas. És brilhante até na tua despedida, no último dia do ano, como na final explosão da supernova silenciosa que emitirá tantos metais preciosos por tanto tempo que não existiremos para contá-los. Mas existiremos para contar o quanto tocaste cada um de nós e quanta doçura e coragem depositaste em cada alma com que te cruzaste. Vou continuar a sorrir para as estrelas e a lembrar-me de ti desde os primeiros passos na nossa TAP até ao meu derradeiro voo, até à última dança, até sempre. Que os anjos te guiem até ao campo das estrelas mais brilhantes e que de lá veles pelos teus. Foi uma honra cruzar caminhos contigo. Deixo-te a minha vénia e o meu abraço apertado. </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">À tua Leonor desejo-lhe força, serenidade e o melhor que a vida pode trazer. À nossa <span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1qq9wsj xo1l8bm" href="https://www.facebook.com/profile.php?id=100009126511068&__cft__[0]=AZW9dZNsFY9rAldovT-zTspvFzi6NUl9LaZaPZOF4dd1IMOC7RFVpZxLT_-1161LTfLUUr0Itgvm9hxW7wouLBsqGFS6cLWb5pPYRVZPsHslHMyp-5f_HN7Vn8eYHqpE-6gDuakHhxM2rcEfHmA-L5rv_3CztR6lFBOKRmHLXCsf6Q&__tn__=-]K-R" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline-block; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0"><span class="xt0psk2" style="display: inline; font-family: inherit;">Ana</span></a></span> os mesmos votos.</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Abraço-vos<span class="x3nfvp2 x1j61x8r x1fcty0u xdj266r xhhsvwb xat24cr xgzva0m xxymvpz xlup9mm x1kky2od" style="display: inline-flex; font-family: inherit; height: 16px; margin: 0px 1px; vertical-align: middle; width: 16px;"><img alt="💛" class="xz74otr" height="16" referrerpolicy="origin-when-cross-origin" src="https://static.xx.fbcdn.net/images/emoji.php/v9/t6e/1.5/16/1f49b.png" style="border: 0px; object-fit: fill;" width="16" /></span></div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">A vós meus amigos daqui e dali desejo-vos Paz, muito Amor no coração neste Novo Ano. Aproveitem a vida com a raridade que ela contém, com a fragilidade que ela tem. Usem e abusem dos sorrisos e dos abraços. Não usem o amor para outro fim que não o do próprio amor. Cuidem da vossa fragilidade com força. Cuidem da vossa coragem com cuidado. Sejam contentes e criem músculo para a felicidade. O nosso corpo físico é ínfimo e finito. A vida é um sopro suave e curto na imensidão do universo.</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;"><br /></div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Elsa Bettencourt</div></div>Artur Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06628229605704855909noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8508900792462397709.post-49462913359716129812023-12-28T16:34:00.007+00:002023-12-28T16:37:46.183+00:002023.....12.....28<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKSmsbXj62sNDc9sXTVSfaW3xk3n3GXbKl3qAbJitDh8NHsTRJSuG7VDBT3UFHZekZgsfGXab6CA97iMAf3tBTf4LWYcNjeWgT2FvqASnIiuEoHHB-nkERY2mVteXzxJs_kh-WHJGRcCsAiJq8b2fxl6NZL3sMgWbDIbh_1GH9qxLDQ9GQgF9EdteIYMk/s1000/Bel%C3%A9m%20Pres%C3%A9piuo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="562" data-original-width="1000" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKSmsbXj62sNDc9sXTVSfaW3xk3n3GXbKl3qAbJitDh8NHsTRJSuG7VDBT3UFHZekZgsfGXab6CA97iMAf3tBTf4LWYcNjeWgT2FvqASnIiuEoHHB-nkERY2mVteXzxJs_kh-WHJGRcCsAiJq8b2fxl6NZL3sMgWbDIbh_1GH9qxLDQ9GQgF9EdteIYMk/s320/Bel%C3%A9m%20Pres%C3%A9piuo.jpg" width="320" /></a></div><br /><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p> <span style="background-color: white; color: #050505; font-family: inherit; font-size: 15px; white-space-collapse: preserve;">Vigésimo oitavo dia do décimo segundo mês de dois mil e vinte e três. </span></p><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Ela aguarda, ele aguarda, nós aguardamos. </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">As palhinhas arderam na última explosão. </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Ela aguardava e ele também. </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Nós <span style="font-family: inherit;"><a style="color: #385898; cursor: pointer; font-family: inherit;" tabindex="-1"></a></span>já não. </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Ela e ele fizeram uma pira de pano rasgado,</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">da carne fria, </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">do corpo que jazia entre os escombros soterrado. </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Ela guarda a lembrança com a mão no ventre dorido e ele guarda-lhe as costas vergadas sob o manto comprido. </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Nós já não.</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Desligamos com um toque no botão </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">e eles relembram a cada clarão. </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Os copos tilintam, as luzes cintilam, </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">as gargalhadas abafam os gritos dos ignorados. </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Estamos longe na mesma mesa sentados, </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">estamos juntos nesta Terra de aportados.</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Quem dá mais? </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Quem ganha nestes jogos desleais?</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Eles aguardam que os outros se recordem </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">das palavras dadas na mesa dos comensais.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Às Marias em nós, aos Josés em vós, às crianças em cada um de nós. Que a esperança perdure a cada dia que nasce, </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">a cada hora que passe.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><a class="x1i10hfl xjbqb8w x6umtig x1b1mbwd xaqea5y xav7gou x9f619 x1ypdohk xt0psk2 xe8uvvx xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r xexx8yu x4uap5 x18d9i69 xkhd6sd x16tdsg8 x1hl2dhg xggy1nq x1a2a7pz xt0b8zv x1qq9wsj xo1l8bm" href="https://www.facebook.com/elsa.bettencourt?__cft__[0]=AZWXTRxEt-Gea_ces_kftrXIX0MkHJE3ch7swA_FRUKjdJxeXRQYTbaAkGbWFFbOhjzNlspEqjdBOOWyMdiwTNawbThBQZWj0gbdvWUIuzENr7dBY2O6V6To6am01mxwmWx38GjEGCDPmAn2DDOWlXec&__tn__=-]K-R" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline-block; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0"><span class="xt0psk2" style="display: inline; font-family: inherit;">Elsa Bettencourt</span></a></span></div></div>Artur Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06628229605704855909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8508900792462397709.post-60246267198950114672023-12-22T11:54:00.002+00:002023-12-22T11:54:32.096+00:00FELIZ NATAL<iframe frameborder="0" height="270" src="https://youtube.com/embed/ysIzPF3BfpQ?si=NMK0Ad3EuYpwg4bb" width="480"></iframe>Artur Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06628229605704855909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8508900792462397709.post-81511476588058093132023-12-11T10:38:00.004+00:002023-12-11T10:38:42.756+00:00AFLUENTE DE UM SERENO DEVIR<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKQ2mSvKPrQn1o0Z7goRAMUYP0xuwSiEOE2Sl2F3x_JLuVNdHeTTvsg2UfCnzwmmcGoyJb2Ye0tuQkJpnk1c9fg2qtyWTp0coQ2nL3D0h5TcEz8GSt7iiv9OFtJnUeqCt9DXGYcQ8Qb2jHfxTLPEc3gPFNb7ZJ1bWTavMBH_lnjbC0EV86IXgNiFEttDw/s4000/Christmas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2051" data-original-width="4000" height="164" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKQ2mSvKPrQn1o0Z7goRAMUYP0xuwSiEOE2Sl2F3x_JLuVNdHeTTvsg2UfCnzwmmcGoyJb2Ye0tuQkJpnk1c9fg2qtyWTp0coQ2nL3D0h5TcEz8GSt7iiv9OFtJnUeqCt9DXGYcQ8Qb2jHfxTLPEc3gPFNb7ZJ1bWTavMBH_lnjbC0EV86IXgNiFEttDw/s320/Christmas.jpg" width="320" /></a></div><br /> <p></p><p><br /></p><div class="xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0px; overflow-wrap: break-word; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Décimo primeiro dia do décimo segundo mês de dois mil e vinte e três. </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Neste mês de todas as esperanças anima-me o olhar da temperança e o sorriso da minha criança. </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Gostaria de descobrir o tal botão de ligar e desligar, igual ao da televisão, um interruptor que evitasse andar sempre de coração na mão. Dizem que depois da tempestade vem a bonança, que as provações são procedidas de alegrias aos milhões e que a paciência não se constrói sobre rebeliões. Todas as semanas, por <span style="font-family: inherit;"><a style="color: #385898; cursor: pointer; font-family: inherit;" tabindex="-1"></a></span>duas vezes em cada uma, tenho tratado do que me atormenta, como se eu fosse a única bomba que rebenta, o único farol iluminado por dentro da densa bruma.</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Redescobri a respiração consciente, as partidas da mente e uma forma de ser mais congruente comigo e não com toda a gente.</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Neste mês de todas as esperanças e no ano que finda, ambos se revelaram os piores no que diz respeito a expectativas, porém há muito, e sempre haverá, onde me debruçar, nem que seja para me ajudar a levantar, um dia de cada vez, passo a passo, golpe de asa a golpe de asa, há o sol por detrás de cada nuvem, a estrela teimosa, a brisa serena e o calor dum abraço e, sobretudo o sorriso da minha criança hoje, dos meninos que nascerão apesar de todos os Herodes e dos que morrem por culpa de carrascos sem coração.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Passo a passo, compasso e dou-me espaço, respiro e abraço. Rio-me sendo rio, alongo-me entre as montanhas, </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">estendo-me até à foz do meu presente. </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Sou dádiva, ávida de vida e do que há-de vir, afluente dum sereno devir.</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;"><br /></div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Elsa Bettencourt</div></div>Artur Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06628229605704855909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8508900792462397709.post-65692328032434405282023-12-09T11:59:00.000+00:002023-12-09T11:59:03.158+00:00FAIRYTALE OF NEW YORK - SINGING AND DANCING AT SHANE McGOWAN'S FUNERAL<span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space-collapse: preserve;">A rousing performance of 'Fairytale of New York' was given by Glen Hansard and Lisa O'Neill at the funeral of Shane MacGowan in Nenagh, Co Tipperary. The </span><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space-collapse: preserve;"><a style="color: #385898; cursor: pointer; font-family: inherit;" tabindex="-1"></a></span><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; white-space-collapse: preserve;">performace was greeted by cheers inside and outside the church.</span><iframe frameborder="0" height="270" src="https://youtube.com/embed/wTlWQAURWk4?si=fiGyivXejQSiKYfs" width="480"></iframe>Artur Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06628229605704855909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8508900792462397709.post-3988810273293080482023-12-01T10:54:00.006+00:002023-12-01T10:54:50.012+00:00FAIRYTALE OF NEW YORK<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgJXFGr5eTpdwKPL2a98Q5r9S2oeOtYlojxDmvXvLkSA8vrP78ejes2PYnaBBHqRC5Fst18kDznbRzetQXMC3n9JBqeXbeKyI21VILT6I8BUzd5q2PBGpjjEexh6wsa9v_4GBHYo_IYxHHFGC8alN5warpwu1DH5YFe4cLLX1CVWCwWrkxwwJ-BM8AIgaU" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="1379" data-original-width="2072" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgJXFGr5eTpdwKPL2a98Q5r9S2oeOtYlojxDmvXvLkSA8vrP78ejes2PYnaBBHqRC5Fst18kDznbRzetQXMC3n9JBqeXbeKyI21VILT6I8BUzd5q2PBGpjjEexh6wsa9v_4GBHYo_IYxHHFGC8alN5warpwu1DH5YFe4cLLX1CVWCwWrkxwwJ-BM8AIgaU" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p></p><div class="ujudUb" jsname="U8S5sf" style="background-color: white; color: #202124; font-family: arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 12px;"><span jsname="YS01Ge">It was Christmas Eve babe</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">In the drunk tank</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">An old man said to me, won't see another one</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">And then he sang a song</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">The Rare Old Mountain Dew</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">I turned my face away</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">And dreamed about you</span></div><div class="ujudUb" jsname="U8S5sf" style="background-color: white; color: #202124; font-family: arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 12px;"><span jsname="YS01Ge">Got on a lucky one</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">Came in eighteen to one</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">I've got a feeling</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">This year's for me and you</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">So happy Christmas</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">I love you baby</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">I can see a better time</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">When all our dreams come true</span></div><div class="ujudUb" jsname="U8S5sf" style="background-color: white; color: #202124; font-family: arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 12px;"><span jsname="YS01Ge">They've got cars big as bars</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">They've got rivers of gold</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">But the wind goes right through you</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">It's no place for the old</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">When you first took my hand</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">On a cold Christmas Eve</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">You promised me</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">Broadway was waiting for me</span></div><div class="ujudUb" jsname="U8S5sf" style="background-color: white; color: #202124; font-family: arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 12px;"><span jsname="YS01Ge">You were handsome</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">You were pretty</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">Queen of New York City</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">When the band finished playing</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">They howled out for more</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">Sinatra was swinging</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">All the drunks they were singing</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">We kissed on a corner</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">Then danced through the night</span></div><div class="ujudUb" jsname="U8S5sf" style="background-color: white; color: #202124; font-family: arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 12px;"><span jsname="YS01Ge">The boys of the NYPD choir</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">Were singing Galway Bay</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">And the bells were ringing out</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">For Christmas day</span></div><div class="ujudUb" jsname="U8S5sf" style="background-color: white; color: #202124; font-family: arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 12px;"><span jsname="YS01Ge">You're a bum</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">You're a punk</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">You're an old slut on junk</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">Lying there almost dead on a drip in that bed</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">You scumbag, you maggot</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">You cheap lousy faggot</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">Happy Christmas your arse</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">I pray God it's our last</span></div><div class="ujudUb" jsname="U8S5sf" style="background-color: white; color: #202124; font-family: arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 12px;"><span jsname="YS01Ge">The boys of the NYPD choir</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">Still singing Galway Bay</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">And the bells are ringing out</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">For Christmas day</span></div><div class="ujudUb" jsname="U8S5sf" style="background-color: white; color: #202124; font-family: arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 12px;"><span jsname="YS01Ge">I could have been someone</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">Well so could anyone</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">You took my dreams from me</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">When I first found you</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">I kept them with me babe</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">I put them with my own</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">Can't make it all alone</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">I've built my dreams around you</span></div><div class="ujudUb WRZytc" jsname="U8S5sf" style="background-color: white; color: #202124; font-family: arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 0px;"><span jsname="YS01Ge">The boys of the NYPD choir</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">Still singing Galway Bay</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">And the bells are ringing out</span><br aria-hidden="true" /><span jsname="YS01Ge">For Christmas day</span></div>Artur Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06628229605704855909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8508900792462397709.post-39862890451119700272023-11-30T14:57:00.004+00:002023-11-30T14:57:33.736+00:00SHANE McGOWAN<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZzKjvD80v4UojiJRwU5Gp2u_PRMc1g5kx8ZFj7YAxUtA62REc5VvXJx7O8px5GL9CenVW2rw42a2BM57cm9adqcze4dYWHG04Uzvci6oJgsMYDdNSJJJ8jBdZVkgXPag5wbXJZGejUhcpNjsvMIyuuFU1JrNuMGyn9Bfxtb4qCRwTFFVS4_g8DRXIxQo/s960/McGowan.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="540" data-original-width="960" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZzKjvD80v4UojiJRwU5Gp2u_PRMc1g5kx8ZFj7YAxUtA62REc5VvXJx7O8px5GL9CenVW2rw42a2BM57cm9adqcze4dYWHG04Uzvci6oJgsMYDdNSJJJ8jBdZVkgXPag5wbXJZGejUhcpNjsvMIyuuFU1JrNuMGyn9Bfxtb4qCRwTFFVS4_g8DRXIxQo/s320/McGowan.jpg" width="320" /></a></div><br /> <p></p><p><br /></p><p> 1957 - 2023</p>Artur Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06628229605704855909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8508900792462397709.post-61028803482151353442023-11-01T15:07:00.004+00:002023-11-01T15:07:44.789+00:001 DE NOVEMBRO DE 1755<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiK453AJJkRh_pjSDYHK4xgF9LJpEAxE0-Mkkz94hgu2IqgZLNXJ8QPQIzZNonaHTG0b-Vof1GmlqbIYW9Eh4eUNJScgJoh32QxROWQCVdOTSRo-iQzY9F1QBvfx4ZglP1u23GAQ9RYbw-uCu8JJUTmkHGSD86aH3yk4Wvsqw7dH5aGDcaY2ZmrJYxPTxI/s960/1755.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="603" data-original-width="960" height="201" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiK453AJJkRh_pjSDYHK4xgF9LJpEAxE0-Mkkz94hgu2IqgZLNXJ8QPQIzZNonaHTG0b-Vof1GmlqbIYW9Eh4eUNJScgJoh32QxROWQCVdOTSRo-iQzY9F1QBvfx4ZglP1u23GAQ9RYbw-uCu8JJUTmkHGSD86aH3yk4Wvsqw7dH5aGDcaY2ZmrJYxPTxI/s320/1755.jpg" width="320" /></a></div><br /> <p></p><p><br /></p><p><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;">Hoje faz 268 anos que era Sábado e nessa manhã, Lisboa foi arrasada.</span><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;">Era 1 de Novembro de 1755 e, apesar de ser Dia de Todos os Santos, nem eles, conseguiriam evitar a catástrofe. O Sismo de 1755, destruiu a cidade e provocou incêndios. Muitas pessoas fugiram em direcção ao Rio e foram engolidas por um Tsunami.</span><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;">Nessa manhã de Sábado de 1755, logo cedo, centenas de igrejas começaram a encher-se de povo. Milhares de velas acesas. Repentinamente, comecou a ouvir-se um rugido, uma vibração semelhante à passagem de milhares de cavalos e carruagens. No ar, um odor a enxofre e, subitamente, durante sete minutos, a cidade foi sacudida três vezes. Os abalos provocaram o desmoronamento de Casas, Igrejas, Conventos((Carmo e Trindade) e nem o Paço Real, a Patriarcal e a recém inaugurada Opera do Tejo, escaparam. (D. José escapou porque, nesse dia estava na Real Quinta de Belém mas, não ganhou para o susto.... A partir desse dia, decidiu nunca mais viver num Palácio de Pedra. Por sua vontade, a familia Real e a Corte, viveriam na Real Barraca da Ajuda, onde faleceu em 1777.)</span><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;">Devido a geometria da cidade , ainda um pouco medieval, o fogo facilmente se espalhou e, em minutos, toda a cidade ardia.</span><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;">Pelas ruas milhares de pessoas perdidas, fugiam sem saber para onde. Tentavam chegar ao rio, ao Terreiro do Paço. Muitos tentavam embarcar nos barcos ancorados no rio.</span><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;">De repente, o povo viu algo que nunca ninguém tinha testemunhado. As aguas do rio, recuaram, deixando a descoberto destroços de navio afundados no Tejo.</span><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;">Apreensivos, os mais corajosos, atreveram-se a atravessar o rio.</span><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;">De subito, um ruido, um urro que foi aumentando à medida que se aproximava do Terreiro do Paço.</span><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;">Do Tejo, uma colossal parede de água escura, entrando barra adentro varreu a cidade por três vezes, levando tudo e todos à sua frente, apagando alguns incêndios, mas, matando milhares de pessoas. Pensa-se que o total, contando com desabamentos, incêndio e doenças, tenha sido entre 20.000 a 100.000. À data, a cidade de Lisboa tinha cerca de 250.000 habitantes.</span><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;">De acordo com os estudos, o Terramoto de Lisboa não terá tido uma magnitude tão grande como se pensa. Ter-se-á situado nos 7,7 da escala de Ritcher e, terá tido o seu epicentro a Sul do Cabo São Vicente, possivelmente no banco de Gorrinje.</span><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;">Devido à sua origem oceanica, provocou o Tsunami que não só varreu o litoral Português, como o Sul de Espanha, Marrocos, na Europa, o Sul de Inglaterra foi varrido por ondas de 3 Metros, Escócia, Finlândia.</span><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;">O Tsunami também se fez sentir nas Caraíbas.</span><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;">Três anos depois da Catástrofe, Lisboa já tinha um plano para a sua reconstrução. Seria o famoso plano de 1758, que se revelaria um verdadeiro terramoto na sociedade Portuguesa, afectando em particular a Alta Nobreza, sendo o motivo dos vários atentados contra o Rei e o seu Ministro...</span><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;"> </span></p><span style="color: #050505; font-family: Segoe UI Historic, Segoe UI, Helvetica, Arial, sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 15px;"><b>Ricardo Santos</b></span></span>Artur Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06628229605704855909noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8508900792462397709.post-44121799414775330152023-10-24T17:06:00.003+01:002023-10-24T17:27:03.444+01:00FRIENDS WILL BE FRIENDS...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4lpeyiYtDoEKfjaZqQTe6CG23OflAyfCXz8z-03K-cOg_IPZt2QHNuJEqPssiQS4Y3fLQPBjPHT9hOMhtgKyY8-ngdukxrnbOPj2LZunKDGTqe4-AlTiLvKsvDYKtbB_YTjMDsEACMa6mehxtSYg0LFLYE8s88CJZWls6Bz8sTpd4KPHQV4dcl1Maw2s/s2378/Putos2.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2378" data-original-width="1585" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4lpeyiYtDoEKfjaZqQTe6CG23OflAyfCXz8z-03K-cOg_IPZt2QHNuJEqPssiQS4Y3fLQPBjPHT9hOMhtgKyY8-ngdukxrnbOPj2LZunKDGTqe4-AlTiLvKsvDYKtbB_YTjMDsEACMa6mehxtSYg0LFLYE8s88CJZWls6Bz8sTpd4KPHQV4dcl1Maw2s/s320/Putos2.jpg" width="213" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTPTMHJKg_Rm_1tCBc_1BZpHzT_PhZ5zJTAzi0PeugvWc9xwOZ7I8kCYXmUBkspmcJmu3RLQA5dEgS0B-X0HZEl4lzyBZjR-9B5nKo4ahFzjohok8TdiB61H8UZT5hbt2S-ApzAZ0UyNZDXWi-OolUqRVCfjB9rzxdDUA94ixckkl2430_nKrHG6bKxfs/s3077/Putos.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3077" data-original-width="2048" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTPTMHJKg_Rm_1tCBc_1BZpHzT_PhZ5zJTAzi0PeugvWc9xwOZ7I8kCYXmUBkspmcJmu3RLQA5dEgS0B-X0HZEl4lzyBZjR-9B5nKo4ahFzjohok8TdiB61H8UZT5hbt2S-ApzAZ0UyNZDXWi-OolUqRVCfjB9rzxdDUA94ixckkl2430_nKrHG6bKxfs/s320/Putos.jpg" width="213" /></a></div><br /><p><br />
</p><p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal">Se não houvesse espaço para uma pausa tudo seria muito mais
difícil de aguentar. De vez em quando fazemos uma. Esquecemos o mundo e a vida
por umas horas e juntamo-nos como costumamos fazer há uma vida inteira. Um
jantar, um jogo de futebol na televisão e umas garrafas de vinho. As conversas
de sempre que nunca se repetem, algumas memórias trocadas, a novidade dos netos
para alguns. O nosso pequeno mundo construído em conjunto ao longo de décadas,
a nossa bolha onde nada nos pode acontecer enquanto estivermos juntos, cada um
vigilante do seu canto na mesma casa. Depois de levantar a mesa e colocar a
louça na máquina, depois dos cafés, os sofás da sala e uma garrafa de whisky
irlandês para ver o resumo dos golos. Por fim a breve assembleia com um único
ponto na ordem de trabalhos: “O que é que vamos ouvir hoje?” E em breves
instantes é eleita uma banda, um concerto para a continuidade do serão.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">É sempre bom fazer uma pausa e falar um pouco à mesa do
jantar com esta família onde todos têm lugar, onde todos se conhecem à
exaustão, não havendo por isso, espaço nenhum para surpresas. Uma espécie de
lar que fica na casa de cada um quando nos encontramos. Uma breve conversa e um
longo silêncio porque não é preciso acrescentar mais nada que não se saiba já.
Fica a música e a garrafa de whisky irlandês em cima da mesa, ficamos nós em
cima do sofá com os gatos a passear pelos nossos colos como vigilantes do turno
da noite a certificar que tudo está a correr bem. E por vezes viajamos dali
para uma praia onde fomos adolescentes e corríamos o dia todo como selvagens
sem nunca nos cansarmos, do mar para a areia, da areia para o mar, da mata a
apanhar paus para uma fogueira, de uma paixão para a outra. Mas sempre nós,
tribo antiga e solidária, especialista em pausas, especialistas em horas de
alegria e bem estar. Ou continuamos a viajar com o Rock em som de fundo e vamos
parar ao recreio da escola, à bicicleta que batia todos os recordes, às motas.
Estremeço e regresso ao sofá. A Joana cabeceia o vazio de olhos fechados,
depois acorda também. Olhamos um para o outro e sorrimos. O Pedro e a Mariana
discutem acerca da utilização do comando da televisão. São onze da noite e
parece que já são duas. Conseguimos ainda ouvir mais uma música antes de
começarmos a sinfonia do Uber para nos levar a casa. Despedimo-nos uns dos
outros entre risota e bocejos. Atiramos datas prováveis para o próximo encontro.
Abraços e beijos e vamos indo que temos pressa de nos deitar.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">A filha do Pedro um dia perguntou-me se tinha alguma ideia
em relação ao segredo da longevidade da nossa amizade. Ao todo seremos uns dez
ou quinze que se conhecem desde a adolescência, outros ainda mais atrás. Não foi
preciso reflectir muito e a resposta saiu-me no automático : <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">“Acho que foi tomarmos conta uns dos outros…” respondi.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Se não foi isso que decidimos foi aquilo que fizemos ao
longo de uma vida inteira. Não é interesse, não é amor, não é tristeza nem
solidão. É algo muito maior que nos fez ter sempre a mão estendida para o outro,
a observação distante mas atenta, a disponibilidade, a palavra solidária no
tempo necessário. É qualquer coisa enraizada entre a tribo e a família e ao
mesmo tempo muito mais antiga que a nossa própria noção de existência. Por
vezes não foi suficiente e houve um ou outro que teve que sair mais cedo.
Quando a força do exterior foi superior à nossa.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Nascemos numa realidade caótica e difícil de compreender,
atravessámos essas terras do caos em quase toda a nossa existência e
dificilmente teríamos sobrevivido se não nos tivéssemos uns aos outros . Não
conseguimos compreender a morte mas isso pouco importa porque também nunca
compreendemos a vida. Sairemos daqui no meio do caos e da destruição tal e qual
como entrámos. Não interessa. Cá dentro de mim há algo que me diz que os que
foram à frente vão estar à nossa espera para continuarmos o caminho. E também
me parece que nesse trajecto não vão faltar concertos de Rock e whisky irlandês.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal">Artur<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal"><br /></p><p class="MsoNormal">Imagens de Luis Pereira</p><br /><p></p>Artur Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06628229605704855909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8508900792462397709.post-28920155079540087752023-10-05T15:45:00.001+01:002023-10-05T15:45:29.654+01:00ENTRETEMPO<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhA6lQu78onVR5e8r5mxXHd1VaPNWZe_MsgNoIAbnqo1YkWRXQQ0-AyXghTeYIlHPb7ZzuQuEgYokT2bzxwzgMtoYhyphenhyphenukbxoiGn3Fknk2tobZAYSJEyYcKGQYaFW17IlnHO3zx7UxUqiYmEyjf1tgyNwwEbN5AMo-g6YtXsIcijsQU95NYoYWqywkfntUg/s1280/pocket-watch-3156771_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="853" data-original-width="1280" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhA6lQu78onVR5e8r5mxXHd1VaPNWZe_MsgNoIAbnqo1YkWRXQQ0-AyXghTeYIlHPb7ZzuQuEgYokT2bzxwzgMtoYhyphenhyphenukbxoiGn3Fknk2tobZAYSJEyYcKGQYaFW17IlnHO3zx7UxUqiYmEyjf1tgyNwwEbN5AMo-g6YtXsIcijsQU95NYoYWqywkfntUg/s320/pocket-watch-3156771_1280.jpg" width="320" /></a></div><br /> <p></p><p><br /></p><p></p><p class="MsoNormal">Tudo tem um tempo, o seu tempo. O tempo de correr e o tempo
de gritar, o tempo de ficar quieto e o tempo de calar, de ficar escondido no
canto escuro, de subir ao palco e declamar, o tempo de contemplar e o tempo de
mergulhar no meio das vagas sem vagar nem espaço para respirar. Tudo tem um
tempo e o tempo tem tudo nas suas mãos. A favor do vento, com a maré sorridente
ou com falta de tempo na esquina do salto para o outro lado do tempo. As faces
do tempo que nunca jogou póquer mas que se sabe vestir de enigmas, atravessar a
mesa do jogo com os óculos escuros e a boca contorcida entre o sorriso e o
sarcasmo. O tempo, sempre o tempo, o vento que corre apressado, o coelho da
Alice sempre atrasado, o carro contra a árvore estampado que terminou o seu
tempo. Nos cantos do espaço, no sucesso e no fracasso, apertado em máquinas para
o contar, relógio de água, de areia ou sombra da luz solar, o tempo maior que
tudo e mais alguma coisa, que não cabe em nenhuma tentativa de o medir porque respira
sempre sem parar levando tudo à sua volta a explodir no marco do fim de cada
coisa. O tempo entretempo que nos faz percorrer a linha da vida até à morte,
sem sinal nem preferências, sem escolhas nem juízos. Apenas tempo no entretempo
que dispomos para o conhecer. O tempo de estar e de fugir, o tempo de chorar e
de sorrir, sem cor nem cheiro, um tanque cheio que esvazia para voltar a
encher. O tempo de começar e o tempo de nada acontecer. E sobre o universo um
manto infinito de tempo que não se move…apenas “É” a cada instante.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal">Artur<o:p></o:p></p><br /><p></p>Artur Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06628229605704855909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8508900792462397709.post-17123033513622454662023-09-29T19:11:00.004+01:002023-09-29T19:39:59.907+01:00INACTUAIS - NOTRE MUSIQUE / A NOSSA MÚSICA<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKQ5jtJiNrWra210yUBeJOnxhrCuA7TebXdaENZQCT1AhEKVmAYXUpTnRd0wQjNPuOeV76wjI0vzGoBx-bxD0keccDO1iSA6dH1DJ24iwWZ2vn4fSwcbYb6TFBxtkxw-BgExb4z9CXSkVWiiNFE0siMY-KyOoSnDb2e7Yn2H4T1bMxKckxSQTAA1T_Pl5b/s1004/Notre%20musique%20site%20internet.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="1004" height="235" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKQ5jtJiNrWra210yUBeJOnxhrCuA7TebXdaENZQCT1AhEKVmAYXUpTnRd0wQjNPuOeV76wjI0vzGoBx-bxD0keccDO1iSA6dH1DJ24iwWZ2vn4fSwcbYb6TFBxtkxw-BgExb4z9CXSkVWiiNFE0siMY-KyOoSnDb2e7Yn2H4T1bMxKckxSQTAA1T_Pl5b/w320-h235/Notre%20musique%20site%20internet.jpg" width="320" /></a></div><p><br /></p><p><br /></p><i>A inactualidade como ontologia da actualidade</i><p></p><p>Michel Foucault<br /> </p><p style="text-align: justify;"><i>Notre Musique, </i>de 2004, é uma continuação do discurso político, filosófico e poético sobre o nosso presente que Jean-Luc Godard vinha mantendo há longos anos, com uma nova e inusitada predicação: ler o futuro no passado é agora assumido como necessidade absoluta, como um determinismo ou uma predestinação incontornável, feita de fragmentos de filmes e de actualidades, que tecem uma quase insuportável rede de atrocidades e dor, em que a memória consigna à montagem a vontade de pensamento, retendo o tempo da tragédia: os símbolos do Inferno, do Purgatório e do Paraíso que declinam nesta nova <i>Commedia</i> a derrota da Razão. Porquê ? O silêncio contém a resposta. Soldados e vítimas desenham a crueldade e parecem ressoar a frase do filósofo Emmanuel Lévinas: "Só a humanidade desarmada merece esse nome". Epifânia do olhar, campo e contracampo, a lição de cinema continua, somente a união dos olhares constrói o discurso, abre a dialética, a imagem clama pela imagem, a forma o seu conteúdo, o castelo de Elsinor é um dado anagráfico, o castelo de Hamlet é o signo poético, Elsinore é o real, Hamlet o imaginário. O cinema é a razão, a verdade, o discurso que esmurra as coisas, mostrar é compreender, olhar é interpretar. A última praia, o Paraíso, é a ironia de um <i>Pierrot le Fou</i> revisitado, a dança, o Éden, os bosques e fluxos dos <i>Umiliati</i> de Jean-Marie Straub. A Razão como utopia, ainda o segredo do cinema, <i>notre musique.</i></p><p style="text-align: justify;">Em relação a <i>For Ever Mozart </i>e <i>Éloge De L'Amour</i> é um filme mais modesto (uma "petite musique" em suma, fermentando menos coisas "juste une conversation" (nem um discurso, nem um panfleto), uma troca de ideias (ou seja, imagens e sons), uma mistura de real e ficção a partir de uma actualidade política que fornece o ponto de partida de uma meditação de Godard que se apoia obsessivamente sobre os signos metafóricos e outros estigmas da História já visados nos filmes precedentes. A estrutura escolhida é a do tríptico : o quadro central (o reino do Purgatório) situa-se durante os Encontros Europeus do Livro, Sarajevo, Outono de 2002. Mais curtos, e mais conceptuais e plásticos (o Inferno, o Paraíso), os dois quadros laterais enquadram - ou melhor, precedem e seguem-se, já que estamos no cinema, e onde mais poderíamos estar ?) - o motivo principal como que para o fazer ressoar (no ruído do mundo) e raciocinar (segundo a teoria da dúvida e a prática de colocar em cena e à prova o autor-filósofo).</p><p style="text-align: justify;">O inferno é a guerra das imagens (os cavaleiros teutónicos de <i>Alexandre Nevsky</i>), mas também a ideologia (a navegação dos <i>Anges du Péché </i>ou a bandeira americana flutuando no <i>capot</i> de um automóvel) como em <i>Histoire(s) du Cinéma</i> ou um filme de Pelechian colorizado numa vaga de lava incandescente carreando o horror. O paraíso é simultaneamente muito belo (o rosto majestático da jovem mulher) e derrisório: por detrás de um posto de controle mantido por fuzileiros americanos, situa-se um bosque onde se joga à bola em fato de banho como num acampamento um pouco "grunge". Mas pelo olhar, jurar-se-ia que a tristeza durará para sempre (Van Gogh/Pialat).</p><p style="text-align: justify;">Godard ele mesmo (um pouco mais sorridente, ou menos soturno do que é costume) confere uma semelhança de organização à narrativa do amplo quadro impressionista, primeiro pelo seu papel de mensageiro da imagem, mas também pelo seu génio de cineasta-montador hábil na criação de correspondências, fazendo dialogar tudo e o seu contrário, e sobretudo a filmar a banalidade do quotidiano como poesia pura (um eléctrico atravessando uma terra de ninguém nocturna), uma composição estética (um pé que desce uma escada) ou um suspense intrigante (apelos da ficção a partir de uma simples rapariga correndo na multidão ou de diplomatas chegando em viaturas). Tirando fotografias da sua mochila, Godard explica as virtudes da montagem (relação ou oposição, e mais ainda questionamento perturbador) a um público de estudantes pouco atentos, e sobretudo cruzando a expressão de pessoas reais (o poeta palestino Mahmoud Darwich ou o escritor catalão Juan Goytisolo) com as personagens de ficção, nomeadamente o tradutor de português-hebraico-russo-espanhol-francês e a sua sobrinha judia francesa de origem russa, jornalista-oportunista. De facto, como se conjugam <i>clichés</i> documentais roubados e planos muito compostos, superfícies vazias (a fachada de um hotel) e ícones simbólicos ( a biblioteca destruída e de novo aberta aos leitores); é na mesma imagem que os índios emplumados se exprimem com as palavras de Darwich diante da ponte de Mostar em reconstrução (recordamos os efeitos-boomerang de <i>Ne Touche Pas À La Femme Blanche </i>de Marco Ferreri).</p><p style="text-align: justify;"><i>Notre Musique</i> fala da questão israelo-palestiniana no coração das feridas nunca cicatrizadas do conflito na ex-Jugoslávia, uma vez que a reflexão de Godard é sempre mediatizada, distanciada, descentrada, tomando de empréstimo o pensamento de outros como a música de Sibelius, Part ou Monk para compôr as suas próprias harmonias. Na postura de "heroína" de uma ausência de intriga, a jovem Olga tem dificuldade em compreender aquilo que precisa, aquilo que procura, os laços que tece entre a sua história familiar de ontem (o seu avô durante a Ocupação) e a situação internacional actual. Godard tudo faz para a tornar cinematograficamente atraente e depois, perto do fim, faz-nos saber que ela partiu para Jerusalém a fim de organizar uma tomada de reféns onde vai encontrar a morte. O que significa dizer-se judeu hoje ? O destino dessa terrorista cultural a favor da paz provoca no espectador diversos tipos de interrogações e fá-lo chegar aquilo mesmo que Heidegger chamava "caminhos de floresta", ou seja, caminhos que conduzem a uma clareira que não vai dar a lado nenhum. Godard não queria outra coisa.</p>ARNALDO MESQUITAhttp://www.blogger.com/profile/08534607358810619051noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8508900792462397709.post-76531874717175826462023-09-13T10:34:00.001+01:002023-09-13T10:34:13.565+01:00CEM ANOS DE POETISA - TRINTA DE SAUDADE<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPNO7PnZQIC5fe_bPDVhyL3ed-yOtimzy5GxXO2oV13SSmX3YaK3PArGUq6b9lwRjtFfnmzkBZ-2zk58rnOnOeDUe1Kla95r8SJejUReCavV1trt_zj7jOQCtDQGJsllLDnAVOkSw9M7T3oOSTasKtLGOlR4yMgpbLowuAXxut2dah2kUdQG1RTLZTts4/s1920/NCorreia.webp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1394" data-original-width="1920" height="232" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPNO7PnZQIC5fe_bPDVhyL3ed-yOtimzy5GxXO2oV13SSmX3YaK3PArGUq6b9lwRjtFfnmzkBZ-2zk58rnOnOeDUe1Kla95r8SJejUReCavV1trt_zj7jOQCtDQGJsllLDnAVOkSw9M7T3oOSTasKtLGOlR4yMgpbLowuAXxut2dah2kUdQG1RTLZTts4/s320/NCorreia.webp" width="320" /></a></div><br /> <p></p><p><br /></p><p><span style="background-color: white; color: #1d1d1d; font-family: futura-pt; font-size: 16px; letter-spacing: 0.32px; white-space-collapse: preserve;">«Porque a poesia é a ignorância propositada de coisas estúpidas que os políticos e politizados tomam a sério para adiarem o real humano que exige um mundo sem metrificadores que vivam à custa dela»</span></p><p><span style="background-color: white; color: #1d1d1d; font-family: futura-pt; font-size: 16px; letter-spacing: 0.32px; white-space-collapse: preserve;"><br /></span></p><p><span style="background-color: white; color: #1d1d1d; font-family: futura-pt; font-size: 16px; letter-spacing: 0.32px; white-space-collapse: preserve;">Natália Correia</span></p><p><span style="background-color: white; color: #1d1d1d; font-family: futura-pt; font-size: 16px; letter-spacing: 0.32px; white-space-collapse: preserve;"><br /></span></p><p><span style="background-color: white; color: #1d1d1d; font-family: futura-pt; font-size: 16px; letter-spacing: 0.32px; white-space-collapse: preserve;"> 13/ 09/ 1923</span></p><p> 16/ 03/ 1993</p>Artur Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06628229605704855909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8508900792462397709.post-32623159529356666482023-08-26T18:45:00.006+01:002023-08-26T18:45:57.389+01:00O HOMEM MULTIPLICADO<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiio5A3_4OqUQrgYJAC_wZCWHQLPpXkg_SKKnasrVweuBx2JlW-obmDJBYhzoMEbarGxx25j-189eocbLD6iiA9rrYbqAkq4jQ3WZaSTykIVG5WRQeOV_U6uXfa8TvH-Wfx_a-8udjeH-zFSY413YotPw9fx_AJknMuankLcA5j-s4G-JEuEPDzEo4qv7I/s1300/45281884-old-well-in-the-garden.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1300" data-original-width="866" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiio5A3_4OqUQrgYJAC_wZCWHQLPpXkg_SKKnasrVweuBx2JlW-obmDJBYhzoMEbarGxx25j-189eocbLD6iiA9rrYbqAkq4jQ3WZaSTykIVG5WRQeOV_U6uXfa8TvH-Wfx_a-8udjeH-zFSY413YotPw9fx_AJknMuankLcA5j-s4G-JEuEPDzEo4qv7I/s320/45281884-old-well-in-the-garden.jpg" width="213" /></a></div><br /> <p></p><p>
</p><p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal">O homem caminhou uma boa parte do dia debaixo de um Sol
permanente e impiedoso. A última boleia tinha-o deixado à beira da estrada solitária,
pouco depois do meio-dia. Estava cansado e tinha sede. Tinha ainda uns bons
cinco, seis quilómetros pela frente. O caminho recordado apresentava
incertezas, espaços vazios abertos pelo passar dos anos. Podia estar mais perto
ou mais longe do lugar, podia até ter escolhido a estrada errada. Assim que
avistou o mar recuperou o ânimo. Seria a partir daí a referência maior até
chegar à casa. Paralelo, ao longe, embora nunca fora de vista. Era assim que
lembrava as manhãs de Verão quando acordava no andar de cima embalado pelos
cheiros do café e das torradas do pequeno-almoço dos avós. De uma forma ou de
outra acabaria por lá chegar. Acreditava nos sistemas de navegação universais
que atraem os corpos através do pensamento que emanam, na familiaridade da lei
da atracção, em suma, tinha a certeza que chegaria onde queria chegar porque
assim tinha de ser. As botas cobertas de pó tinham mudado de cor. A mochila
puxava-lhe as costas, puxava-lhe os ombros, puxava-o para dentro da terra
através de uma espécie de peso que ia aumentando. Pouco antes do final da tarde
uma brisa ligeira veio aliviar por algum tempo aquela canseira geral que tomava
conta dele. Já devia estar perto. Finalmente ao longe um caminho com ciprestes
altos e uns arbustos dispersos nas margens. Plantas teimosas que resistiram e
que, ao fazê-lo, lhe apontavam a direcção do que procurava. E não se tinha
enganado. No fim daquele caminho abria-se o edifício de dois pisos meio
amarelado meio acastanhado, meio descascado de pintura. Uma casa desabitada com
partes penduradas, pedaços de telhas quebradas no chão, janelas sem vidros, portas
entreabertas de forma permanente, ervas daninhas à solta na entrada. O alpendre
da entrada era uma estrutura incompleta e desdentada de tábuas soltas com ervas
a crescer pelo meio delas. Os intermináveis<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>lanches no Verão eram ali, entre fatias de pão caseiro barradas com
manteiga e cachos de uvas. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Tinha chegado
finalmente. Esquecendo por instantes o cansaço continuou ainda mais
determinado. Contornou a casa pelo lado poente e atravessou o espaço onde ficava
a casota do cão e o estacionamento do barco do avô (depois o barco do tio, e
durante alguns anos a teimosia dele em Setembro de ir às docas da cidade que
ficava para Norte em busca de pechinchas de barcos para vender que os donos já
não queriam) no Inverno. Do outro lado da casa o que restava do jardim e, em
frente, ao longe, o mar. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Entrou pela
porta da cozinha muito lentamente como quem visita um dormitório a meio da
noite sem querer acordar ninguém. Só o vento e alguma madeira rangente lhe
disseram alguma coisa. Depois da cozinha a sala, os almoços e jantares, a
família toda reunida o ruído da boa disposição, o princípio da idade adulta e a
sensação de que se viveria para sempre…que todos viveriam para sempre. O lugar
do móvel da arrumação da louça e ao lado a porta para o pátio interior. Se bem
se recordava havia lá dentro um poço ao centro. Talvez ainda tivesse água,
talvez ainda se conseguisse ver o pôr do Sol do terraço, talvez houvesse ainda
um quarto para poder passar a noite. Abriu a porta e reconheceu o poço e o
páteo, e o céu por cima da cabeça iluminado por um Solde fim de tarde amarelo
torrado. A mochila foi escorregando pelas costas abaixo até ao chão. Espreitou
para dentro do poço e constatou que ainda tinha água. Um balde tosco e
ferrugento agarrado a uma corda quer se ia desfazendo foi até lá abaixo. Quando
içou o balde quase cheio sentiu a frescura da água. Levou-a à boca e percebeu
rapidamente que era salobra por isso não bebeu muito. Lavou a cara e despejou o
resto pela cabeça abaixo. Depois sentou-se ajeitando a mochila para servir de
almofada. Pousou a cabeça e ficou a olhar para o céu satisfeito em ter
conseguido chegar ali, ao lugar onde mais de metade das suas recordações se
encontravam enquadradas. A casa desfazia-se aos poucos e ele não tinha
capacidade para a poder recuperar, a família ia desaparecendo, uma geração
atrás da outra e, ele próprio já caminhava a passos largos na estrada do seu
último terço de existência. Sentia-se como a casa, a desfazer-se lentamente em
frente ao mar dia após dia, ano após ano. Sem conseguir tomar uma decisão
vagueava entre o passado e o presente certo de que em algum tempo não muito
longínquo tudo iria desparecer, até ele e as suas indecisões, as suas memórias,
a sua vontade. Com tudo isto a girar dentro dele acabou por se deixar adormecer.
Estava tão cansado que não se preocupou em ficar ali, ao relento, entregue ao
silêncio e à solidão. Algum tempo depois caiu a noite e tudo ficou escuro à
excepção das estrelas no céu. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">A certa altura julgou ouvir o ranger de uma porta que abria
e se voltava a fechar. Um ruído longínquo que atribuiu ao vento, não fazendo
caso disso. Depois a mesma sequência de sons. Três, quatro vezes. Mesmo assim
não ligou e enroscou-se melhor para continuar a dormir. Algum tempo depois teve
a sensação de estar acompanhado, a presença de mais do que uma pessoa perto
dele. Abriu os olhos e ficou assustado com o que viu. Quatro vultos de pé
cercavam o poço virados para dentro sem se mexerem. Levantou-se bruscamente e observou-os.
Permaneciam nas suas posições, quietos a olhar em frente, indiferentes à sua
presença. Numa segunda observação percebeu serem homens de diferentes idades e
ao fim de mais algum tempo deu conta que todos eles eram ele próprio em
diferentes tempos da sua existência. Um rapaz com cerca de dez anos, um jovem
de vinte, um adulto de quarenta e, ao seu lado esquerdo um homem bastante
idoso. E todos tinham o seu rosto. Ocupou o espaço vazio que faltava e
deixou-se ficar ali olhando para um e para outro sem nada dizer. Devia ser um
sonho por muito estranho que parecesse. Só que nunca tinha tido nenhum parecido
com aquela situação. A certa altura o idoso olhou para ele e sorriu. Depois
falou como se estivesse à conversa com um amigo de longa data.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Tenho oitenta e quatro anos e ainda consigo ir com as mãos
até ao chão sem dobrar as pernas.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">E logo de seguida dobrou o corpo pela cintura abrindo as
mãos até tocar o chão tal como havia dito. Levantou-se lentamente.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Nada mal, hã?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">O homem sorriu e comentou:<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Com essa idade isso é muito bom.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">O velho abriu a expressão das sobrancelhas enquanto sacudia
as mãos. Depois apontou para os outros um por um, por ordem crescente de idade.
Depois para o homem. Por fim para ele.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Dali até aqui e daqui até sabe-se lá onde. Não te preocupes.
De uma maneira ou de outra tudo se resolve ou nada fica por resolver. Não é
grave. Nada é grave e tudo acaba por passar. Por isso, não te preocupes. Por
cada idade nova há um fantasma do passado atrás de nós. É apenas uma pele que
vai acabando por cair. Faz aquilo que tiveres que fazer e segue o teu caminho.
Nós cá estaremos para te ajudar.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal">Artur<o:p></o:p></p><br /><p></p>Artur Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06628229605704855909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8508900792462397709.post-71315616762678022492023-08-15T10:41:00.002+01:002023-08-15T10:41:07.649+01:00REFLEXÕES DE VERÃO<p> <span style="background-color: white; color: #050505; font-family: inherit; font-size: 15px; white-space-collapse: preserve;">(vigésimo oitavo dia do sexto mês de dois mil e vinte e três. )</span></p><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Falta amor, digam o que disserem, falta compaixão, digam o que disserem, falta esta força mãe de todas as forças, como a água falta à terra e a luz a cada folha. </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">A humanidade transformou-se numa bizarria disfarçada de empatia onde raramente dá um passo, diz uma palavra, dá um abraço, de graça. </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">O que me interessa é que o fluxo seja contínuo e fluido nas quatro cavidades que me sustentam. Que todos os verbos de dar <span style="font-family: inherit;"><a style="color: #385898; cursor: pointer; font-family: inherit;" tabindex="-1"></a></span>sejam sempre a somar. É assim que combato as guerrilhas da apatia e esquecimento que proliferam como o plasmodium que em tempos me atingiu.</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Créditos, visualizações, somatórios para uma existência que se quer positiva mas se desdobra mil vezes negativa.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">(Vigésimo sexto dia do sétimo mês de dois mil e vinte e três.)</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Entre uma frase e um aquecer de água para chá dobro um pano esquecido do fundo do cesto interminável como a história. Já não sinto a chuva na pele há pelo menos quatro dias e as neblinas só as vejo se as procurar. </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">A chaleira apita e corro para o fundo da cozinha como antes corria para a quinta estação. A direcção era sempre a mesma e a urgência um ponto por picar. Ouço as queixas dos amigos ao longe sobre o excesso de gente em todos os lugares e ouço novamente o lamento dos meus pensamentos sobre a ausência de humanidade. Afinal havia outro pano por dobrar e a constatação de ter uma cesta interminável. Combato a humidade com lavagens e secagens na esquinas mais ventosas. Posso ter ar de patroa mas sou a minha melhor empregada. Sei o lugar de tudo e a quem pertence. Sei a estória de cada fronha e de quem deitou a cabeça nela. Sei os porquês sem nunca os indagar, sem saber porquê todas as verdades me caem na cabeça como naquela história do pinto que achava que o céu estava a cair. </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Hoje ao deixar de olhar para a cesta e de me aparecer mais um pano por dobrar voltarei à casa que em breve será minha e irei pintar mais uma trave, mais uma porta, e deixarei entrar mais um pedaço de luz da primeira rua da minha existência. </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">É natural que me caia mais uma lasca de céu pela cabeça abaixo, certeira até ao peito. É essa pequena queda que me levantará até ao lugar dos bons pensamentos e das boas pessoas.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Décimo primeiro dia do oitavo mês de dois mil e vinte e três.</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Voltou a chuva, o nevoeiro e a humidade no olhar. Os pensamentos estalam-me como no princípio da fogueira e voam para paragens longínquas que antes eram tão próximas e param na Penn Station em Newark há mais de dez anos. Corpos vazios vagueiam no eco da estação. Vestem roupas de ouvir gospel, olham para o vazio e gritam com as paredes enquanto se abrigam do frio. Eram mais de dez e eu novamente a tentar entender os porquês. Hoje, depois de tantos anos passados e antes do que comecei a escrever, entendi. Perdi horas de sono e dias de paz. Perdi mergulhos no mar cristalino e banhos de sol, mas entendi. Perdi horas de escrita que são as horas mais minhas e o motivo de aqui estar,para começar a entender.</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Porém ganhei muito entre tanto perder. E aprendi ainda mais sobre o valor das mãos que se estendem e dos braços que nos acolhem. São o triplo daqueles que se recolhem.</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Em breve o sol voltará e eu voltarei às coisas por fazer que são a minha terapia ocupacional. Por cada uma, e são tantas,um gospel e a gratidão às fadas que me rodeiam. Um batalhão delas contra o empardecer de cada olhar.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Elsa Bettencourt</div></div>Artur Guilherme Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/06628229605704855909noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8508900792462397709.post-53588800628638926812023-08-06T16:27:00.008+01:002023-08-08T16:46:56.154+01:00PÉROLA NEGRA<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmn0jPD8LmJL86bRKtSuVAGJAJkf8l_3hYNikIHcxa-YYoBgHwYq98YMoDNKzaYT8OrQ0jWvfMzSr0a9AtNLxM65FwmdA-RlTLuoNxPFUcxxHJZiyZcHC53tYMNZGIvq96g6eFInGXBsBx5S2txpD0PwR653snwJgf4fV4h_twvD28d7tCXit4DzZMYRyM/s800/Capture.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="794" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmn0jPD8LmJL86bRKtSuVAGJAJkf8l_3hYNikIHcxa-YYoBgHwYq98YMoDNKzaYT8OrQ0jWvfMzSr0a9AtNLxM65FwmdA-RlTLuoNxPFUcxxHJZiyZcHC53tYMNZGIvq96g6eFInGXBsBx5S2txpD0PwR653snwJgf4fV4h_twvD28d7tCXit4DzZMYRyM/s320/Capture.jpg" width="318" /></a></div><p><br /></p>O DVD “The Doors”, editado em 2001, contém um inestimável documento que, a diversos títulos, se revela essencial para a compreensão da extrema radicalidade de Absolutely Live. Trata-se de um “clip” video que recria “The Ghost Song”, uma música publicada pela primeira vez em 1978, no álbum An American Prayer. Esse registo, lançado sete anos depois da morte de Jim Morrison, é composto de recitais da sua poesia, a que se acrescenta música tocada pelos outros elementos da banda e canções que não foram registados nos outros discos. Constitui, sob todas as perspectivas, uma magnífica homenagem póstuma de Manzarek, Krieger e Densmore ao poeta Morrison e não à estrela rock ou ao “Mickey Mouse de Sade”, como alguém lhe chamou. O video que refiro resulta da recitação hipnótica de um dos poemas mais fulgurantes e profundos de Morrison, uma peça lírica que condensa as crenças filosóficas e metareligiosas do poeta, convocando literalmente os fantasmas de que a sua mente se alimentou ao longo da sua dolorosa e apocalíptica aprendizagem. A imagética presente é muito forte: sucedem-se metáforas alucinadas, visões herméticas, citações literárias e apelos lancinantes a uma mais profunda compreensão da vida e da morte. Os músicos tocam “por cima” dessas palavras exaltantes e enigmáticas e sucedem-se imagens fixas e em movimento de Morrison, das vastas paisagens desérticas do Arizona, de rituais mágicos dos índios norte-americanos, um feiticeiro comparece no espaço em que os músicos tocam, os espíritos totémicos saturam a atmosfera, recordações de antigas sabedorias transformam o poeta e os músicos em demiurgos, xamãs, intermediários, celebrantes de um ritual que tem por mote “the lust for life” e a fusão total entre a expressão artística e o impulso vital.<br />A pérola negra que veio a chamar-se Absolutely Live é um estranho objecto, lançado em 1970, resultando da compilação de excertos de diversas actuações ao vivo, em várias cidades dos Estados Unidos. No seu conjunto, revela menos o estilo ao vivo da banda do que um sentido de “montagem” (no sentido cinematográfico do termo), reunindo peças tão díspares como “Who Do You Love” de Bo Didley e “Alabama Song” de Kurt Weill, os temas mais antigos da banda e, sobretudo, as grandes peças de resistência: “When The Music’s Over”, “Celebration Of The Lizard” e “The End” : Morrison está no auge da sua capacidade interpretativa, mostrando um fulgurante poder de comunicação, de celebração e de comunhão com um público completamente rendido ao lirismo intenso da poesia e subjugado ao carisma radical do cantor e ao modo como a banda preenche os espaços vazios em volta do buraco negro constituído pela voz, o corpo, a expressão física e o “pathos” das palavras de Morrison. O grande admirador do filósofo alemão Friedrich Nietzsche prova em Absolutely Live que só a força se pode juntar à força e que é preciso o caos interior para gerar uma estrela dançante. E a “estrela dançante” revela-se aqui deambulando entre a metafísica de canções como “Universal Mind”, a lírica profética de “When The Music ‘s Over”, a encenação da personagem de um pregador em “Petition The Lord With Prayer” e a terrível, lancinante poesia narrativa de “The End”. E revela-se, também, na inusitada capacidade de improviso da banda, também ela no auge da sua capacidade musical, metamorfoseando as canções e expandindo os seus limites para territórios até aí inexplorados de consciência e percepção.<br />Se, como atrás ficou dito, Absolutely Live não é exactamente um disco ao vivo – já que não resulta da gravação homogénea de um único concerto – resultando, isso sim, de uma “montagem” altamente criteriosa de momentos escolhidos de vários concertos, destinada antes de mais a compor um retrato multiforme das actuações ao vivo da banda, o registo ilustra cabalmente o modo como Morrison assimilou e interpretou “A Origem da Tragédia”, de Nietzsche, a dualidade entre apolíneo e dionisíaco e o modo como essa dualidade ultrapassa o antagonismo e se transmuta em palco numa catarse colectiva orgiástica, celebratória e xamanística.<br />Falta ainda referir uma outra dimensão, evanescente e seguramente a mais importante deste documento: a forma como Morrison, o poeta, á solta num palco com a sua banda, face à multidão de co-celebrantes embriagados de música e de palavras, excitada até aos limites do suportável pelo carisma e energia do cantor, se confronta com a sua própria mortalidade e com ela se concilia, ao mesmo tempo que convoca e apela às forças primordiais da vida. Aliás, a outra coisa não se refere o título Absolutely Live.<br />ARNALDO MESQUITAhttp://www.blogger.com/profile/08534607358810619051noreply@blogger.com0